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Petróleo cai mais de 5% e arrasta ações da Petrobras

Papéis da estatal recuam quase 4%; Ibovespa escapa e fecha em alta

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São Paulo

Depois de o dólar ocupar os holofotes, foi a vez do petróleo roubar a cena. No pregão desta quarta-feira (4), a matéria-prima caiu 5,62%, a US$ 85,81, menor valor desde 30 de agosto, e derrubou as ações da Petrobras.

A forte desvalorização reflete a decisão da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de manter os cortes de produção nos níveis atuais. A expectativa do mercado era que o grupo reduzisse a oferta para impulsionar o valor da commodity.

Notas de dólar diante de gráfico
Notas de dólar diante de gráfico - Dado Ruvic - 8.fev.2021/Reuters

Os papéis da Petrobras acompanharam o movimento. Os preferenciais (PETR4) cederam 3,94%, a R$ 32,63. Os ordinários (PETR3), 3,29%, a R$ 35,52.

Apesar da queda da estatal, o Ibovespa conseguiu se firmar no terreno positivo e fechou em leve alta de 0,17%, a 103.607 pontos. Quem puxou o índice para cima foram os bancos. Bradesco (BBDC4) subiu 3,74%, a R$ 14,43, e Itaú (ITUB4) ganhou 2,44%, a R$ 27,25.

Cotação do dólar

Já o dólar fechou em queda marginal nesta quarta. Após oscilar entre perdas e ganhos, a cotação da moeda americana encerrou o pregão a R$ 5,1524, recuo de 0,03%.

Na terça (3), a divisa teve forte alta de 1,74%, indo a R$ 5,154, em seu maior valor desde 28 de março (R$ 5,165), impulsionado justamente pelas apostas sobre juros nos Estados Unidos.

Nesta quarta, porém, o mercado reduziu essa aposta, após a criação de empregos no setor privado americano em setembro ficar abaixo das expectativas. Segundo o relatório ADP, foram criadas 89 mil novas vagas no mês passado, bem abaixo da expectativa (160 mil) e do número registrado em agosto (177 mil).

Um mercado de trabalho mais fraco do que o previsto pode contribuir para a desaceleração da inflação americana, reduzindo o poder de compra da população. Isso reduz a probabilidade de que o Fed (BC dos EUA) vá subir os juros mais uma vez este ano.

Essa mudança de perspectiva, combinada à forte desvalorização dos preços do petróleo, fez com que os juros dos títulos do Tesouro americano, os chamados "treasuries", recuassem nesta quarta depois de vários dias em alta, levando os ativos de risco globais a se recuperarem.

O juro para o treasury de 10 anos caiu de 4,7955% na véspera para 4,7309%. A taxa para o título com vencimento de 30 anos foi de 4,925% para 4,867%.

Depois de registrarem fortes quedas na véspera, as bolsas americanas tiveram leve recuperação. o S&P 500 encerrou com ganhos de 0,81% e o Dow Jones, com 0,39%. O Nasdaq subiu 1,35%

No Brasil, os juros futuros acompanharam o movimento dos pares americanos e também cederam. A taxa do título do Tesouro prefixado com vencimento em 2026 caiu de 11,01%, ontem, para 10,91% nesta quarta. O juro do título para 2029 cedeu de 11,75% a 11,67%.

Treasuries

Os rendimentos dos títulos americanos de longo prazo, os chamados "treasuries", vêm escalando nas últimas semanas, desde que o Fed sinalizou, no fim de setembro, que pode promover uma nova alta de juros nos EUA ainda em 2023.

Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se valorizar globalmente, já que as taxas aumentam a atratividade da renda fixa americana, tida como um dos investimentos mais seguros do mundo. Assim, os investidores colocam mais dinheiro nos Estados Unidos, o que fortalece o dólar.

No Brasil, os ativos locais também foram impactados pela subida dos títulos americanos, justamente com a preferência de investidores pela renda fixa dos EUA. Desde 19 de setembro, um dia antes de o Fed sinalizar uma possível nova alta de juros, o dólar acumula alta de 5,73% em relação ao real.

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