A rede de livrarias Saraiva, que está em recuperação judicial desde 2018, informou na sexta-feira (22), em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que recebeu o pedido de renúncia do diretor-presidente e do vice-presidente, que alegaram questões de foro íntimo.
Jorge Saraiva Neto, membro do Conselho de Administração da empresa, era diretor-presidente e diretor de Relações com Investidores. Oscar Pessoa Filho era vice-presidente.
Os cargos de diretoria vão ser assumidos por Marta Helena Zeni, como diretora-presidente e diretora de Relações com Investidores, e Gilmar Antonio Pessoa, que vai assumir a função de vice-presidente.
Na quarta-feira (20), a rede de livrarias demitiu o restante de seu corpo de funcionários. Eram cerca de 150 colaboradores, distribuídos entre as áreas administrativas, a sede da empresa e cinco lojas físicas que ainda seguiam funcionando.
Conforme informação divulgada pela Folha nesta semana, dois componentes do conselho da empresa renunciaram às suas posições, acusando a existência de uma falsa ata do Conselho de Administração assinada pelo presidente.
O balanço financeiro da empresa apontava uma queda de 60,2% ante o mesmo período do ano passado na receita líquida das lojas físicas no segundo trimestre, alcançando R$ 7,2 milhões.
Já no site da livraria, as vendas líquidas fecharam em R$ 100 mil, uma retração de 78,6% ante o segundo trimestre de 2022. Quando apresentou seu pedido de recuperação, a empresa afirmava ter uma dívida de cerca de R$ 675 milhões.
No primeiro trimestre deste ano, a dívida líquida da rede passou para R$ 22,4 milhões, ante R$ 156 milhões no mesmo período do ano passado, segundo informações da empresa. A redução ocorreu por uma amortização de dívida com o Banco do Brasil.
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