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Monitor da inflação global: compare o Brasil com outros países

Pesquise 196 nações e compare a alta de preços entre eles em gráficos interativos

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São Paulo

Após a pandemia de Covid e guerra da Ucrânia, a economia global pode sofrer novos impactos diante da guerra entre Hamas e Israel, a depender da extensão e dos rumos do conflito.

As projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a inflação global dos próximos anos ainda podem ser recalculadas a partir desse novo choque, em especial no Oriente Médio. Os dados, no entanto, mostram que, até agora, 2023 representa um ano de forte queda inflacionária.

A instituição prevê recuo dos 8,7% registrados em 2022 para 6,9% em 2023. Para 2024, estima uma inflação global de 5,8%.

O gráfico interativo abaixo mostra o comportamento da inflação no mundo nas últimas décadas, a projeção do FMI para os próximos anos e a comparação com a alta de preços no Brasil.

A ferramenta interativa permite o mesmo para 196 países, basta selecionar o nome desejado na barra de pesquisa.

Brasil e mundo

Montagem com gráfico das principais economias do mundo e três globos, Américas, Ásia e Europa
Monitor da inflação global acompanha um dos principais indicadores econômicos de 196 países - Arte/infografia

Oriente Médio

Brics

No grupo dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brasil ficou em uma linha intermediária nas últimas décadas. Em boa parte do período analisado, a Rússia registra a maior inflação entre os pares.

A forte crise financeira que a Rússia enfrentou em 1998, com a declaração da moratória, elevou tanto os preços (uma inflação de quase 85%) que distorce a análise do resto do bloco. Sem o país no gráfico, é possível perceber melhor a oscilação individual da alta de preços.

Em crises mundiais, como a de 2008, derivada do estouro da bolha de hipotecas no mercado financeiro americano, a inflação sobe em todos os países.

Já entre 2008 e 2013, a Índia tem o maior registro, com uma inflação motivada por condições climáticas adversas e problemas com a produção agrícola.

"O rápido crescimento populacional também contribuiu para a pressão sobre recursos e a demanda por alimentos e outros bens essenciais, acelerando a inflação", diz André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

América Latina

Para a América Latina, a inflação geral (sem considerar Argentina e Venezuela) está diminuindo e pode atingir 5% em 2023, em comparação com 7,8% em 2022.

Sem considerar a Venezuela, que altera a escala dos países vizinhos ao bater na casa dos milhares, e a Argentina, cuja inflação anual supera 120%, o Uruguai apresentou um dos índices mais altos nos últimos anos.

Em 2002, o país enfrentou uma crise econômica com impactos significativos na alta de preços. Ela foi desencadeada pela recessão econômica global, pela crise financeira na Argentina, um importante parceiro, e por problemas domésticos, que desvalorizaram muito o peso uruguaio.

Já a Argentina, que passou por uma recessão profunda no início dos anos 2000, com mais de 40% de inflação acumulada em 2002, se recupera em 2003 e volta a mudar de patamar inflacionário a partir de 2010. Em 2019, chega a 53,8% e a quase 95% no auge da pandemia.

Brasil

Os maiores picos inflacionários no Brasil desde a criação do real foram durante a pandemia, na recessão de 2015, que culminou no impeachment de Dilma Rousseff (PT), e em 2002, ano marcado pela eleição presidencial que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela primeira vez.

Compare, abaixo, a alta de preços brasileira com a de qualquer país:

G7

Entenda a metodologia

A reportagem utiliza os últimos dados de inflação anual do FMI, que serão automaticamente atualizados nos gráficos acima à medida que a instituição fizer novas projeções. São 227 países ou blocos, como G7 e Brics. Optou-se pelo recorte inicial de 1996, não de 1994, ano de criação do real, porque a inflação começa a se estabilizar após uma das maiores crises de alta nos preços. Esse recorte facilita a visualização das décadas mais recentes. A inflação global do FMI é calculada a partir de uma média geométrica, que pondera o peso de cada país na economia global. Para usar a ferramenta, basta digitar o nome do país desejado.

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