Após venda da Kopenhagen e da Brasil Cacau para a Nestlé, número de lojas deve triplicar; veja o que muda

Negócio, anunciado na madrugada desta quinta, só deve ser finalizado em 2024

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São Paulo

A confirmação de que a Nestlé deu início ao processo de compra da Kopenhagen e da Brasil Cacau veio na madrugada desta quinta-feira (7), mas a conclusão do negócio deve ficar para próximo ano.

Para os consumidores das três marcas, portanto, nada muda por enquanto. Para os próximos anos, porém, muito mais lojas Kopenhagen, Brasil Cacau e unidades do Kop Koffee serão encontradas pelo Brasil.

Linha de produção do doce Nhá Benta, da Kopenhagen - Leticia Moreira-13.jul.10/Folhapress

A previsão de conclusão do negócio deve ficar somente para 2024 e, até lá, a aquisição deverá ser analisada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Veja o que se sabe até agora sobre o futuro das marcas.

Quais marcas serão compradas pela Nestlé?

Kopenhagen, Brasil Cacau e Kop Koffee

Qual a diferença entre elas?

A Kopenhagen nasce no fim dos anos 1920 como um negócio familiar, vendido para o Grupo CRM em 1996. Tem 760 lojas e compartilha cerca de 2.000 funcionários com as outras marcas.

Entre seus produtos mais conhecidos são o Língua de Gato, o Nhá Benta, o Chumbinho, o Cherry Brand e o Lajotinha. É o principal nome nacional de chocolates finos ou considerados premium.

A Brasil Cacau é lançada em 2009, como um braço de chocolates mais populares do grupo. A produção é feita na mesma fábrica da marca principal. Tem em seu portfólio variações dos sucessos da Kopenhagen. O Nhá Benta, por exemplo, o doce com recheio de marshmallow, é batizado de Dinda na empresa irmã.

O primeiro Kop Koffee foi inaugurado em 2019. Atualmente, o grupo tem duas lojas próprias e outras quatro franquias. Além de cafés e chocolates, vende sorvetes que usam chocolates da marca principal, salgados e sanduíches.

O sabor de meus chocolates preferidos vai mudar?

As marcas garantem que não. Apesar da compra, Kopenhagen e Brasil Cacau seguirão como unidades de negócio independentes. Receitas centenárias consolidadas na marca principal, especialmente, deverão ser mantidas.

Renata Moraes Vichi, que hoje comanda o Grupo CRM, seguirá no cargo. Na rede social profissional LinkedIn, ela escreveu que o grupo vai trabalhar de maneira autônoma.

Quantas novas lojas serão inauguradas?

Até 2026, Brasil Cacau, Kopenhagen e Kop Koffee chegarão a 3.000 lojas, quase o triplo do que existe hoje.

As lojas Kopenhagen e Brasil Cacau passarão a ter produtos Nestlé?

Não, o modelo de negócios permanece igual, com as lojas Kopenhagen apenas com produtos da marca Kopenhagen. O mesmo vale para o Kop Koffee e para a Brasil Cacau.

Haverá contratação ou demissão de funcionários?

As novas empresas da Nestlé têm juntas cerca de 2.000 funcionários. As envolvidas com o negócio ainda não disseram se o processo de sinergia dos negócios, durante o qual são identificados meios de dar eficiência à gestão, pode resultar em cortes. Na fábrica do Grupo CRM em Extrema (MG), cerca de 1.100 pessoas trabalham na fabricação dos produtos Kopenhagen e Brasil Cacau.

Quanto a Nestlé pagará por Kopenhagen, Brasil Cacau e Kop Koffee?

Os valores do negócio não foram divulgados. O Grupo CRM deverá fechar 2023 com um faturamento de R$ 1,7 bilhão.

Por que a Nestlé se interessou pelas marcas?

A aquisição das marcas do Grupo CRM ajuda a Nestlé a fortalecer sua participação na categoria de chocolates, além de diversificar o mix de produtos.

Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, diz que o negócio permitirá a aceleração do segmento de maior valor agregado.

O negócio poderá ser vetado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), como aconteceu com a compra da Garoto pela Nestlé?

A possibilidade existe, mas o veto é improvável, segundo especialistas, devido ao tipo de mercado ocupado por Kopenhagen e Brasil Cacau. Em geral, a preocupação do órgão antitruste é com a concentração de mercado na mão de uma única empresa.

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