Ações da Lyft saltam até 67% após erro em divulgação de balanço anual

Concorrente da Uber disse que margem de lucro subiria 5% neste ano, quando na verdade a previsão era de 0,5%

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Reuters

Um erro de projeção da Lyft que provocou turbulência em suas ações pode resultar em um maior escrutínio regulatório ou judicial, disseram analistas e especialistas nesta quarta-feira (14), ofuscando o sólido resultado trimestral e a previsão positiva da empresa

O erro na divulgação do resultado causou um breve salto de 67% nos papéis da empresa concorrente da Uber, antes que a diretora financeira Erin Brewer fornecesse esclarecimentos em uma teleconferência com analistas.

A Lyft disse incorretamente que a margem de lucro deveria subir 5% neste ano, mas Brewer corrigiu essa previsão para um aumento de 0,5%.

Logo do app de caronas Lyft - Mike Blake - 13.mai.2020/Reuters

Mesmo assim, as ações da Lyft atingiram mais cedo uma máxima em um ano e subiam cerca de 30% nesta quarta-feira (14), a caminho de adicionar mais de US$ 1,65 bilhão ao valor de mercado da empresa.

A companhia disse que cortou despesas em 12% em 2023, o que a ajudou a superar a estimativa média dos investidores.

Cerca de 48 milhões de ações foram negociadas no pós-mercado norte-americano na terça-feira (13), mais que o triplo do volume diário médio na sessão regular do mercado de ações.

"A SEC provavelmente revisará a situação dada a magnitude do movimento de preços das ações após a divulgação dos resultados originais e a Lyft pode ser multada", disse Dan Coatsworth, analista de investimentos da AJ Bell.

Segundo especialistas, não está claro se a empresa poderá enfrentar responsabilidade legal pelo incidente.

"Como o erro está relacionado a uma projeção, é provável que a responsabilidade sob as regulamentações de valores mobiliários não se aplique, a menos que possa ser provado que foi feito com conhecimento de que estava errado ou com alguma intenção de enganar", disse Bobby Reddy, professor de direito societário e governança na Universidade de Cambridge.

Ainda assim, alguns investidores podem testar "os limites da teoria legal sob outras perspectivas, potencialmente com o objetivo de buscar acordos," acrescentou Reddy.

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