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'Ele é movido por demônios', diz biógrafo Walter Isaacson sobre Elon Musk

Escritor conta o que aprendeu ao longo de dois anos com acesso total ao magnata da tecnologia

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Gillian Tett

Presidente do conselho editorial do Financial Times nos EUA

Financial Times

É o final da manhã de uma sexta-feira no Restaurante Galatoire’s, na Bourbon Street, em Nova Orleans –rua famosa por seus prédios multicoloridos e bares loucos–, e eu pareço ser praticamente o único cliente sóbrio do lugar.

De um lado meu, um grupo de garotas vestidas em rosa-Barbie grita, agitando coquetéis sinistros; do outro, homens ruidosos fazem uma despedida de solteiro. Balões roxos, verdes e dourados estão pendurados no restaurante, que tem o ambiente de uma antiga sala de visitas francesa.

"É uma cena!", grita o escritor americano Walter Isaacson, esforçando-se para ser ouvido acima da balbúrdia.

Walter Isaacson, a journalist whose previous books have chronicled the lives of Steve Jobs, Albert Einstein, Leonardo da Vinci and Benjamin Franklin. at
Walter Isaacson, biógrafo de Steve Jobs, Einstein, Leonardo da Vinci e agora Elon Musk - Vanessa Vick - 27.set.2014/The New York Times

Reflito comigo mesmo que parece um lugar estranho para conhecer alguém que é famoso por abordar questões nobres, como formas de desencadear a inovação nos Estados Unidos ou navegar pela inteligência artificial. Ou talvez não. O gatilho para o nosso almoço é que Isaacson, 71, acaba de explorar essas questões ao escrever a biografia de um homem tão maluco, tagarela, imprevisível e selvagem quanto qualquer bar de Nova Orleans: Elon Musk. O conteúdo do livro foi mantido em segredo antes do dia da publicação, na terça-feira (12).

Perseguir um inovador controverso não era uma tarefa nova para Isaacson: ele já escreveu biografias robustas e best-sellers de Steve Jobs, Jennifer Doudna, Leonardo da Vinci, Albert Einstein e Benjamin Franklin. Comprei esses livros antes do almoço, e a pilha de papel resultante tinha quase 30 centímetros de altura.

No entanto, explorar a mente de Musk "não foi nada parecido com tudo o que já fiz antes", diz ele, enquanto nos sentamos. "Eu disse a ele no início [do projeto] que para fazer isso tenho que ficar ao seu lado durante dois anos, e quero falar com você quase todos os dias –quero ser como Boswell fazendo o Doutor Johnson."

Isso proporcionou "uma viagem maluca", disse Isaacson. Mas também o deixou (e todos os outros) às voltas com grandes questões: é preciso ser meio louco para ser verdadeiramente inovador ou um gênio? E como você impede que uma mente brilhante se descontrole?

"Ele me disse que acha que é bipolar –mas nunca foi diagnosticado", grita Isaacson alguns minutos depois, enquanto coloco o microfone numa taça de vinho sob sua boca para abafar o falatório. "Mas acho que é mais complicado." De fato.

Conhecemo-nos nesse local improvável porque Isaacson é uma estrela local: sua família vive na cidade há várias gerações, e ele cresceu perto da Bourbon Street, um bairro histórico conhecido pelas multidões de turistas e a cultura "créole". "Tive uma infância mágica", confessa ele, com um leve sotaque sulista. "Muito diferente de Musk."

Quando jovem, Isaacson estudou em Harvard e Oxford, apaixonou-se pelo jornalismo e, depois de trabalhar para The Sunday Times britânico e para um jornal de Nova Orleans, mudou-se para Nova York, onde teve uma carreira histórica: tornou-se editor da revista Time e executivo-chefe da CNN antes de dirigir o Instituto Aspen, um grupo de reflexão, e transformar sua sorte.

Mas quando o furacão Katrina atingiu sua cidade natal, em 2005, ele sentiu vontade de se reconectar com suas raízes. Então voltou há alguns anos, e agora ensina história na Universidade Tulane, enquanto defende incansavelmente a cidade e seus ícones.

