Após cinco anos de testes, o grupo CNH Industrial, por meio da New Holland Agriculture, deu início às importações do trator T6 Methane Power. Seu diferencial está no tipo de combustível utilizado, que pode ser gerado nas propriedades rurais.
Produzido na Inglaterra, o veículo é movido a biometano, processado a partir de dejetos de animais e de rejeitos agrícolas. Os públicos-alvo são os criadores de gado e de porcos, além das usinas de cana-de-açúcar.
A transformação do material orgânico no gás pronto para uso no trator é feita por meio de biodigestores. É uma forma de reduzir o consumo de combustível de origem fóssil –os tratores, em geral, são movidos a diesel– e de aproveitar um material que antes era visto apenas como problema.
O Brasil faz parte do grupo de países comprometidos em reduzir em 30%, até 2030, as emissões de metano, que provém de aterros, decomposição de matéria orgânica e, principalmente, da pecuária.
Trata-se de um exemplo de economia circular: o que antes se resumia a monturos de fezes e bagaço se transforma em combustível gerado na própria fazenda. O biogás pode ainda alimentar geradores e fornecer energia elétrica.
Gustavo Taniguchi, diretor de marketing comercial da New Holland Agriculture na América Latina, afirma que, a depender do tamanho da propriedade rural, o investimento extra nos tratores e na instalação de biodigestores pode ter retorno em um período entre dois e quatro anos
O T6 Methane Power ainda não teve o preço divulgado, mas deve custar 35% a mais que um modelo de mesma capacidade. O lançamento ocorre durante o Show Rural Coopavel, realizado na próxima semana (7 a 11) na cidade de Cascavel (PR).
De acordo com a New Holland, o trator é capaz de operar por cerca de oito horas. O reabastecimento com biometano é feito de forma semelhante aos dos carros movidos a GNV (gás natural veicular).
A empresa afirma que o ciclo de operação do T6 Methane reduz em 80% as emissões quando comparado a um motor a diesel.
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