Petróleo recua e Bolsa cai mais de 1% nesta quinta (4)

Dados de desemprego nos EUA também impactam mercado; dólar cede para R$ 4,9063

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São Paulo

Depois de um pregão positivo puxado pela alta do petróleo, a Bolsa brasileira fechou em queda nesta quinta-feira (4). O Ibovespa recuou 1,21%, a 131.226 pontos, impactado pelo recuo de 0,84% das ações da Petrobras, a R$ 38,63 cada uma.

Os papéis da estatal refletiram a desvalorização do petróleo. Nesta quinta, o barril de Brent (referência internacional) caiu 0,8%, para US$ 77,59. Na véspera, ele subiu mais de 3% em meio a uma escalada dos conflitos no Oriente Médio, com explosões no sul do Irã. Ameaças de ofensivas de rebeldes houthis no mar Vermelho, importante rota comercial mundial, também pressionaram a commodity.

Cliente conta notas de dólares
Notas de dólar - Dado Ruvic / Reuters

Na quarta (3), as ações da Petrobras subiram 3,17% e as da PetroRio, 3,33%, levando o Ibovespa a um ganho de 0,10%.

Nesta quinta, também influenciou o preço da commodity o aumento no estoque de gasolina e destilados dos EUA, em 10,9 milhões de barris —o maior aumento semanal em mais de 30 anos— e em 10,1 milhões de barris, respectivamente. Já os estoques de petróleo bruto diminuíram em 5,5 milhões de barris. Segundo Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho, grande parte desse recuo reflete as interrupções no transporte marítimo no Mar Vermelho.

A Vale também contribuiu para a queda do Ibovespa nesta sessão, com recuo de 1,34%, a R$ 75,62, apesar da alta de 0,3% do minério de ferro na China, a US$ 142,09 a tonelada.

O dólar, por sua vez, fechou em leve queda de 0,17%, a R$ 4,9063, após subir para R$ 4,9357 pela manhã, após a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.

No início desta quinta, a empresa ADP divulgou relatório que apontou a abertura de 164 mil vagas no setor privado americano no mês passado, maior leitura mensal desde agosto e bem acima das previsões de economistas, de criação de 115 mil vagas em dezembro.

Outro dado que saiu nesta sessão foi o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA. Eles desaceleraram na última semana, para 202 mil, ante projeção de economistas de 216 mil, e 220 mil da semana anterior.

Ambos os dados atestam a resiliência do mercado de trabalho americano, o que alivia a pressão sobre o Fed (banco central dos EUA) para baixar juros, atualmente na faixa de 5,25% a 5,50%. Caso o desemprego aumente, a autoridade pode ter que reduzir sua taxa de juros para impulsionar a economia.

Além disso, desemprego baixo e salários altos contribuem para a inflação, que ainda não está dentro da meta do Fed. Nos EUA, o aumento de preços somou 3,1% de novembro de 2022 a novembro de 2023, acima do objetivo de 2% da autoridade.

A maior parte dos economistas (62%, segundo a plataforma CME) ainda aposta em um corte de 0,25 ponto percentual na taxa americana já em março. Há uma semana, esse percentual era bem maior, de 72,8%.

Juros mais baixos beneficiam ativos de risco, pois reduzem a atratividade da renda fixa e a dívida das companhias.

O número mais esperado por investidores, no entanto, é um relatório de criação de vagas fora do setor agrícola que será publicado na sexta (5). O indicador é visto como crucial para alinhar apostas sobre o futuro da política de juros americana, que afeta diretamente o preço dos ativos financeiros.

Em Wall Street, o viés foi misto. O S&P 500 cedeu 0,34%, enquanto o Dow Jones teve alta marginal de 0,03%. O Nasdaq perdeu 0,56%.

Também nesta quinta, o PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) da S&P Global apontou que a atividade do setor de serviços do Brasil desacelerou no final do ano passado, enquanto a inflação do setor registrou o patamar mais alto em sete meses.

A pontuação para o setor recuou a 50,5 em dezembro, de 51,2 em novembro, marcando o patamar mais fraco da atual sequência de três meses de expansão —marcando de 50 pontos separa contração de avanço da atividade.

Segundo a pesquisa, apesar de um aumento nas vendas, da resiliência da demanda e de ganhos de novos clientes, a atividade de serviços foi limitada no mês passado por cancelamentos de pedidos em algumas empresas.

Juntando esses dados com a contração no setor industrial em dezembro, o PMI Composto do Brasil (que combina ambos os setores) registrou leitura de 50 no mês passado, de 50,7 em novembro.

Com Reuters

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