O Galatoire's é um restaurante sofisticado de inspiração créole francesa, fundado em 1905. "É um pedaço de história", declara Isaacson quando entramos, e o gerente e os garçons vêm correndo, cumprimentando-o como um cliente habitual. O estrategista democrata James Carville –primo de Isaacson e outro morador de Nova Orleans– aparece à nossa mesa, ansioso para trocar fofocas sobre o presidente dos EUA, Joe Biden. Em seguida, outros clientes invadem o local, fugindo do calor de agosto nas ruas: 35°C, com 90% de umidade.

"O que há de bom para comer?", grito, ansiando por uma salada leve.

Um garçom chamado Billy coloca grandes pãezinhos brancos na mesa e recomenda entradas de um prato local de caranguejo e "remoulade" de camarão, seguido de peixe. Peixe-limão, vermelho ou pompano? Isaacson escolhe pompano; eu prefiro o vermelho. Vegetais? Isaacson balança a cabeça, então peço espinafre furtivamente. Coquetéis? Eu me preparo mentalmente para abraçar o espírito créole. Mas Isaacson pede uma modesta taça de vinho branco –"é um blend da casa, muito bom"– e eu sigo o exemplo.

Quando o vinho chega –misericordiosamente crocante e frio–, pergunto a Isaacson como ele convenceu Musk a apoiar seu projeto. Quando escreveu a biografia de Jobs, há uma década, o cofundador da Apple estava disposto a conversar porque lutava contra o câncer e estava consciente de seu legado. Mas Musk é jovem e ainda está num modo de expansão febril; por que falar agora?

"Em 2021, eu estava procurando meu próximo livro e muitos amigos, incluindo Mike Bloomberg, disseram que eu deveria fazer sobre o Elon", explica Isaacson. "Então alguém marcou um telefonema com ele e conversamos durante uma hora e meia, e eu lhe disse: se eu fizer isso, preciso de acesso total e você não terá absolutamente nenhum controle sobre o livro. Nenhum."

Ele aceitou? Musk é notoriamente obsessivo em controlar até mesmo os pequenos detalhes de sua vida.

Elon Musk posa na frente do foguete Falcon Heavy, da SpaceX, no Cabo Canaveral (Flórida)
Elon Musk posa na frente do foguete Falcon Heavy, da SpaceX, no Cabo Canaveral (Flórida) - Todd Anderson - 5.fev.2018/The New York Times

Isaacson assente. "Ele apenas disse ‘OK!’ Então me perguntou se eu me importaria se ele contasse a outras pessoas [sobre o livro] e, claro, eu disse que não." Então, alguns minutos depois, Isaacson se encontrou com amigos que lhe disseram que Musk tinha enviado um tuíte –ainda durante o telefonema– anunciando que Isaacson seria seu biógrafo. Isaacson ficou chocado. "Foi o primeiro exemplo [que vi] dele sendo totalmente impetuoso."

Por que Musk concordou? "Ele adora história, e tem um ego grande o suficiente para se considerar uma figura histórica –e deseja surpreender as pessoas com sua abertura e honestidade brutal", diz Isaacson. Será que Musk fez sua pesquisa antes de concordar, lendo a biografia marcante de Jobs escrita por Isaacson (da qual a família de Jobs não gostou)? "Não."

Surge um prato cremoso de caranguejo enfeitado com anchovas, cogumelos e cebolinhas, ao lado de "remoulade" de camarão cor-de-laranja. Ambos são deliciosos, mas também muito fortes.

Isaacson começou a seguir Musk, esperando que "fosse fácil", já que seu novo assunto estava em alta. Uma década antes, duas das empresas de Musk –Tesla e SpaceX– quase se afogaram em dívidas. Mas em 2021 a Tesla vendeu quase 1 milhão de carros e a SpaceX fez 31 lançamentos bem-sucedidos. Essa recuperação fez de Musk o homem mais rico do mundo; e a revista Time e o Financial Times o nomearam "Personalidade do Ano" por sua visão na transformação dos transportes verdes e das viagens espaciais.

