Mais um leilão sob Lula frustrado, volta do imposto pode frear elétricos e o que importa no mercado

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São Paulo

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Mais um leilão frustrado

O leilão da chamada "Rodovia da Morte", trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares (MG), não recebeu propostas e deve ficar para 2024.

O governo previa mais de R$ 10 bilhões em investimentos com a concessão, cujo contrato seria de 30 anos. Esta é a terceira tentativa de leiloar o trecho –as outras foram em 2021 e 2022.



Por que rodovia da morte? Pelo alto índice de acidentes fatais e congestionamentos.

A parte mais crítica fica entre Belo Horizonte e o município de João Monlevade, um percurso sinuoso de 116 quilômetros com subidas e descidas acentuadas. A solução estaria na duplicação das vias, algo previsto no edital da concessão.

Leilões frustados: esta não é a primeira tentativa de concessão do governo Lula (PT) que termina sem interessados. Um leilão de terminal em Porto Alegre previsto para agosto também foi cancelado pelo mesmo motivo.

  • Os certames que receberam propostas foram disputados por bem menos concorrentes que de costume –a maioria com apenas dois.
  • As empresas reclamam da alta taxa de juros, que deixa pouco atrativo o retorno previsto pelos projetos.

Volta do imposto pode frear elétricos

A volta a partir de janeiro do imposto de importação sobre carros híbridos e elétricos, mesmo que gradual e em cotas, surpreendeu as montadoras, que esperavam por um período maior de transição.

A avaliação é de que o tributo será repassado ao consumidor final e deve afetar principalmente os modelos de entrada, freando uma escalada nas vendas de veículos menos poluentes no Brasil.

Entenda: a nova regra foi publicada no dia 10 pelo Comex (Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior), um órgão do governo. Ela veio após pressão da Anfavea, entidade que representa grandes fabricantes que atuam no país.

A norma estabelece que as empresas têm prazos para obter isenção de imposto dentro de valores predeterminados.

  • No caso dos carros 100% elétricos, as cotas serão de US$ 283 milhões até junho de 2024, de US$ 226 milhões até julho de 2025 e de US$ 141 milhões até 30 de junho de 2026.
  • A retomada da cobrança também ocorrerá em etapas. Ela partirá de 10% em janeiro sobre o que ultrapassar a cota até chegar aos mesmos 35% dos modelos a combustão em julho de 2026.

A isenção do imposto de importação para veículos elétricos começou em outubro de 2015 e aqueceu o setor desde então. Os emplacamentos desses veículos no país passaram de 1.091 em 2016 para 67.047 unidades de janeiro a outubro deste ano.

A Anfavea diz que "o longo período de isenção foi importante e suficiente para a introdução dessas tecnologias no Brasil, e o aumento gradual do Imposto permitirá ainda a importação desses veículos sem grandes impactos nos próximos anos".


Táxis-autônomos geram dor de cabeça

Uma série de incidentes envolvendo os chamados taxis-autônomos tem gerado preocupação nas cidades americanas em que esses veículos circulam.

Entre os problemas gerados, estão mais acidentes, congestionamentos e um aumento na demora para resposta a emergências, disseram policiais, bombeiros e outros funcionários das cidades.

O problema chegou ao ponto de a Cruise, de General Motors, decidir em outubro interromper temporariamente as operações de seus veículos autônomos em todo o país.

  • Outras operadores relevantes do mercado são a Waymo, que pertence à Alphabet, dona do Google, e a Zoox.

O que explica os incidentes: depois de testes em várias cidades americanas ao longo dos anos, agora as empresas conseguiram a liberação de governos locais para operar os veículos sem a presença de uma pessoa supervisionando as operações dos táxis-autônomos.

  • Isso gera casos em que os carros param no meio da rua até que alguém venha os retirar, mas também acidentes mais graves, como quando um veículo da Cruise atropelou e arrastou um pedestre em São Francisco.

A cidade da Califórnia que também é conhecida por sediar diversas empresas de tecnologia é a que convive há mais tempo com carros autônomos –pelo menos desde 2009, quando o Google passou a testá-los.

Por lá, mais de 600 incidentes envolvendo veículos robô foram documentados de junho de 2022 a junho de 2023, de acordo com a Agência de Transporte Municipal da cidade.


Bolsa e dólar disparam na Argentina

A Bolsa da Argentina abriu em disparada no primeiro pregão após a vitória do ultraliberal Javier Milei nas eleições.

  • Ele é o mais usado pelos argentinos com as limitações do governo para a compra da moeda oficial.

Em números: o índice Merval, o principal da Bolsa de Buenos Aires, registrou alta de 22%. Algumas empresas subiram mais ainda, como a estatal do petróleo YPF, que disparou 38%, e a Telecom Argentina, com alta de 33%.

O dólar paralelo saltou 13%, para 1.075 pesos. Em relação ao dólar "atacadista", uma das cotações oficiais, que está cotado a 356 pesos, a diferença passou para mais de três vezes.

O que explica:

A alta das ações reflete uma expectativa no mercado de que Milei irá descontinuar as políticas de controles de preços no país, que afetam principalmente os setores de energia e combustíveis.

↳ A disparada do dólar paralelo era esperada diante da proposta do candidato vitorioso de dolarizar a economia, que indica uma corrida em busca da moeda americana.

Vale investir no país? Os analistas se dividem. Aqueles que recomendam a compra dos papéis ressaltam a necessidade de mirar o longo prazo, enquanto os que se opõem citam as incertezas econômicas locais e preferem observar à distância.

Para os investidores que optarem por entrar no mercado argentino, as recomendações passam por papéis de empresas que atuam sob atuais limites de preços –energia elétrica, petróleo e gás natural– e de companhias do setor financeiro.

A sugestão é que a compra do papel seja feita no mercado americano, onde são negociados os ADRs (recibos das ações) de empresas argentinas. Dessa forma, o investidor evita o risco cambial do peso argentino.

Hoje, fintechs, corretoras e bancões brasileiros já permitem a abertura de uma conta internacional para operar ativos no exterior, como nos EUA.

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