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Bolsa tem leve alta com apoio da Petrobras; dólar fecha estável

Conflitos no Oriente Médio impulsionam preços do petróleo e beneficiam empresas do setor

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São Paulo

Apesar de ter começado o dia caindo, a Bolsa brasileira virou e garantiu uma sessão positiva nesta quarta-feira (3), apoiada principalmente por empresas do setor de petróleo, que acompanham a forte alta da commodity no exterior.

O Ibovespa encerrou a sessão em alta de 0,10%, aos 132.833 pontos. As ações da Petrobras foram as mais negociadas do pregão e subiram 3,17%, e a PetroRio, outro grande nome do setor que também aparece no ranking, avançou 3,33%. Ambas ficaram entre as maiores altas do dia.

Como pano de fundo, o petróleo subiu mais de 3% nesta quarta em meio a uma escalada dos conflitos no Oriente Médio. Pela manhã, explosões em Kerman, no sul do Irã, deixaram mais de cem mortos, aumentando a tensão na região. Ameaças de ofensivas de rebeldes houthis no mar Vermelho, importante rota comercial mundial, também pressionam a commodity.

Já o dólar fechou o dia estável cotado a R$ 4,915, após a divulgação de novos dados de emprego nos Estados Unidos, que apontaram queda moderada na oferta de vagas no país em novembro. Os novos números mostraram desaquecimento da economia americana, mas não foram suficientes para animar investidores.

Dinâmica de juros no exterior será um dos principais fatores no movimento do câmbio em 2024, segundo analistas - Agência Brasil

Além disso, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) divulgou a ata de sua última reunião de política monetária, na qual citou que suas autoridades pareceram cada vez mais convencidas de que a inflação estava ficando sob controle e estavam preocupadas sobre os danos da escalada de juros.

O documento afirmou, ainda, que as autoridades "enfatizaram que seria apropriado que a política monetária permanecesse em uma postura restritiva por algum tempo, até que a inflação estivesse claramente se movendo de forma sustentável em direção ao objetivo do Comitê".

Em geral, a ata não trouxe novidades e endossou pontos levantados pelo Fed no mês passado. O documento, no entanto, foi visto como mais conservador por alguns participantes do mercado.

"A ata trouxe um viés mais hawkish [duro] justamente para frear o otimismo exacerbado do mercado. Com uma comunicação mais conservadora, recomendando maior cautela na condução da política monetária e um período de estabilidade na taxa de juros mais longo do que vinha sendo projetado, o Fed busca recuperar o controle das expectativas", afirma Lucas Farina, analista da Genial Investimentos.

Já Sávio Barbosa, economista-chefe da Kínitro Capital, afirma que a ata foi neutra para o mercado.

"Em geral, os membros do Fomc [comitê de política monetária dos EUA] ressaltaram que o ambiente está mais incerto que o usual e que os dados econômicos e a perspectiva para a inflação serão os determinantes da política monetária", diz o economista.

Barbosa diz, ainda, que alguns trechos do documento podem até mesmo ser considerados mais "dovish", ou seja, no sentido de um afrouxamento monetário. A ata afirmou, por exemplo, que os participantes do comitê ressaltaram que o risco de alta da inflação foi reduzido.

Após a divulgação, os principais índices de Wall Street fecharam em queda.

Expectativas de mercado passaram a projetar cortes de 1,50 ponto percentual nos juros do Fed neste ano, abaixo do 1,60 ponto visto na semana passada, com uma parcela dos investidores dizendo que o mercado tem se mostrado otimista demais.

Para além da ata do Fed, o mercado estava na expectativa de dados de emprego dos Estados Unidos de sexta-feira, que podem ajudar a direcionar as apostas sobre o ciclo de afrouxamento do Federal Reserve esperado para este ano.

Com Reuters

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