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Startup quer bater recorde de financiamento coletivo, efeito dos treasuries na alta do dólar e o que importa no mercado

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São Paulo

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Startup da Semana: Positiv.a

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2016, é uma marca de produtos naturais para o corpo e para a casa. Em seu portfólio, estão itens como bucha vegetal, sabão de coco em pó e pano de prato orgânico.

Em números: a startup abriu na última semana uma captação na plataforma de equity crowdfunding (financiamento coletivo) Kria para levantar R$ 9 milhões, em uma oferta que a avalia em R$ 45 milhões.

  • O investidor poderá participar da oferta com um aporte a partir de R$ 5 mil, e a rodada poderá ser encerrada a partir de 60% do valor captado (R$ 6 milhões).
  • Caso atinja os R$ 9 milhões pretendidos, a rodada da Positiv.a será a maior feita via crowdfunding no país. A liderança hoje é da Eqseed, plataforma de financiamento coletivo que levantou R$ 7,5 milhões.
A startup de produtos de limpeza Positiv.a ampliou em setembro seu repertório, com uma nova linha de produtos de autocuidado 100% ecológicos
Startup Positiv.a tem linha de produtos para casa e higiene pessoal - Divulgação

Que problema resolve: a empresa desenvolve produtos para casa e higiene pessoal com o propósito sustentável.

Além das embalagens feitas de plásticos e papéis 100% reciclados, a Positiv.a cita outros números para ressaltar seu compromisso ambiental, como ter evitado a poluição de 1,5 milhão de litros de água e reutilizado mais de 1,4 tonelada de redes de pesca.

Por que é destaque: além do potencial de a rodada superar o recorde de investimento via crowdfunding, a empresa aposta na redução do custo de fabricação dos seus produtos para torná-los mais acessíveis à população.

  • Para isso, ela acaba de aportar R$ 8 milhões em sua fábrica própria com a finalidade de aumentar a capacidade produtiva para 1.2 milhão de unidades ao ano.

Números do mercado

O volume de investimentos em startups da América Latina foi de US$ 554 milhões (R$ 2,87 bilhões) em setembro, uma queda de 54% em relação ao mês anterior. O resultado, porém, não necessariamente é uma má notícia.

O tombo esteve concentrado nas rodadas de dívida das empresas, modalidade mais adotada em tempos de vacas magras no setor e que costuma servir como um respiro para as startups.

Quando consideradas apenas as rodadas de equity, que envolvem investimento em troca de participação acionária nas empresas, foram US$ 514 milhões (R$ 2,6 bi) em setembro. É o segundo melhor resultado do ano nesse recorte –atrás apenas de julho (US$ 608 milhões).

Os números foram fornecidos pela plataforma Sling Hub.


Startup aposta na descriminalização da cocaína para crescer

Uma startup que acaba de ser listada na Bolsa do Canadá defende uma ideia para enfrentar a guerra às drogas: a descriminalização de narcóticos pesados, como a cocaína.

  • O próprio modelo de negócio da Safe Supply Streaming depende disso, mostra a Bloomberg.
  • Ela pretende ser uma holding de empresas que atuam no segmento, como fabricantes de tiras de teste de fentanil, clínicas de tratamento de dependência e bebidas energéticas contendo folha de coca.

Em números: a empresa estreou na Bolsa na última quarta (4), com valor de mercado em US$ 8,6 milhões (R$ 44,4 milhões). Foi uma queda em relação a sua rodada de financiamento mais recente, quando foi avaliada em US$ 14,6 milhões (R$ 75,4 milhões).

Aos investidores, ela tem dito que o potencial do mercado de cocaína legal na província canadense da Colúmbia Britânica, que recentemente descriminalizou a droga, poderia chegar a US$ 2,3 bilhões (R$ 11,8 bilhões).

O experimento no território canadense, que também descriminalizou drogas como heroína e metanfetamina, começou no início deste ano.

  • Ele se soma a outros testes feitos no mundo, como na cidade de Berna, na Suíça, que terá um programa piloto para legalizar a venda de cocaína.

A principal política pública de descriminalização de drogas pesadas no mundo acontece em Portugal, que rebaixou a gravidade legal do consumo de entorpecentes para contraordenação –similar à contravenção no Brasil – em 2001.

  • Desde então, o país teve uma redução expressiva no número de usuários de heroína e cocaína, assim como na cifra de contágios relacionados à utilização de entorpecentes.
  • Nos últimos meses, porém, a política de descriminalização entrou em xeque com a piora de diversos indicadores que acompanham o consumo de drogas no país, como mostrou a Folha.

Como os treasuries afetam seus investimentos

A disparada recente do dólar aqui no Brasil tem um principal culpado: os treasuries, os títulos do Tesouro americano.

Entenda: semelhantes aos títulos do Tesouro Direto aqui no Brasil, esses papéis financiam a máquina pública e têm suas taxas e preços variando diariamente em relação inversamente proporcional).

Em números: o título com vencimento em 10 anos saiu de uma taxa de 4,18% no início de setembro para atuais 4,78%. O de 30 anos foi de 4,29% a 4,95%.

  • Essa disparada nas taxas gera um cenário curioso: os treasuries, considerados como os ativos de menor risco no mundo, acumulam desvalorização de 42% nos últimos três anos.

Por que as taxas subiram? O mercado acredita cada vez mais que os juros americanos de referência, hoje em um intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, devam ficar num patamar alto por mais tempo.

O azedume começou na última reunião do Fed (Federal Reserve, BC americano), quando os membros indicaram a possibilidade de um novo aumento neste ano –algo que os analistas descartavam até então.

Ele piorou na última sexta (6), quando o relatório de emprego nos EUA (payroll) mostrou que o mercado de trabalho está mais aquecido do que eram as expectativas do mercado.

Menor taxa de desemprego e maiores salários tendem a gerar mais inflação, e, assim, dificultar seu combate, ao demandar doses prolongadas de juros altos.

Por que impactou no preço do dólar? Quando o tipo de investimento mais seguro do mundo tem um rendimento maior, é natural que atraia mais dinheiro de grandes fundos, que movimentam bilhões.

Nesse caso, o saque dos recursos acontece em locais que são considerados mais arriscados, como é o caso do Brasil e outros países emergentes. Com menos dólares circulando aqui, o seu preço sobe.


Fusões e aquisições melhoram no 2º semestre

As fusões e aquisições registradas até aqui no segundo semestre indicam uma retomada nesse nicho de mercado no país. Essa é a visão de advogados ouvidos pela Folha que fazem parte de escritórios especializados nesse tipo de transação.

O que explica: a segunda parte do ano vinha sendo marcada pelo processo de queda da Selic no Brasil e ânimo no mercado –até o Fed ter indicado mais juros, como explicamos acima–, o que atraiu investidores estrangeiros para cá.

  • O mesmo cenário não existia no começo do ano, quando crises como a da Americanas azedaram o mercado.
  • Nesse período, dominaram os negócios de caráter financeiro, ou seja, aqueles protagonizados por empresas que levantaram dinheiro para sobreviver.

Os principais M&As do ano até agora no segundo semestre:

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