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Bolsa sobe 0,6% e renova pontuação recorde

Dólar cai para R$ 4,86, após ata do Copom e queda nos juros americanos

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São Paulo

A Bolsa brasileira renovou o seu recorde nominal nesta terça-feira (19). O Ibovespa subiu 0,58%, a 131.851 pontos, nova máxima de fechamento, segundo dados da CMA. O recorde de pontuação máxima durante o pregão também foi batido, aos 132.047 pontos.

Na véspera, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo já havia atualizado a marca histórica, quando subiu 0,68%, a 131.083 pontos.

Em termos reais, porém, o recorde está longe. Se for considerada a inflação, o pico do Ibovespa seria de 177.098 pontos, quando corrigido pelo IPCA atual, e de 212.305 pontos, quando corrigido pelo IGP-M, ambos atingidos em maio de 2008, antes da crise financeira. Os cálculos são da Economatica.

Já o dólar fechou em queda de 0,83%, a R$ 4,8631. Na véspera, a divisa fechou a R$ 4,9033, em baixa de 0,70%.

Neste pregão, investidores refletiram a ata da última reunião de política monetária do Banco Central, que mostrou um Copom cauteloso, e a queda dos juros americanos em expectativa aos dados de inflação dos Estados Unidos que serão divulgados nesta sexta. Já a elevação de nota de crédito da S&P para 'BB' não teve grandes impactos, dizem analistas.

Gráficos das  flutuações dos índices de mercado no pregão da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Gráficos das flutuações dos índices de mercado no pregão da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. - Diego Padgurschi/Folhapress

Segundo agentes do mercado, a melhora na avaliação da S&P já era esperada e já estava precificada, uma vez que, agora, ela se assemelha à avaliação das demais agências de classificação de risco. Dessa forma, não teve grande influência no pregão desta terça.

Outro ponto de cautela é que a agência disse que a situação fiscal do país ainda preocupa. A agência de classificação de risco aponta que o déficit nas contas públicas segue elevado e que, caso a dívida pública aumente acima do esperado, a agência poderá revisar para baixo a nota do Brasil.

Na sessão, o risco-país medido pelo CDS (Credit Default Swap), caiu 1,30%, para 139 pontos, menor patamar desde 5 de março de 2020, antes da OMS (Organização Mundial de Saúde) decretar pandemia de coronavírus, o que aconteceu em 11 de março daquele ano. Em 2023, o indicador que atesta a capacidade do país pagar com suas contas, acumula aqueda de 46%.

"Na verdade, a S&P estava atrasada com relação às outras agências, a nota BB da S&P é equivalente a Ba2 da Moody e BB da Fitch. Acredito que o evento é positivo, mas sem grandes repercussões porque, na verdade, a S&P corrigiu a defasagem com relação à nota das outras agências, para ter efeito nos preços locais, teria que ser uma revisão para BB+ ou uma nota superior. Aí sim, estaríamos diante de uma novidade significativa", afirma Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

Em sua ata, o Copom também adotou um tom de cautela. O documento divulgado na manhã desta terça diz que "houve um progresso desinflacionário relevante, em linha com o antecipado pelo comitê, mas ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas [convergência em direção aos alvos perseguidos pelo BC] e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária".

Nos Estados Unidos, as Bolsas também subiram. O índice S&P 500 teve alta de 0,59% e o Dow Jones, de 0,68%. O Nasdaq sobe 0,66%. O movimento é beneficiado pela queda no rendimento do título de 10 anos do Tesouro americano, a 3,93%, de 3,95% na última sessão.

A queda de juros é uma antecipação aos novos dados sobre a inflação americana, que virão nesta sexta (22), e refletem a aposta de quedas de juros mais cedo nos EUA. Caso haja arrefecimento das pressões de preços, o Fed (BC dos EUA) pode ter de que afrouxar a política monetária no começo de 2024, o que tornaria o dólar menos atraente quando comparado a divisas arriscadas de retornos mais elevados, como o real.

Braskem

Na Bolsa brasileira, o destaque da sessão foi a Braskem, cujas ações saltaram 7,15%, a R$ 19,47 cada uma, após a agência de notícias Reuters reportar que o governo federal avalia que a Petrobras pode aumentar sua participação na empresa para facilitar uma eventual venda a investidores estrangeiros, após o agravamento do caso de afundamento do solo em área onde a petroquímica tem minas em Maceió.

Segundo a reportagem, o governo federal não vai permitir um fatiamento da petroquímica e também não irá liberar recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para empresas brasileiras interessadas na compra da Braskem.

Atualmente, a Petrobras tem 36,1% do capital total da Braskem e 47% do capital votante da empresa. A Novonor, ex-Odebrecht, detém participação de 50,1% no capital votante da Braskem e de 38,3% no capital total.

(Com Reuters)

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