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Novos capítulos da novela entre Sam Altman e OpenAI, a inflação do azeite e o que importa no mercado

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São Paulo

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Novos capítulos da novela Altman-OpenAI

A expulsão sumária na última sexta (17) de Sam Altman como CEO da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT, se tornou uma novela.

Apenas nas últimas 24 horas, temos uma CEO que ficou no cargo por pouco mais de um dia, Altman sendo contratado pela Microsoft mas com intenções de voltar e um cientista apontado como responsável pela demissão pedindo a renúncia dos próprios colegas.

Celular com logo da OpenAI e foto de Sam Altman ao fundo - OLIVIER DOULIERY/AFP


Uma linha do tempo pode ajudar a entender os últimos capítulos:

Sexta (17): conselho da OpenAI demite Altman com o argumento de que ele não estava franco nas comunicações com o colegiado.

  • Nos bastidores, porém, o desligamento foi atribuído a preocupações sobre o compromisso do executivo com a missão de garantir uma IA segura e benéfica.
  • O apontado como principal responsável pela decisão foi o cientista-chefe da empresa, Ilya Sutskever (guarde este nome).

↳ Domingo (19): OpenAI anuncia Emmett Shear, cofundador da plataforma de streaming Twitch, como novo CEO interino.

  • Horas antes, Altman havia ido à empresa com um crachá de convidado e postado no X (ex-Twitter): "Primeira e última vez que uso um desses".

↳ Segunda (20): na madrugada, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, anuncia a contratação de Altman e Brockman para liderar uma equipe de pesquisa em IA da empresa. As ações da big tech, que é a principal investidora da OpenAI, fecharam em alta de 2%, em sua máxima histórica.

  • 738 dos 770 funcionários da OpenAI encaminham uma carta ao conselho em que pedem a volta de Altman e ameaçam se juntar à equipe dele na Microsoft caso os membros do colegiado não renunciem.
  • Entre os signatários, estão a CEO por um dia, Mira Murati, e Ilya Sutskever, o cientista-chefe, que postou no X que lamenta profundamente a sua "participação nas ações do conselho".
  • Também compõem o órgão Adam D'Angelo, executivo-chefe do Quora, a empreendedora de tecnologia Tasha McCauley, e Helen Toner, do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente.
  • Segundo o site The Verge, a ida de Altman para a Microsoft não está fechada e ele poderia voltar à OpenAI com a renúncia dos atuais conselheiros da startup.

Azeite de oliva dispara

Se você fez compras no supermercado recentemente, deve ter reparado na inflação do azeite de oliva, que disparou.

Não é só uma impressão: os preços do produto saltaram 30% nos últimos 12 meses, e só no mês passado o item ficou, em média, 5,32% mais caro, de acordo com o IPCA.



O que explica? A seca em grandes países produtores, principalmente Espanha e Itália, que tiveram queda de 56% e de 27% na produção, respectivamente.

  • Ao lado de Grécia e Portugal, os países são responsáveis por cerca de 70% de todo o azeite do mundo.
  • As oliveiras exigem calor e tempo seco para crescer, mas em altas temperaturas, deixam de produzir frutos.

Como pano de fundo, a culpa é da crise climática, que tornou mais frequente a ocorrência de eventos extremos –outros exemplos são o calorão da semana passada em boa parte do Brasil e as atuais enchentes no Sul do país.

Como a produção brasileira do azeite de oliva ainda é incipiente –1% de tudo o que o país consome–, os preços aqui são diretamente afetados pelo que acontece nas oliveiras lá de fora.

Vai melhorar? Não no curto prazo, dizem os representantes das empresas que vendem no país.

  • A safra atual acabou de começar, mas deve ter uma produção similar a de 2022, registrada como a pior da história.

Não é só aqui: na Espanha, os supermercados começaram a colocar cadeados e etiquetas antifurto nas embalagens maiores de azeite de oliva. Lembra um pouco o que aconteceu por aqui quando os preços das carnes dispararam.


Bayer condenada em valor bilionário

Um júri do Missouri, nos EUA, determinou que a Bayer, dona da Monsanto, pague US$ 1,56 bilhão (cerca de R$ 7,6 bilhões) a quatro pessoas que alegaram que o herbicida Roundup causou lesões e doenças, incluindo câncer.

A decisão: o júri considerou a Monsanto culpada pelas alegações de negligência, defeitos de design e por não alertar as pessoas sobre os potenciais perigos do uso do Roundup.

Três pessoas foram diagnosticadas com linfoma não Hodgkin. Eles alegaram que a doença foi causada pelo uso do herbicida em suas propriedades familiares.

Os danos punitivos podem ser reduzidos em recurso, pois excedem a orientação da Suprema Corte do país.

Outro lado: a Bayer afirmou que décadas de estudos mostraram que o Roundup e seu ingrediente ativo, o glifosato, são seguros para uso humano.

  • Ela também disse que possui argumentos sólidos para reverter as decisões recentes em recurso.

A decisão é a quarta derrota consecutiva nos tribunais para a Bayer, depois de a empresa ter sido considerada isenta de responsabilidade em nove julgamentos consecutivos.

Reação: após a decisão, as ações da Bayer caíram quase 18% nesta segunda, atingindo o seu nível mais baixo em 14 anos.


Bolsa na máxima de 2 anos; ações argentinas disparam

Em dia de negociações reduzidas pelo feriado do Dia da Consciência Negra em algumas cidades, a Bolsa brasileira voltou a romper o recorde recente ao fechar em alta de 0,95%, a 125.957 pontos. É o maior patamar desde julho de 2021.

  • O dólar recuou 1,10%, para R$ 4,85, o nível mais baixo em três meses.

O que explica: mais uma vez o cenário externo deu o tom dos negócios por aqui.

  • Nos EUA, os dados de inflação da semana passada e a confiança de que o Fed (Federal Reserve, BC americano) não vai subir os juros mantiveram o bom humor dos mercados.
  • Na China, medidas de apoio do governo ao setor imobiliário impulsionaram as cotações do minério de ferro e carregaram junto as ações da Vale, que subiram 2,45%.

Ações argentinas sobem… nos EUA, já que o mercado local não abriu com o feriado no país.

… E peso deve abrir em queda: essa é a expectativa do mercado para esta terça, diante da proposta de Milei para dolarizar a economia.

  • A ausência da medida no discurso de vitória, porém, chamou atenção.
  • Para analistas, ela levantou dúvidas acerca da prioridade do futuro governo sobre o assunto, e deve evitar uma queda maior da moeda argentina.
  • Os investidores também estão atentos sobre quem será nomeado como futuro ministro da Economia do país.
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