Descrição de chapéu mercado de trabalho

Cabeleireiros, vendedores de roupas e de comida: veja as atividades que mais têm MEI

Número de microempreendedores individuais chegou a 13,2 milhões no Brasil em 2021, diz IBGE

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Rio de Janeiro

O número de trabalhadores com status de MEI (microempreendedor individual) vem em crescimento no Brasil e alcançou 13,2 milhões em 2021, aponta uma nova pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quarta-feira (4).

Desse contingente, 1,2 milhão atuavam como cabeleireiros ou em outras atividades de tratamento de beleza. A quantia equivale a 9,1% do total. É a maior parcela entre as classes econômicas analisadas.

O comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios vem em seguida no ranking. Segundo o IBGE, o ramo contabilizou 939,6 mil microempreendedores em 2021, o equivalente a 7,1% do total no país.

Movimentação em salão de beleza na zona leste de São Paulo; cabeleireiros lideram ranking de MEIs no Brasil, diz IBGE - Rivaldo Gomes - 3.jul.2020/Folhapress

Restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas apareceram depois, com 827,3 mil (ou 6,3% do total).

Esse segmento pode incluir desde os microempreendedores que montaram em casa um serviço de venda de comida até aqueles que ofertam serviços para outras empresas do setor, segundo o IBGE.

Os dados integram o levantamento batizado como Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais 2021. O estudo tem como base registros administrativos e é considerado experimental pelo IBGE, o que significa que ainda está em fase de testes e sob avaliação.

Ao chegar a 13,2 milhões em 2021, o número de MEIs teve crescimento de cerca de 37,5% em relação a 2019, ano pré-pandemia. À época, o contingente era de 9,6 milhões.

Thiego Ferreira, analista responsável pela pesquisa do IBGE, afirma que a crise gerada pela pandemia é um dos fatores que podem explicar o crescimento recente.

"Uma mão de obra viu o microempreendedor individual como oportunidade de compensar a perda de renda. Pode ter relação", diz o pesquisador.

Considerando os trabalhadores que se desligaram de empregos no setor formal antes da filiação ao regime de MEI em 2021 (1,8 milhão), 62,2% (ou 1,1 milhão) foram demitidos por decisão dos antigos empregadores ou por justa causa, aponta a pesquisa.

Microempreendedores são quase 70% das empresas

O levantamento também destaca que os microempreendedores individuais vêm aumentando sua participação no universo de empresas e na população ocupada no Brasil.

Em 2021, os MEIs representavam 69,7% do total de empresas, além de 19,2% do total de ocupados no setor formal (quase um em cada cinco). Em 2019, os percentuais estavam em 64,7% e 15,2%, respectivamente.

De acordo com o IBGE, no ramo de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza, os MEIs representavam 90,6% do total de ocupações formais em 2021. É a maior participação na mão de obra entre as classes econômicas pesquisadas.

Em seguida, vieram as porcentagens relativas a atividades de publicidade não especificadas anteriormente (77,2%), serviços especializados para construção não especificados anteriormente (73,9%) e comércio varejista de bebidas (73,9%).

Homens vão para construção, mulheres para setor de beleza

Os números sinalizam diferenças nos setores de inserção de homens e mulheres no mercado. Em 2021, 582,4 mil homens trabalhavam como MEIs na atividade descrita como serviços especializados para construção não especificados anteriormente. O número equivale a 96,2% do total de microempreendedores individuais nesse segmento (605,5 mil).

As mulheres, por sua vez, formavam a maioria dos MEIs registrados no ramo de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza. Elas eram 80,6% do total nesse segmento –ou 965,2 mil de um universo de 1,2 milhão.

Maior parte não tem ensino superior

Do total de MEIs no Brasil em 2021 (13,2 milhões), 9,2 milhões apresentavam informações disponíveis a respeito da escolaridade, segundo o IBGE. Os dados apontam que a maioria não contava com ensino superior.

Considerando o grupo com informações declaradas (9,2 milhões), 8 milhões (ou 86,7%) não tinham esse nível de escolaridade. A parcela restante, de 1,2 milhão (ou 13,3%), possuía ensino superior.

Dos 13,2 milhões de MEIs em 2021, 9,2 milhões (ou 70%) participaram do mercado formal de trabalho com algum vínculo no período de 2009 a 2021.

Ainda de acordo com o levantamento, 38% dos MEIs exerciam suas atividades profissionais na própria moradia. Os segmentos de informação e comunicação (48,5%), educação (47,8%) e transporte, armazenagem e correio (45,3%) registraram os maiores percentuais de microempreendedores individuais nessa condição.

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