Descrição de chapéu Eletrobras

Acordo entre sindicato e Eletrobras barra 101 demissões sem justa causa

Decisão do TST de setembro suspendeu 353 rescisões de funcionários inscritos em plano de demissão voluntária

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São Paulo

A Eletrobras e entidades sindicais chegaram a um acordo sobre o plano de demissão voluntária (PDV) da empresa, suspenso pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) em setembro. Com isso, o processo será reaberto por 30 dias, com novas inscrições restritas a 101 trabalhadores.

O acordo foi homologado pelo ministro relator Alexandre de Souza Agra Belmonte na terça-feira (10), segundo comunicado do tribunal. À Folha, o ministro afirma que a nova decisão deve ser publicada até sexta (13).

O acordo evita 101 demissões sem justa causa, uma vez que garante que todos os trabalhadores sairão da Eletrobras a partir do plano de demissão voluntária, diz à reportagem o advogado das entidades sindicais envolvidas na negociação, Marcus Neves.

Logo da Eletrobras, empresa brasileira de serviços em energia elétrica, exibido em painel na Bolsa de Nova York
Logo da Eletrobras, empresa brasileira de serviços em energia elétrica, exibido em painel na Bolsa de Nova York - Brendan McDermid/Reuters

Ainda de acordo com Mendes, a negociação deu "um freio de arrumação" no processo de demissão em massa.

O acordo define que os inscritos no PDV que trabalham em atividades de operação e manutenção ou no Centro de Serviços Compartilhados serão desligados a partir de 1º de janeiro de 2024.

Pessoas de outras áreas serão desligadas neste ano de forma escalonada: 150 em outubro, 150 em novembro e 200 em dezembro de 2023. A empresa avaliará pedidos de antecipação.

O ministro Belmonte havia suspendido o PDV. A determinação de 1º de setembro travou 353 rescisões de trabalhadores inscritos no plano firmadas em 31 de agosto.

De acordo com Belmonte, o plano de demissão voluntária deve ser reaberto com transparência e garantia de direitos aos trabalhadores que não tiverem seus pedidos aceitos e acabem demitidos no futuro. Foram três audiências virtuais e três sessões presenciais entre entidades representativas e a Eletrobras para chegar ao acordo.

Inicialmente, o PDV previa a saída de até 1.574 colaboradores, em busca de uma economia de R$ 450 milhões a R$ 750 milhões. A primeira versão, realizada no ano passado, teve quase 2.500 inscritos. Os desligamentos foram realizados até abril, e com uma economia anual estimada de R$ 1,1 bilhão.

A decisão do ministro relator do processo atende pedido da Fenatema (federação que representa trabalhadores nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia e de água) e da base sindical dos trabalhadores de Furnas, uma das subsidiárias da Eletrobras.

Segundo relato do advogado Marcus Neves à Folha, o processo foi apresentado em 20 de julho, quando as inscrições para o PDV se encerravam, porque os trabalhadores temiam pela saída de colegas mais experientes.

"Nós argumentamos desde o início que uma quantidade importante de profissionais com mais de 30 anos de empresa e com alta capacitação técnica poderia deixar a empresa, o que era um risco para a operação", afirma Neves.

"O alerta se concretizou com o apagão do dia 15 de agosto, e o relator foi sensível à questão."

Com Reuters

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