Diminuir o tamanho do Estado na nossa economia é muito importante, diz Ometto

Fundador da Cosan diz que geração de emprego pelo setor privado é mais significativo do que qualquer programa social

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São Paulo

O sócio fundador e presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto, afirmou nesta segunda-feira (11) que a presença do Estado na economia brasileira tem que ser limitada, e disse que a geração de empregos pelo setor privado é mais importante do que qualquer programa social, citando o "Minha Casa, Minha Vida".

"Eu acho que o melhor incentivo social que a gente tem que fazer, o melhor apoio social que a gente tem que fazer, é a criação de emprego", disse durante jantar de premiação do Grupo de Líderes Empresariais, Lide, no qual Ometto foi o principal homenageado.

"A criação de emprego é muito melhor que qualquer apoio à moradia, 'Minha Casa, Minha Vida' e todo esse apoio que a gente dá à população, que eu acho muito importante, mas o que é mais importante, o que é mais rico para a população, é a geração de emprego", completou.

Fundador, sócio controlador e presidente do conselho de administração do grupo Cosan, Rubens Ometto
Fundador, sócio controlador e presidente do conselho de administração do grupo Cosan, Rubens Ometto - Alan Santos/PR

A uma plateia de presidentes e vice-presidentes de grandes companhias, Ometto afirmou que a geração de empregos no país depende da classe empresarial, mas disse que, para isso, é preciso criar um ambiente de segurança e estabilidade jurídica.

"Hoje todo mundo fala em problema de juros, acho juros importantíssimos. Com a inflação sob controle, acho que a tendência é diminuição de juros. Mas é muito importante a diminuição do Estado na nossa economia ", disse.

"O Estado tem que estar limitado ao seu crescimento. As privatizações, o apoio à iniciativa privada é fundamental para que isso aconteça", completou sob aplausos dos empresários.

Ometto criticou os esforços de aumento de arrecadação da equipe do ministro Fernando Haddad (PT), dizendo que isso gera pressão sobre o Legislativo e o Judiciário. O empresário, contudo, reconheceu a força das instituições do país.

"Nossas instituições são muito firmes, são bem definidas, com Poder Judiciário, com Poder Legislativo, com Poder Executivo. Mas infelizmente, por uma sede, por uma vontade enorme de captação de recursos, causada, de um momento pelo arcabouço fiscal, da arrecadação como modelo, isso gera uma pressão enorme sobre o Judiciário, exerce uma pressão enorme sobre o Legislativo", declarou.

Sem citar as últimas disputas entre STF (Supremo Tribunal Federal) e Congresso, o empresário disse que esse ambiente de pressão leva o Judiciário a exercer um papel que não lhe cabe, como criar leis, enquanto o Legislativo, por sua vez, acaba se defendendo e "se mistura nessa balança".

"Nós não podemos ter essas três instituições se confundindo e saindo fora cada uma do seu quadrado", afirmou.

Dirigindo-se à plateia, Ometto disse que os empresários são os líderes do país, a elite intelectual, que "trabalha e faz o país crescer". E incentivou a participação do setor privado na política.

"E vocês, junto comigo, junto com todos que estão aqui, nós temos que começar a fazer um pouco de tudo isso. Não ter aquela definição de que o empresário não pode se dedicar à política. O empresário deve se dedicar a política. Uma política de bastidores", afirmou.

"Nós temos que usar a nossa força, o nosso poder, a nossa influência, a nossa intelectualidade para ajudar o nosso país a andar sob esses aspectos", concluiu.

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