Diretor-geral da PF sinaliza apoio a protesto de policiais por aumento salarial

Ato por reestruturação salarial ocorreu nesta quinta-feira (26)

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Brasília

O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, sinalizou apoio a um proposto de agentes e servidores administrativos da corporação por aumento de salário. De acordo com ele, a manifestação é "legítima e justa".

Em nota enviada à Folha, Andrei afirmou que "há uma nítida defasagem salarial dessas categorias em comparação com outras carreiras da União".

Nesta quinta-feira (26), servidores se reuniram na frente da sede da PF e superintendências regionais em Brasílias e outras cidades.

BRASILIA, DF, BRASIL, 26-10-2023, 12h00: Policiais federais fazem protesto e assembléia por reajuste salarial na frente da sede da PF, na região central de Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) - Folhapress

Segundo a nota da PF, o diretor-geral e os demais diretores da PF estão "empenhados" em encontrar uma solução.

Andrei Rodrigues diz reconhecer o empenho do Ministro da Justiça e do governo federal na busca da valorização dos servidores. Segundo a nota, "com o trabalho conjunto de todos os envolvidos, esta solução será encontrada em breve".

Em outubro, entidades de classe que representam os policiais federais criticaram o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após cancelamento de uma reunião para tratar de reajuste salarial.

O documento assinado por representantes de delegados, peritos, agentes e servidores administrativos da Polícia Federal falava em "indignação com a postura morosa" e "letargia" do governo federal na discussão sobre a reestruturação salarial para os policiais.

A manifestação dos policiais ocorreu após o secretário de Relações do Trabalho do Ministério da Gestão, José Lopez Feijó, cancelar uma reunião prevista para o dia 17 de outubro sob a justificativa de que o "governo federal ainda não encontrou a solução orçamentária para implementação da reestruturação".

Ainda no documento, as entidades citam o fato de o governo Lula apontar a segurança pública como prioridade, mas sem, na prática, melhorar as condições dos policiais.

O documento aborda as Ficcos (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), que têm sido usadas pelo ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) como resposta do governo para combater o aumento da criminalidade em estados como Rio de Janeiro e Bahia.

Dino anunciou recentemente a criação de Ficcos em todos os estados do país.

As associações também pedem mais transparência sobre o tema e esperam que não aconteça como na gestão anterior, que não atendeu as reivindicações dos servidores da Polícia Federal.

Em todas as classes, o descumprimento da promessa de reestruturação feita pelo até então presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro da Anderson Torres foi considerado como mais um revés imposto pelo governo que se elegeu com a bandeira de defesa e valorização da polícia.

"O momento é superimportante. Nós já vivemos isso no ano passado, e, infelizmente, estamos vendo acontecer a mesma coisa. Temos que mostrar que estamos dispostos a brigar por aquilo que merecemos", disse Marcus Firme, presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).

A Polícia Federal recebeu reajuste de 9% neste ano, assim como todos os servidores federais. No entanto, a categoria diz ser insuficiente por conta de uma defasagem histórica.

"Há servidores com defasagem no salário de 53% na Polícia Federal, alguns policiais federais recebem menos que policiais da Polícia Civil de nove estados", acrescentou Firme.

Segundo a ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), o próximo ato está previsto para o dia 8 de novembro. A categoria não descarta a possibilidade de paralisações e greve geral.

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