Descrição de chapéu Bloomberg Apple China

Apple perde quase R$ 1 tri em valor em dois dias após sanções da China a iPhone

Ações despencam pelo segundo dia seguido, e especialistas avaliam que efeitos de proibição de iPhone estão exagerados

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Subrat Patnaik
Bloomberg

As ações da Apple Inc. continuam a despencar nesta quinta-feira (7) à medida que a China planeja expandir a proibição do uso de iPhones para agências apoiadas pelo governo e empresas estatais. A trilionária da tecnologia caminha para desvalorização de US$ 200 bilhões de valor de mercado em apenas dois dias após o anúncio de Pequim.

As ações da empresa sediada em Cupertino (Califórnia) chegaram a cair 5,1%, o que gera uma queda queda acumulada em dois dias de 6,8%. A Apple é o principal papel negociado nas maiores bolsas de ações dos EUA, o que desencadeou uma corrida pela venda de ativos engatilhada por problemas na China.

A segunda maior economia do mundo tem enfrentado uma desaceleração em meio a uma crise prolongada em seu mercado imobiliário. Esse cenário ameaça a demanda por tudo: desde commodities até eletrônicos de consumo. A fabricante do iPhone considera a China como seu maior mercado estrangeiro e base de produção global.

Homem de máscara mexe em smartphone em frente à publicidade de iPhone em loja da Apple, em Shangai, na China. Ele veste agasalho laranja e calças pretas.
Homem de máscara mexe em smartphone em frente à publicidade de iPhone em loja da Apple, em Shangai, na China - Aly Song/Reuters

Além dos problemas da Apple, estão os crescentes rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, à medida que os títulos são vendidos devido às preocupações de que o Federal Reserve tenha que intensificar sua luta contra a inflação, já que a economia dos EUA continua resiliente.

A notícia tem um efeito generalizado nos mercados e levou investidores a vender de tudo: desde chips e títulos de capitalização em tecnologia até ações chinesas listadas nos EUA.

"O índice industrial Nasdaq está afundando à medida que uma maçã ruim estraga um monte de ações de tecnologia", disse Edward Moya, analista de mercado sênior da OANDA. "A história de crescimento da Apple depende muito da China e se a repressão de Pequim se intensificar, isso poderia representar um grande problema para o grupo de outras empresas de tecnologia de grande capital que dependem da China."

Enquanto isso, o índice Nasdaq 100, com foco em tecnologia, estava operando em baixa de cerca de 1%, enquanto o índice de semicondutores da Filadélfia, que consiste em vários fornecedores da Apple, estava em queda de 2,5% na quinta-feira.

Coincidências

O analista do Bank of America Corp., Wamsi Mohan, observa que o "momento da possível proibição é interessante", dado o recente lançamento do smartphone de alta qualidade e compatível com 5G da Huawei Technologies Co.

O desmonte do novo dispositivo mostra que Pequim parece estar progredindo rapidamente em um esforço nacional para contornar os esforços dos EUA para conter seu avanço, com o Mate 60 Pro da Huawei sendo alimentado pelos chips de 7nm da Semiconductor Manufacturing International Corp., de acordo com uma análise conduzida pela TechInsights para a Bloomberg News.

Se Pequim prosseguir com a proibição, o bloqueio sem precedentes também pode afetar várias outras empresas de tecnologia dos EUA que dependem de vendas e produção na China. Os fornecedores da Apple em vários continentes estavam negociando em baixa na quinta-feira, conforme múltiplos relatórios confirmaram as últimas mudanças da China.

No entanto, analistas otimistas como Daniel Ives, da Wedbush Securities, acreditam que o efeito de uma "proibição do iPhone é exagerado", pois afetaria menos de 500.000 iPhones dos cerca de 45 milhões que ele espera que sejam vendidos no país nos próximos 12 meses.

"Apesar do barulho alto, a Apple tem conquistado grandes ganhos de participação no mercado de smartphones da China", escreveu Ives, que tem uma classificação acima da média para as ações, em uma nota.

S&P e Nasdaq caem sob pressão da Apple e dados alimentam nervosismo com juros

Os índices S&P 500 e Nasdaq caíram nesta quinta-feira (7), na esteira da queda da Apple e de uma liquidação nas ações de empresas de chips devido às preocupações com as restrições ao iPhone na China, enquanto uma baixa nos pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA alimentou preocupações com as taxas de juros no país.

As ações da Apple Inc, peso pesado do S&P, caíram 2,9%, no segundo dia consecutivo de perdas devido às notícias de que a China ampliou as restrições ao uso do iPhone por funcionários públicos, exigindo que funcionários de algumas agências do governo central parassem de usar seus celulares no trabalho.

A Apple, seus fornecedores e empresas com grande exposição na China pressionaram o setor de tecnologia do S&P 500, que caiu 1,6%, a maior queda percentual entre os 11 principais setores do índice de referência.

Com Reuters

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