Descrição de chapéu petrobras

Brasil deve entrar na Opep+, mas não será sujeito a cotas, diz Prates

Presidente da Petrobras defende que Brasil não entre no sistema de divisão de produção de petróleo

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Rodrigo Viga Gaier Letícia Fucuchima
Rio de Janeiro | Reuters

O presidente-executivo da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu nesta sexta-feira (1°) a entrada do Brasil na Opep+, grupo composto pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e produtores aliados.

Em sua avaliação, o país deverá ingressar no grupo com um papel de cooperação e observação das decisões, mas sem participar do sistema de cotas de produção.

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, aponta o dedo durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro
Presidente da Petrobras defende entrada do Brasil na Opep+, mas sem participar do sistema de cotas de produção de petróleo - Mauro Pimentel - 02.mar.2023 / AFP

"Eles chamam outros países que não têm direito a voto e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelecesse cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobras que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota", afirmou o executivo.

O Brasil recebeu convite para entrar na organização durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Arábia Saudita nesta semana. O país, no entanto, ainda analisa a situação antes de dar uma resposta sobre o assunto, afirmou o Palácio do Planalto.

Segundo o presidente da Petrobras, o Brasil irá analisar as regras de funcionamento da plataforma para tomar uma decisão em junho do próximo ano.

Em junho, vai ter outra reunião onde aí certamente, em Viena, o Brasil vai levar e dizer 'olha, eu topo participar, estou dentro'. E aí passar a participar das reuniões como uma espécie de membro observador

Jean Paul Prates

presidente da Petrobras

Na quinta-feira (30), fontes já haviam dito à Reuters que o Brasil não deve participar de sistema de cotas de produção da Opep+, que pode levar a cortes no fornecimento de petróleo.

Uma das principais resistências para o Brasil participar das cotas é a Petrobras, que busca elevar sua extração no país, para ampliar a oferta de derivados no mercado interno. Além disso, a companhia obtém importantes receitas com exportações de petróleo.

Entenda a Opep+

  • O que é?

    A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) é uma coalizão de países produtores de petróleo que coordena as políticas de produção do produto. A Opep+ inclui produtores aliados.

  • Quantos membros tem?

    A Opep tem 13 membros. A Opep+ acrescenta outros 10.

  • Quem são os membros da Opep?

    Arábia Saudita, Venezuela, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Líbia, Kuwait, Iraque, Irã, Gabão, Guiné Equatorial, República do Congo, Angola e Argélia.

  • E da Opep+?

    Rússia, Cazaquistão, Azerbaijão, Malásia, México, Bahrein, Brunei, Omã, Sudão e Sudão do Sul. O Brasil recebeu convite para entrar na organização durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Arábia Saudita nesta semana.

  • Por que o Brasil foi convidado?

    O Brasil despertou interesse da Opep+ porque está entre os dez maiores países produtores de petróleo e é o maior produtor da América Latina desde 2016.

  • Qual a sua importância?

    Como reúne os maiores produtores do mundo, as decisões da Opep+ têm um impacto significativo nos preços do petróleo, afetando a economia global e a inflação para consumidores e indústrias.

  • Quais desafios o setor enfrenta?

    O grupo precisa se adaptar a mudanças nas dinâmicas do mercado, incluindo a ascensão de fontes de energia alternativas, a volatilidade da demanda global por petróleo e as crescentes tensões geopolíticas em regiões-chave.

O Brasil é o maior produtor de petróleo da América do Sul, com uma produção de 4,66 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (petróleo e gás) em setembro.

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