Descrição de chapéu Estados Unidos

Nasa marca para 2024 voos de projeto que, no futuro, poderá ligar NY a Londres em 90 minutos

Avião, que ainda tem velocidade bem menor do que a planejada pela Nasa, será mostrado pela primeira vez no dia 12 de janeiro

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São Paulo

A Nasa, a agência espacial americana, programou para 12 de janeiro a apresentação de sua aeronave que voa mais rápido do que a velocidade do som. Esse será o primeiro experimento de um projeto que, se bem concluído ao final, no futuro poderá gerar um avião capaz de ir de Nova York a Londres em 90 minutos.

A aeronave que será apresentada nessa primeira etapa tem capacidade de voar com uma velocidade superior à do som, que é de cerca de 1.155 quilômetros por hora no nível do mar. As asas do X-59 têm 9 metros de largura; é nelas que os sistemas de combustível e controle da aeronave ficam alojados.

Não haverá uma janela frontal na cabine do piloto. No lugar, é um monitor 4K que serve como janela central e permite ao piloto ver o tráfego em sua trajetória de voo, além de fornecer recursos visuais adicionais para aproximações, pousos e decolagens em aeroportos.

O X-59 faz parte do Quesst, projeto da Nasa de estudos e experimentos supersônicos. Entre outros temas, o programa analisa a viabilidade de um avião voar com velocidade entre 2.470 km/h e 4.900 km/h. Nesse caso, uma viagem entre NY e Londres poderia durar cerca de 90 minutos numa etapa futura do projeto.

Aeronave X-59 da Nasa
Aeronave X-59 da Nasa - Lockheed Martin/Nasa

A princípio, o objetivo da agência é convencer os reguladores americanos de que é possível criar aeronaves hipersônicas silenciosas –ou, ao menos, não perturbadoras. Nos Estados Unidos, esse modelo está proibido desde a década de 1970, quando a população reclamou de barulhos extremos e tremores em suas casas devido a esses aviões.

Se o modelo a ser apresentado em janeiro cumprir o objetivo da Nasa e as regras atuais de avião nos EUA mudarem, uma nova frota de supersônicos comerciais se tornará viável, permitindo aos passageiros embarcar num avião e chegar a destinos distantes em metade do tempo. Embora o X-59 não transporte passageiros, os fabricantes de aeronaves poderão optar por incorporar sua tecnologia em seus próprios projetos.

Os primeiros voos de fato do X-59, nome do modelo da aeronave, serão feitos ao longo de 2024. O avião sobrevoará comunidades da Califórnia, na costa oeste dos EUA, para pesquisar o que as pessoas ouvem ao presenciarem esse novo hipersônico.

Após os voos, a reação dos moradores dessas comunidades aos "baques" sônicos será compartilhada com os reguladores, que então poderão avaliar a revogação de regras que proíbem esse tipo de aeronave.

O X-59 combina novas tecnologias com sistemas e componentes de múltiplas aeronaves já em uso, como o trem de pouso do caça F-16 e o sistema de segurança de um F-15.

Esse último é importante porque, à medida que uma aeronave ganha altitude, a pressão atmosférica ao seu redor diminui e as moléculas de oxigênio se espalham –o que significa que o piloto recebe menos oxigênio a cada respiração. Isso pode levar à hipóxia, uma deficiência que atinge o cérebro e outros tecidos do corpo.

Os aviões de passageiros –mesmo os supersónicos– resolvem esta questão mantendo as suas cabines pressurizadas. Eles possuem sistemas que bombeiam ar para suas cabines e ajustam esses níveis dependendo de suas altitudes.

Mas jatos como os F-15, que foram projetados como caças, funcionam de maneira diferente. Suas cabines são pressurizadas para manter uma altitude de cabine mais baixa ao voar em grandes altitudes. No caso de problemas de pressurização devido a altitudes de cabine acima de 40 mil pés, os pilotos precisam usar máscaras que empregam "respiração com pressão positiva", um sistema que ajuda a empurrar oxigênio para os pulmões.

O X-59 usará um sistema semelhante ao do F-15.

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