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Motor a etanol para máquina agrícola é anunciado em feira na Alemanha

Desenvolvido pela John Deere, ele se soma a outras iniciativas do mercado em busca de substituir o diesel, como biometano, gás liquefeito e energia elétrica

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Ribeirão Preto

Um motor movido a etanol para o mercado agrícola foi anunciado pela John Deere em Hannover (Alemanha), que sedia a Agritechnica, principal feira de máquinas agrícolas no mundo, como alternativa ao uso do diesel no campo.

A fabricante de máquinas agrícolas, de construção e florestal afirma que, pelo fato de o etanol ser um combustível de alta octanagem, é uma opção viável para os motores de combustão interna de alto desempenho.

Visitantes da Agritechnica, feira agrícola que ocorre nesta semana em Hannover, na Alemanha
Visitantes da Agritechnica, feira agrícola que ocorre nesta semana em Hannover, na Alemanha - Agritechnica no Facebook

A iniciativa de substituição do diesel pelo etanol se soma a outras apresentadas na própria Agritechnica e também por outros fabricantes. Máquinas movidas a biometano ou mesmo energia elétrica são apontadas como alternativas mais sustentáveis para a agricultura.

Segundo a John Deere, a solução anunciada na Alemanha será "amplamente focada no mercado brasileiro", que já conta com redes bem consolidadas de produção e distribuição de etanol, devido ao uso já difundido do combustível especialmente a partir de 2003, quando surgiu o motor flex para carros de passeio.

Um dos principais produtores de etanol do mundo, o Brasil moeu na safra 2023/24, iniciada em abril, 560,54 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região centro-sul, 14,06% mais que as 491,46 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra 2022/23, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Agritechnica foi realizada pela primeira vez após a pandemia da Covid-19 na Alemanha
Agritechnica foi realizada pela primeira vez após a pandemia da Covid-19 na Alemanha - Agritechnica no Facebook

Das 258 usinas ainda em operação na atual safra, 241 processam cana, 8 fazem etanol a partir do milho e 10 são flex.

A venda de etanol soma 18,21 bilhões de litros na safra vigente, 4,35% acima do registrado na safra anterior, em igual período.

"O motor a etanol é mais uma iniciativa para seguirmos liderando esta jornada de transformação, enquanto apoiamos os produtores em sua desafiadora missão de garantir segurança alimentar a uma população global crescente", disse, por meio de nota, o presidente da John Deere Brasil, Antonio Carrere.

Na Agritechnica, a Fendt também mostrou o trator E 107 Vario, movido 100% a energia elétrica.

Em dezembro do ano passado, a CNH Industrial apresentou protótipos de dois novos tratores, um movido a gás liquefeito e outro elétrico.

Mais silenciosos que os modelos existentes e com a proposta de reduzir custos e serem mais sustentáveis ambientalmente, os tratores foram concebidos com o objetivo de atender tanto produtores maiores, caso do veículo movido a gás liquefeito, quanto pequenos, foco da opção elétrica.

Um outro modelo da New Holland, fabricado na Inglaterra, é movido a biometano e usa dejetos de porcos para o abastecimento. Ele já está em uso em uma fazenda de Mato Grosso do Sul.

O anúncio da John Deere, conforme a empresa, vai ao encontro de metas de sustentabilidade para 2026 e 2030, que abrangem não só as emissões da empresa, mas também em ajudar a reduzir insumos e emissões de clientes e fornecedores. Entre elas estão apresentar até 2026 uma solução viável de motor de baixa/livre emissão de carbono e entregar um trator com sistema totalmente autônomo e elétrico ao mercado.

Trator elétrico T4, protótipo que foi apresentado pela CNH Industrial em Maricopa (EUA)
Trator elétrico T4, protótipo que foi apresentado pela CNH Industrial em Maricopa (EUA) - Marcelo Toledo-8.dez.22/Folhapress

A Agritechnica começou no último dia 12 e terminará sábado (18) em Hannover. Com 2.700 expositores de 53 países, tem a previsão de receber 400 mil visitantes de 135 nacionalidades.

A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) tem um pavilhão na feira que abriga nove empresas.

Uma delas é a SaveFarm, indústria gaúcha que levou para a Alemanha uma solução de inteligência artificial para pulverizadores, que segundo a empresa reduz o consumo de defensivos em até 95%.

Em sua primeira edição após o início da pandemia da Covid-19, ocorre em meio ao cenário global incerto, como os impactos da guerra da Rússia contra a Ucrânia e os desafios das mudanças climáticas.

Nesse ponto, a organização da feira cita em comunicado que já estão sendo implementadas por produtores europeus medidas para usar recursos de forma eficiente, como rotação de culturas e redução no consumo de diesel.

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