Descrição de chapéu tecnologia BNDES

Mercadante avalia criar linha de crédito de R$ 2 bi para inteligência artificial

Presidente do BNDES também defendeu a criação de uma rede brasileira voltada para a tecnologia

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São Paulo

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, disse em seminário realizado na terça-feira (21) que vai avaliar a criação de uma linha de crédito de R$ 2 bilhões voltada para inteligência artificial (IA) e defendeu a criação de uma rede de discussão sobre a tecnologia.

"Vou sugerir que a gente avalie a criação de uma linha de crédito de R$ 2 bilhões incluindo a Finep [Financiadora de Estudos e Projetos] e a Embrapii [Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial] para ver como vamos alavancar esse setor", disse Mercadante no evento "O impacto da inteligência artificial no Brasil", realizado na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

"Vamos discutir com MCTI [Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação], Mdic [Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], órgãos de governo, academia e outros parceiros, para criarmos a Rede Brasileira de Inteligência Artificial. Um grupo permanente de reflexão e intervenção", afirmou.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante - Ricardo Moraes - 6.fev.2023/Reuters

O presidente do BNDES disse na apresentação que o Brasil tem a chance de sair na frente nessa virada tecnológica, marcada no último ano pela ascensão das IAs generativas, que produzem, por exemplo, textos, imagens e vídeos a partir de comandos do usuário.

Mercadante afirmou, no entanto, que é necessário observar como os países na vanguarda da IA, como Estados Unidos e China, vão lidar com a regulação da tecnologia antes de o Brasil avançar no assunto.

"O tema da regulação [da IA] é um grande desafio, mas nós temos de ver como é que os outros países vão avançar antes de nós nos precipitarmos por uma coisa que nós não temos acúmulo em vivência."

"Nós temos de andar com realismo, mas nós temos de ser pragmáticos, saber usar essa tecnologia, tendo consciência dos riscos, inclusive o impacto no mercado de trabalho, mas usar para melhorar, em boas práticas, melhorar a eficiência da economia, melhorar o desenvolvimento da sociedade", disse.

Na fala de abertura, Mercadante também abordou o balanço referente ao terceiro trimestre deste ano, divulgado pelo BNDES na semana passada.

No período, o banco de fomento teve alta de 21,3% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto os desembolsos para investimentos na economia cresceram 18,4%.

Apesar dos números positivos, a direção do banco estatal dedicou parte da apresentação para traçar um cenário mais pessimista caso não consiga alongar suas transferências ao Tesouro Nacional.

"Temos buscado combinar a atividade final do banco também com o papel histórico do BNDES de formular políticas públicas, de discutir temas estratégicos para o Brasil, como foi ao longo da nossa história", disse Mercadante no seminário.

O evento realizado nesta terça discutiu os desafios e oportunidades do uso de IA no país com foco no emprego e na educação.

Houve painéis sobre o assuntos do pesquisador Alexandre Nascimento, afiliado à Universidade de Stanford, do ex-diretor da OCDE, Andrew Wyckoff, do subsecretário de Projetos Tecnológicos e Inovação da prefeitura do Rio de Janeiro, Vinícius Wu, e do diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi.

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