Com a alta do PIB (Produto Interno Bruto) acima das expectativas do mercado financeiro, a equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já prevê um crescimento para a atividade econômica em torno de 3% para este ano, caso a economia fique estagnada no segundo semestre.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o ceticismo com relação ao crescimento da economia brasileira em 2023 vai ficando para trás depois de o resultado do PIB ter vindo novamente acima do esperado.
"O ceticismo com relação ao crescimento do PIB vem sendo superado, e a gente está agora com dado positivo de crescimento do país", afirmou.
"Esse crescimento representa uma alta de 3,4% em relação ao mesmo trimestre de 2022, isso tem uma série de justificativas. O mercado interno, do ponto de vista de demanda, surpreendeu. A indústria veio com dados muito positivos. A conclusão desse número divulgado agora é que, se não houver mais crescimento esse ano, o PIB já cresceu 3,1% em 2023", acrescentou.
O PIB do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número representa uma desaceleração em relação ao crescimento registrado nos três primeiros meses do ano, quando a alta do PIB foi puxada por um desempenho do agronegócio acima do esperado. No entanto, as projeções indicavam que havia expectativa de um freio ainda maior da atividade econômica em meio ao intenso aperto monetário promovido pelo Banco Central para conter o avanço da inflação.
No X (ex-Twitter), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, também citou a previsão de crescimento da economia brasileira em 3% em 2023, ainda que os últimos trimestres do ano não registrem crescimento. "PIB do segundo trimestre cresceu 0,9%, conforme IBGE, 3x mais que as expectativas. Não há segredo, é trabalho sério e compromisso com o povo e com o futuro do país", escreveu.
Em nota, o Ministério do Planejamento destacou que o crescimento do PIB no segundo trimestre foi elevado e superou as expectativas de mercado. "Desta forma, caso o crescimento no segundo semestre fique inalterado, o PIB neste ano deverá crescer 3,0%", disse.
A pasta também ressaltou o "desempenho do setor industrial e a continuidade do setor de serviços, com crescimento de todos os componentes da demanda –algo que não ocorre desde 2010."
Já a Fazenda fez uma estimativa um pouco mais positiva no cálculo do carrego estatístico –impacto positivo do desempenho de um período sobre os seguintes, assumindo que não haja avanço ou recessão no período subsequente.
"Com a divulgação do crescimento de 0,9% no segundo trimestre, o carry-over [carrego estatístico] para o ano é de 3,1%. Esse resultado confere viés positivo para a estimativa de crescimento da SPE [Secretaria de Política Econômica], de 2,5% em 2023", diz a pasta em nota.
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