Calor e consumo recorde acionam térmicas, Natura vende mais uma e o que importa no mercado

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São Paulo

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Calor gera consumo recorde de energia

A onda de calor que atinge principalmente o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil levou a um novo recorde no consumo diário de energia no país nesta terça, superando a marca registrada na segunda.

Em números: a demanda bateu 101.437 MW (megawatts) às 14h24 desta terça. O maior nível antes dessa semana havia sido de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano.

Há ameaça ao sistema de energia? O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) garante que não há riscos de abastecimento.

  • Os reservatórios das hidrelétricas permanecem em níveis confortáveis para esta época do ano e a geração de energia eólica e solar vem garantindo cerca de 20% da demanda.
  • O atendimento dos horários de pico à noite, quando solares e eólicas geram menos, é um dos desafios do sistema.
  • O ONS vem despachando térmicas, que vendem energia mais cara, para garantir o atendimento dos picos. Na segunda, elas contribuíram com 10.000 MW para complementar a oferta.

O que explica a onda de calor: a soma de um bloqueio de pressão atmosférica, do El Niño e das mudanças climáticas –que aumentam a frequência de eventos extremos, dizem especialistas.

Mais sobre o calorão


Venda fechada

A Natura anunciou nesta terça (14) a venda da rede de lojas de cosméticos The Body Shop por cerca de 207 milhões de libras (R$ 1,25 bilhão) para a gestora alemã Aurelius Investment.

Em números: o acordo ainda prevê um "earn-out" de 90 milhões de libras (R$ 545 milhões), o que elevaria o negócio em caso do cumprimento de metas para quase 300 milhões de libras (R$ 1,8 bi).

O valor pago agora pela gestora alemã é inferior ao desembolsado pela Natura em 2017, quando comprou a britânica da L'Oréal por 1 bilhão de euros (R$ 5,27 bi na cotação de hoje, sem considerar a inflação do período).

A The Body Shop tem cerca de 2,8 mil lojas em mais de 70 países, com produtos para cabelo, rosto, corpo e maquiagem.

  • Ela já foi ícone de cosméticos sustentáveis, com uma postura ativista sobre o consumo de produtos de beleza, mas, para a Natura, a marca envelheceu e precisa ser repaginada.

Esta é a segunda venda relevante que a Natura faz neste ano. Em abril, a multinacional brasileira negociou a marca australiana Aesop com a L'Oréal por US$ 2,5 bilhões (R$ 12,5 bi).

A atual estratégia da empresa é de fazer um "detox" depois de ter adquirido essas marcas na década passada, quando apostava em uma frente de internacionalização e acabou aumentando seu endividamento.

Agora, o objetivo da nova gestão da Natura é diminuir a alavancagem e voltar a se concentrar nas suas duas grandes marcas –Natura e Avon–, com o tradicional modelo de venda direta e a integração com suas quatro milhões de consultoras.

A integração das operações entre as duas marcas na América Latina ainda apresenta gargalos. Revendedoras reclamam do atraso na entrega de produtos da Avon e da pouca quantidade de produtos Natura disponível nas promoções.


Meta e Amazon contra TikTok

A Amazon e a Meta estão testando um recurso para permitir que usuários do Facebook e Instagram comprem produtos vendidos pela gigante do varejo sem precisar sair da rede social.

Entenda: a ferramenta solicita aos usuários que vinculem suas contas da Amazon aos perfis nas redes sociais. Dessa forma, eles conseguem ver não só o preço do produto que aparece no anúncio, mas também estimativas de entrega e outros detalhes do item.

O que explica a parceria? As duas big techs uniram forças para enfrentar um inimigo em comum: o TikTok.

A plataforma chinesa lançou neste ano nos EUA o TikTok Shop, ferramenta que permite a compra de produtos que aparecem em vídeos curtos –patrocinados ou não– sem sair do app.

  • O modelo também funciona para o livecommerce, modelo em que influencers mostram produtos que podem ser comprados durante a transmissão.

O que Meta e Amazon ganham com a parceria:

  • A dona de Facebook e Instagram pode ver um impulso em sua receita com anúncios, com propaganda pagas por empresas que vendem via marketplace da Amazon;
  • A varejista pode ganhar um novo canal para os produtos que estão em sua plataforma, em que cada venda feita ela ganha uma comissão.

Bolsa na máxima de dois anos

Os ventos positivos do mercado americano impulsionaram a Bolsa brasileira para fechar esta terça no maior patamar desde 3 agosto de 2021. A alta diária foi de 2,28%, a 123.166 pontos.

  • O movimento também chegou ao câmbio, e o dólar encerrou em baixa de 0,93%, a R$ 4,86, menor valor desde 18 de setembro.

O que explica: os dados da inflação americana de outubro animaram os investidores assim que foram divulgados. O índice de preços chegou a 3,2% no acumulado em 12 meses, queda em relação aos 3,7% em setembro.

  • Se antes ainda havia dúvida no mercado acerca de uma nova alta de juros promovida pelo Fed (Federal Reserve, BC americano), agora já é quase consenso que o ciclo de alta acabou.
  • A discussão mudou para quando os juros começarão a cair no país, e a expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual já em maio.

Expectativa por menos juros nos EUA significa maior apetite a risco dos investidores, que sacam recursos dos títulos do Tesouro americano para buscar maiores retornos. O cenário beneficia a Bolsa e moedas de países tidos como mais arriscados, como o Brasil.

Também merecem destaque

↳ A Vale subiu 3,21% no dia, também ajudada pela expectativa de que o banco central da China aumente a liquidez na economia local. O país é o principal comprador do minério brasileiro.

↳ As ações do Magazine Luiza fecharam em leve alta de 1,7% depois de terem iniciado o dia em queda de mais de 10%.

  • Esses ajustes reduziram o patrimônio líquido em R$ 829,5 milhões, mas o impacto foi em parte compensado pelo reconhecimento de R$ 688,7 milhões em créditos tributários no segundo trimestre.
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