Nova demissão em massa no Spotify, por que bitcoin dispara em 2023 e o que importa no mercado

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São Paulo

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Spotify surpreende e demite 1.500

O Spotify anunciou nesta segunda a demissão de 1.500 funcionários. Eles representam 17% do seu atual quadro de pessoal e se somam a outras duas levas de cortes, uma que envolveu 600 pessoas, em janeiro, e outra de 200, em junho.

O que explica: o CEO da companhia, Daniel Ek, justificou a medida como uma forma de a empresa ser mais eficiente.

  • "Trata-se de nos prepararmos para a nossa próxima fase, onde ser enxuto não é apenas uma opção, mas uma necessidade", disse em carta aos funcionários.

A onda de cortes em empresas de tecnologia marcou o setor aqui e lá fora de 2022 ao primeiro semestre deste ano. Ela indicou que a indústria passava por um novo momento, deixando para trás a euforia de 2020 e 2021 para priorizar a geração de caixa.

  • Também chamou a atenção do mercado por ele acontecer após a empresa ter superado a maioria das expectativas de Wall Street em seus resultados do terceiro trimestre.
  • Número de usuários ativos, assinantes, lucro e projeções –tudo veio melhor do que a encomenda.

A reestruturação do Spotify passa pelo seu segmento de podcasts, em que a empresa despejou mais de US$ 1 bilhão em outros tempos e fez parcerias exclusivas com personalidades como Kim Kardashian, príncipe Harry, Meghan Markle e Joe Rogan.

A empresa disse que "Heavyweight" e "Stolen", duas de suas mais premiadas produções, deixarão de receber financiamento da companhia assim que as atuais temporadas acabarem.


Bitcoin supera os US$ 40 mil –e Itaú aproveita 'hype'

O bitcoin voltou a superar o patamar de US$ 40 mil nesta segunda, algo que não acontecia desde abril de 2022.

A notícia é vista pelos seus defensores como uma retomada da principal criptomoeda do mundo, após uma sequência de eventos negativos para a indústria que levaram o ativo para o patamar de US$ 15 mil do fim do ano passado. Neste ano, o bitcoin já dispara 150%.

Por que sobe: a alta recente vem apoiada pela perspectiva de fim dos juros nos EUA, considerados o grande vilão para os ativos de risco.

  • Outra razão é a expectativa pela maior adoção institucional da criptomoeda por pesos pesados do mercado financeiro, como a gestora BlackRock.
  • Ela e outras empresas pediram aos reguladores a aprovação de ETFs (fundos de índice) para a compra à vista da criptomoeda –hoje, só existem fundos que operam contratos futuros.

A alta do bitcoin pode ajudar a limpar a imagem do setor após dois acontecimentos que deixaram traumas:

  • A confissão da Binance, maior corretora do mercado e de seu fundador, Changpeng Zhao, de lavagem de dinheiro. O processou rendeu multas pesadas e a saída de CZ, como é conhecido, do cargo.

No Brasil, o Itaú aproveitou o bom momento para lançar sua plataforma de negociação de criptomoedas. A princípio, serão negociados o bitcoin e o ether, e a custódia dos ativos ficará sob responsabilidade do Itaú.

O movimento do bancão vai no sentido oposto ao que fizeram XP e PicPay, que encerraram recentemente suas plataformas de compra e venda de criptos.


A nova ameaça ao TikTok

Em um intervalo de quatro dias do mês passado, a plataforma chinesa de vídeos curtos ReelShort ultrapassou seu conterrâneo e rival TikTok como o aplicativo de entretenimento mais baixado na loja americana da Apple, segundo o site financeiro chinês Yicai.

Entenda: lançado fora da China em agosto do ano passado, o ReelShort é uma espécie de TikTok de novelas.

São dezenas de capítulos de um ou dois minutos que costumam ter ganchos ao fim de cada um para instigar o usuário a assistir ao próximo episódio.

As narrativas são em parte adaptadas dos roteiros chineses que se popularizaram durante a pandemia, com dramas românticos levados ao absurdo, relata o correspondente da Folha na Ásia, Nelson de Sá.

Em números:

  • 25 bilhões de yuans (R$ 17 bilhões) é o valor estimado para a indústria de "microdramas", da qual o ReelShort é um dos principais expoentes;
  • 70% da audiência fora da China é de mulheres, enquanto 48% do público tem mais de 45 anos.

Sim, mas… O modelo de negócios do app chinês de microdramas é alvo de críticas dos usuários por limitar o acesso gratuito aos primeiros capítulos e pelo excesso de inserções comerciais.

Outro problema enfrentado pelo setor é seu caráter apelativo. Na China, a agência estatal de rádio e televisão determinou às plataformas uma campanha de "retificação" do conteúdo.


Braskem e a tragédia de Maceió

Responsável pelo maior desastre ambiental urbano em curso no país, a Braskem é a sexta maior fabricante de produtos químicos do mundo, com fábricas em três países, além do Brasil.

Sobre o desastre em Maceió: os primeiros sinais apareceram em 2018, quando um tremor atingiu a capital alagoana.

  • O Serviço Geológico do Brasil, ligado ao governo, concluiu no ano seguinte que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.
  • Um dia depois da divulgação do relatório, a petroquímica suspendeu suas operações no local. Elas começaram em 1979 e envolviam a extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica.

O que diz a Braskem: que 100% dos moradores das áreas de desocupação definidas pela Defesa Civil foram realocados. Um território equivalente a 20% da cidade está afundando, e cerca de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.

Sobre a empresa: foi criada em 2002, com a junção de ativos petroquímicos da então Odebrecht e do grupo Mariani. Ganhou o status de gigante global em 2010, com a incorporação de ativos petroquímicos da Petrobras e do grupo Ultra. A Braskem fechou 2022 com receita de R$ 95,6 bilhões e prejuízo de R$ 338 milhões.

  • Ela diz que já provisionou R$ 14,4 bilhões para possíveis gastos com o desastre. R$ 9,2 bilhões foram investidos, a maior parte em indenizações a famílias e empresários dos bairros.
  • A empresa é alvo de uma disputa de ofertas para comprar a fatia que a Novonor (Ex-Odebrecht) tem na companhia e que está nas mãos de bancos credores da construtora.
  • A mais avançada é a proposta da estatal árabe Adnoc, que prevê pagar R$ 10,5 bilhões pela compra de 35,3% da Braskem.
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