Mas então "tudo estava indo tão bem que [Musk] ficou desconfortável", diz Isaacson. "Ele não gosta das coisas quando estão indo bem. Ele é viciado em drama." Então, talvez por tédio, Musk traçou um plano para assumir o controle do Twitter, o gigante das redes sociais agora conhecido como X. "Quando ouvi isso, sabia que teria uma jornada difícil [como seu biógrafo]", observa Isaacson. "Achei uma loucura –Musk não tem empatia, e então o Twitter não era uma boa opção para ele."

Exatamente. Na primavera de 2022, Musk ofereceu US$ 44 bilhões pelo Twitter e mergulhou numa guerra prejudicial com seu pessoal, os meios de comunicação, os usuários e os políticos liberais. Mas Musk não expulsou seu biógrafo; em vez disso, diz Isaacson: "Fiquei sentado à margem, semana após semana, tomando notas. Estive na sala de conferências em todas as reuniões corporativas, participei de suas ligações no Zoom. Estive em jantares de família com os filhos dele".

Mas isso não violava segredos comerciais? Minha mente fica confusa com o que os acionistas da Tesla, digamos, poderiam pensar. "Eu me preocupava com isso [a questão da privacidade] mais do que ele", observa Isaacson, explicando que esteve presente durante os intensos debates internos quando Musk decidiu mudar a abordagem da Tesla em relação aos carros autônomos, deixando de usar regras preconcebidas para a inteligência artificial (digamos, não passar no sinal vermelho) para uma que estudasse o vídeo das câmeras a bordo do Tesla para ver como os humanos realmente dirigem e os imitasse (mesmo que, digamos, isso significasse às vezes cruzar um sinal vermelho).

De forma ainda mais explosiva, Isaacson viu Musk embarcar recentemente num esforço até então secreto para criar uma empresa de IA, onde aparentemente espera utilizar as vastas reservas de dados do Twitter e da Tesla para superar outras empresas de IA, como a OpenAI. Isto poderia ter um enorme significado comercial para o setor.

Mais controversas ainda, Isaacson observou as negociações de Musk com o governo ucraniano no final de 2022, quando seu exército usou o sistema de comunicações Starlink da SpaceX para apoiar os militares. Musk impediu que o sistema fosse utilizado em áreas reivindicadas pela Rússia. "Recebo essas [mensagens] em tempo real enquanto ele está desligando o Starlink na Crimeia porque houve um ataque secreto de drone", disse-me Isaacson, observando que Musk lhe deu todas as mensagens criptografadas com [Mykhailo] Fedorov, o ministro digital ucraniano, aparentemente sem perguntar aos ucranianos, e algumas delas estão no livro.

Estou chocado. Será que isso não colocaria vidas em risco na Ucrânia? Ou prejudicaria os apoiadores ocidentais do país? "Essas mensagens de texto têm alguns meses. Se houvesse [questões] operacionais, eu não as teria publicado", insiste Isaacson, observando que a SpaceX mais tarde fechou um acordo com o Pentágono que coloca o controle nas mãos dos militares dos EUA. (Musk e Isaacson têm revisado os detalhes da história nos últimos dias, sugerindo que o serviço já estava desativado na Crimeia no momento do ataque.)

Musk adquiriu o hábito de ligar ou enviar mensagens de texto tarde da noite para refletir sobre os dramas em que se envolveu naquele dia. "Elon é muito inconstante, mas nunca me disse para não colocar algo no livro."

Você já sentiu que estava se tornando seu terapeuta, em vez de biógrafo? No Aspen Institute, Isaacson era notoriamente hábil em acariciar egos poderosos, mesmo quando os desafiava intelectualmente. Isaacson se irrita. "Eu nunca quis ser seu terapeuta ou conselheiro." Justo. Mas o relacionamento deles destaca o desafio de escrever sobre uma pessoa viva: como você chega perto o suficiente para capturar sua essência, sem ser capturado?

