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Bolsa fecha em alta com novo impulso de bancos; dólar recua

Ações de Bradesco, Banco do Brasil e Itaú dão fôlego ao Ibovespa

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São Paulo

Repetindo o movimento da sessão da véspera, a Bolsa brasileira garantiu mais um dia positivo nesta terça-feira (20), terminando o pregão em alta de 0,68%, aos 129.916 pontos, impulsionada mais uma vez por ações do setor financeiro, que continuam em forte alta.

O Bradesco e o Itaú ficaram entre os papéis mais negociados da sessão e registraram avanços de mais de 2%, dando força ao Ibovespa.

Por outro lado, Petrobras e Vale, as empresas de maior peso no índice, registraram queda e completaram a lista das ações mais negociadas, pressionando os negócios. Mais cedo, o Ibovespa havia começado o pregão caindo puxado principalmente por ações ligadas a commodities.

Já o dólar registrou queda ao longo de todo o pregão e terminou o dia em baixa de 0,61%, cotado a R$ 4,930.

Com agenda esvaziada, o foco dos investidores segue no exterior, em especial na volta das negociações após feriado nos Estados Unidos e em preocupações sobre a economia chinesa.

Vista do painel do Ibovespa na sede da B3, operadora da Bolsa de Valores de São Paulo.
Vista do painel do Ibovespa na sede da B3, operadora da Bolsa de Valores de São Paulo. - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress

"Os mercados acionários da China têm enfrentado dificuldades para adquirir dinamismo, colocando em evidência a necessidade de Pequim de intensificar o apoio e revitalizar a confiança em uma conjuntura econômica marcada por uma retração no setor imobiliário e uma persistente deflação", diz a equipe da Guide Investimentos.

O mercado aguarda nesta semana a divulgação da ata do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), em busca de novas sinalizações sobre o futuro da política de juros do país.

O desempenho negativo do Ibovespa na manhã desta terça estava em linha com os índices internacionais. As Bolsas americanas operaram em queda, com o Nasdaq liderando as perdas em meio a cautela pós-feriado, e as ações europeias também caíram, impactadas principalmente pelas incertezas sobre a China.

Com o desempenho das ações do setor financeiro, no entanto, o índice brasileiro descolou-se do exterior. O Bradesco, o Itaú e o Banco do Brasil subiram 2,35%, 2,17% e 0,64% nesta terça.

Os papéis de bancos vêm em trajetória de alta desde segunda (19), quando o Citi elevou o preço-alvo das ações do Itaú. Nesta terça, o Goldman Sachs elevou suaa recomendação de compra para o Bradesco.

A analista Bruna Sene, da Nova Futura Investimentos, afirma as revisões para cima de estimativas sobre alguns bancos impulsionaram as demais ações do setor, pois reforçaram que há potencial de crescimento.

Sene diz, ainda, que o potencial de valorização dos bancos seguem atrativos e que há rendimentos de dividendos saudáveis no setor. A perspectiva de retomada do crédito e de redução da inadimplência com o ciclo de corte de juros também deve favorecer os papéis.

"A combinação desses fatores oferece um ambiente propício para o crescimento do lucro dos grandes bancos em 2024. Com uma perspectiva mais positiva e fundamentos sólidos, os bancos continuam a atrair o interesse dos investidores e a apresentar oportunidades", afirma Sene.

A maior alta do dia, no entanto, foi do Carrefour, que subiu mais de 10% após a divulgação de seus resultados operacionais do quarto trimestre de 2023.

Dólar cai com mercado à espera do Fed

No câmbio, o dólar começou o dia estável, mas passou a operar em queda, com investidores ainda em compasso de espera antes da ata do Fed.

"O que a gente teve de relevante para a semana foi o corte de juros no mercado chinês —foi um pouco maior do que o mercado esperava, e tudo que mexe com a China mexe com boa parte do mundo", disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

A China anunciou nesta terça-feira a maior redução já registrada na taxa de referência para hipotecas, conforme as autoridades buscam sustentar o mercado imobiliário e a economia em geral.

No entanto, a reação nos mercados globais ao estímulo era muito contida, em meio a temores de que essa medida não seja suficiente para sustentar uma recuperação econômica frágil e um mercado imobiliário em dificuldades. Além disso, alguns investidores interpretaram o corte de juros como uma preocupação maior das autoridades chinesas com a saúde da segunda maior economia do mundo.

Sinal da desconfiança do mercado e limitando a valorização do real no dia, os contratos futuros do minério de ferro caíram para seu nível mais baixo em mais de três meses nesta terça-feira. "Como o Brasil é um país exportador, a pauta de exportação dita muito sobre o preço das moedas aqui", disse Massote.

"A medida tem um objetivo claro: dar impulso ao setor imobiliário chinês. Porém, é bom ter claro que essa taxa vale apenas para os novos empréstimos e só se aplicará para o estoque existente de financiamentos em janeiro de 2025", pontuou Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, em comentário enviado a clientes.

"De qualquer forma, não deixa de ser uma boa notícia, e as autoridades já manifestaram que as taxas para empréstimos ainda têm espaço para quedas adicionais", acrescentou.

Assim, mais do que o corte de juros para o setor imobiliário em si, a decisão da China elevou a expectativa de que o gigante asiático possa adotar outras medidas para estimular a economia, o que traria reflexos favoráveis para as divisas de países exportadores de commodities.

Com Reuters

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