O presidente-executivo da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu nesta sexta-feira (1°) a entrada do Brasil na Opep+, grupo composto pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e produtores aliados.
Em sua avaliação, o país deverá ingressar no grupo com um papel de cooperação e observação das decisões, mas sem participar do sistema de cotas de produção.
"Eles chamam outros países que não têm direito a voto e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelecesse cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobras que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota", afirmou o executivo.
O Brasil recebeu convite para entrar na organização durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Arábia Saudita nesta semana. O país, no entanto, ainda analisa a situação antes de dar uma resposta sobre o assunto, afirmou o Palácio do Planalto.
Segundo o presidente da Petrobras, o Brasil irá analisar as regras de funcionamento da plataforma para tomar uma decisão em junho do próximo ano.
Em junho, vai ter outra reunião onde aí certamente, em Viena, o Brasil vai levar e dizer 'olha, eu topo participar, estou dentro'. E aí passar a participar das reuniões como uma espécie de membro observador
Na quinta-feira (30), fontes já haviam dito à Reuters que o Brasil não deve participar de sistema de cotas de produção da Opep+, que pode levar a cortes no fornecimento de petróleo.
Uma das principais resistências para o Brasil participar das cotas é a Petrobras, que busca elevar sua extração no país, para ampliar a oferta de derivados no mercado interno. Além disso, a companhia obtém importantes receitas com exportações de petróleo.
O Brasil é o maior produtor de petróleo da América do Sul, com uma produção de 4,66 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (petróleo e gás) em setembro.
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