"Aprendi a não preencher seus silêncios", explica Isaacson. "Às vezes éramos Elon e eu sozinhos depois de uma reunião [da empresa], e eu fazia uma pergunta e ele não respondia, e havia quatro ou cinco minutos de silêncio enquanto ele processava. Isso é difícil –nós, jornalistas, às vezes não conseguimos ficar em silêncio por quatro minutos!"

A princípio, Isaacson ficou perplexo com isso. Mas então Shivon Zilis [uma executiva da empresa Neuralink de Musk que teve gêmeos com ele] lhe disse que "Musk faz processamento em lote –ele processa informações sequencialmente, e às vezes se perde".

Isso faz com que ele pareça um computador, reflito. Mas essa análise robótica foi intercalada com mudanças violentas de humor. "Na minha frente ele adotava múltiplas personalidades de Elon Musk. Há momentos em que ele fica muito sombrio e entra no que Grimes [a cantora canadense que é namorada intermitente de Musk] chama de ‘modo demoníaco’." Ele ficará com raiva. "Mas então, quando ele explodir, dificilmente se lembrará do que fez no modo demônio e se transformará de Dr. Jekyll em Sr. Hyde." Caramba.

Por quê? Num recente perfil de Musk na revista New Yorker, o escritor Ronan Farrow sugeriu que o uso excessivo de cetamina poderia explicar sua volatilidade. Mas Isaacson discorda: "Não creio que seja uma questão de medicação –ele está assim há muito, muito tempo". Em vez disso, cita a "dor da sua infância": Musk cresceu no meio da violência na África do Sul da era do apartheid e teve uma relação difícil com o pai; ele ficou "se sentindo um estranho" e assombrado pela necessidade de provar seu valor.

"Ele é movido por demônios", observa Isaacson calmamente –e depois ressalta que isso não é tão incomum, uma vez que muitos dos brilhantes inovadores que ele estudou antes também eram assombrados por se sentirem marginalizados, seja o Einstein judeu na Alemanha do início do século 20 ou a Doudna feminina operando num mundo científico masculino, ou o Leonardo ilegítimo.

Ele é movido por demônios

Walter Isaacson

Biógrafo de Elon Musk

Billy, o garçom, recolhe nossos pratos, e percebo que comi a maior parte do caranguejo; estava deliciosamente suculento. Depois aparecem dois pratos de peixe, cobertos com mais caranguejo; eu cuidadosamente cutuco o meu, já me sentindo inchado no calor do verão por causa da comida pesada.

Os inovadores precisam ser uma confusão psicológica para ter o impulso para o sucesso? Isaacson faz uma careta. "Nasci em um lugar mágico com pais verdadeiramente maravilhosos", diz ele, gesticulando ao seu redor. "E nunca enviarei um foguete para Marte." Ele faz uma pausa.

"Musk passa por mudanças maníacas de humor, depressões profundas e euforia em busca de risco, e se ele não tivesse essa personalidade maníaca em busca de riscos não seria a pessoa que lançou veículos elétricos e colocou foguetes em órbita."

"Portanto, meu ponto-chave e conclusão é que todas as pessoas têm fios claros e escuros, seja Da Vinci ou qualquer outro. Celebramos os claros enquanto condenamos os escuros. Mas esses fios estão entrelaçados e você não consegue desembaraçá-los."

Para ser franco: Isaacson pensa que os demônios de Elon também são seus anjos inspiradores.

É claro, acrescenta Isaacson, que esta não é a única chave da genialidade: a outra característica que muitas das pessoas que ele estudou também compartilham é a paixão pelo estudo interdisciplinar. Leonardo, digamos, explorou as artes, as humanidades e a ciência em conjunto, enquanto Jobs usou os princípios da caligrafia para criar computadores. Isaacson argumenta que a construção de currículos interdisciplinares é um segredo para desencadear mais inovação.

