Preço do petróleo sobe 4% após conflito no Oriente Médio

Brent e WTI chegaram a saltar mais de US$ 4 por barril na manhã desta segunda

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Natalie Grover
Nova York | Reuters

Os preços do petróleo subiram 4% nesta segunda-feira (9), se recuperando após perdas acentuadas da semana passada, enquanto confrontos militares entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas provocaram temores de que um possível conflito mais amplo pudesse afetar o fornecimento de petróleo do Oriente Médio.

O petróleo Brent fechou em alta de US$ 3,57, ou 4,2%, a US$ 88,15 por barril. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA fechou a US$ 86,38o barril, alta de US$ 3,59, ou 4,3%. Nas máximas da sessão, ambos os contratos de referência subiram mais de US$ 4, ou mais de 5%.

Na semana passada, o Brent caiu cerca de 11% e o WTI recuou mais de 8%, registrando a maior queda semanal desde março, à medida que as perspectivas macroeconômicas sombrias intensificavam as preocupações sobre a demanda global.

Cliente abastece carro em posto de combustível nos Estados Unidos
Preço do petróleo chegou a subir mais de 3% nesta segunda-feira - AFP

"Qualquer aumento da tensão no Oriente Médio conduz normalmente a um aumento dos preços do petróleo e, desta vez, não é diferente", disse Tamas Varga, da corretora de petróleo PVM.

No sábado, o Hamas lançou o maior ataque militar contra Israel em décadas, desencadeando uma onda de ataques aéreos de retaliação em Gaza.

"O resultado mais sério para o petróleo é que o conflito se transforme numa guerra mais devastadora, que possa afetar o fornecimento de petróleo", disse Rebecca Babin, trader sênior de energia da CIBC Private Wealth US.

O porto israelense de Ashkelon e seu terminal petrolífero foram fechados após o conflito, disseram fontes.

A erupção de violência ameaça fazer descarrilar os esforços dos Estados Unidos para mediar uma aproximação entre a Arábia Saudita e Israel, em que os sauditas normalizariam os laços com Israel em troca de um acordo de defesa entre Washington e Riad.

Na sexta-feira (6), autoridades sauditas teriam dito à Casa Branca que estavam dispostas a aumentar a produção no próximo ano como parte do acordo proposto com Israel. Riad e Moscou concordaram com um corte voluntário combinado de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) até o final de 2023.

O Goldman Sachs disse que o conflito reduziu a probabilidade de normalização das relações de Israel com a Arábia Saudita e o aumento associado à produção saudita ao longo do tempo. O banco também afirmou não ver qualquer efeito imediato importante nos estoques de petróleo a curto prazo devido aos ataques.

Riad e Moscou concordaram com um corte voluntário combinado de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) até o final de 2023. Novas perturbações exacerbariam a esperada escassez de oferta durante o resto do ano.

Os analistas sugeriram que as implicações do conflito poderiam incluir uma potencial desaceleração nas exportações iranianas, que cresceram significativamente neste ano, apesar das sanções dos EUA.

"Se os EUA julgarem que o Irã está envolvido no ataque do Hamas, isso poderia levá-los a 'apertar' as exportações de petróleo do Irã, aplicando sanções de forma mais rigorosa", disse Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics.

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