O Banco Central cortou a Selic de 11,75% para 11,25% ao ano nesta quarta-feira (31), reduzindo a rentabilidade de grande parte da renda fixa. O juro da poupança, porém, segue inalterado.
Mesmo com queda, a rentabilidade da poupança continua a 6,17% + TR (Taxa Referencial), o que deve totalizar 7,81% em 2024 como um todo, projeta Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank.
Considerando a inflação, ele estima um ganho líquido real de 3,80% com a poupança esse ano —o investimento é isento de Imposto de Renda.
Tal ganho está garantido em lei. Desde 2014, a regra estabelece que a rentabilidade da poupança será 0,5% ao mês (que equivale a 6,7% ao ano) + TR quando a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, como atualmente.
Caso a taxa básica de juros fique igual ou menor que esse patamar, o rendimento da poupança cai para 70% da Selic + TR.
A expectativa do mercado é que a Selic termine o ano em 9%, garantindo os 7,81%.
Já ao fim de 2025, economistas projetam que ela vá para 8,5% e fique nesse patamar até o fim de 2027. Nesse caso, a rentabilidade anual da poupança vai passar a ser de 5,95% +TR.
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade), apesar da isenção de IR, a poupança acaba sendo menos vantajosa que fundos de renda fixa com taxas de administração menores que 2,5%, caso da grande maioria desses instrumentos presentes no mercado.
Em relação a maioria dos CDBs, a rentabilidade da poupança também é inferior. "O investidor teria que obter uma taxa de juros de cerca de 85% do CDI para atingir o mesmo ganho obtido pela poupança, já que as aplicações em CDB pagam IR", diz Oliveira. Hoje, a maioria dos CDBs ofertados supera esse percentual.
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