"Em Tulane, tentamos garantir que todos tenham uma especialização dupla em ciências e humanidades –precisamos de crianças que sejam criativas, não apenas daquelas que sabem programar." Na verdade, ele acredita que o turbilhão louco e artístico de Nova Orleans, onde as fronteiras são feitas para serem quebradas, é o caldeirão perfeito para essas colisões.

Mas será que os "demônios" de Musk poderiam dominá-lo? Isaacson protege suas apostas. "Sempre pensei que ele iria ultrapassar os limites com aquela intensidade maníaca –ele é muito dispersivo", admite, observando que Musk está agora no comando de seis empresas: a plataforma de rede social X, ex-Twitter, Tesla, SpaceX, Neuralink, a Boring Company –e seu grupo secreto de IA, xAI. "Achei que ele iria explodir o Twitter. Mas todas as manhãs eu acordo e vejo que está se transformando no X.com, que é o que ele sempre quis", acrescenta Isaacson.

O mesmo acontece na vida privada de Musk; ele teve 11 filhos de três mulheres. "Ele tem essa crença maníaca em ter muitos filhos." Mas alguns de seus filhos são de fertilização in vitro. "Não é como se ele estivesse tendo todos esses casos românticos." Muitos, como ele, moram em Austin, no Texas, pois "ele gosta de ter os filhos por perto. Mas não é uma pintura de Norman Rockwell". As mães se dão bem? "Não entre si", brinca Isaacson. E às vezes não com Musk: Grimes revelou recentemente tensões sobre seus filhos numa mensagem posteriormente excluída das redes sociais, e descobriu-se que ela tem mais filhos com ele do que se imaginava anteriormente. (Ainda) mais drama para Musk –e Isaacson.

O biógrafo Walter Isaacson, em sua casa, em Washington, no Distrito de Colúmbia (EUA)
O biógrafo Walter Isaacson, em sua casa, em Washington, no Distrito de Colúmbia (EUA) - Vanessa Vick - 27.set.2014/The New York Times

Os decibéis ao nosso redor continuam aumentando à medida que mais bebidas são consumidas. Meu peixe está quase intocado. Isaacson come um bocado. "Está bom –mais caranguejo!" Um garçom percebe que nossas taças de vinho estão vazias e oferece mais. Nós contestamos –e eu explico que precisarei partir em breve para o aeroporto, porque estou enfrentando o inferno das viagens de verão com voos cancelados.

Você acabou gostando de Elon?, eu pergunto. Isaacson faz uma longa pausa; o escritor não é alguém que vê a vida em preto e branco, mas –assim como sua cidade natal– admira tons complexos. "‘Gosto’ é uma palavra tão anódina –não descreve a intensidade das reações que Elon pode provocar numa pessoa", responde Isaacson. "Há momentos em que é divertido estar perto dele e momentos em que ele é um idiota. Tento mostrar todos esses Elons no livro e depois deixar as pessoas julgarem."

Então ele o surpreendeu? "Sim." Ele assinala os choques: a intensidade de seu humor; seu vício obsessivo e foco em engenharia; o fato de que "ele se tornou mais intensamente político, [já que] não o era quando comecei a escrever sobre ele".

Contrariamente à percepção popular, Isaacson insiste que Musk "não gosta de [Donald] Trump –ele o considera um vigarista". No entanto, Isaacson admite que Musk desenvolveu agora "um populismo anti-establishment que você pode ver em Robert F. Kennedy Jr. e Vivek Ramaswamy –uma mentalidade conspiratória sobre o establishment". Isso me parece alarmante com as eleições de 2024 se aproximando e Musk comandando o X.

A conta chega e, quando saímos para o calor escaldante, pergunto a Isaacson sobre quem ele poderia escrever a seguir que seja igualmente interessante. Durante o almoço, os nomes de Bill Gates e Jeff Bezos foram descartados. "Mas ainda não decidi", ele retruca rapidamente. "Todo o meu espaço é Elon agora." O mesmo poderia ser dito de grande parte da América corporativa hoje; talvez sejamos todos viciados em drama.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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