Bolsa tem leve alta impulsionada por bancos; dólar fecha estável

Investidores esperam divulgação da última ata da reunião do Fed, o BC dos EUA

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Apesar de ter passado a maior parte da sessão rondando a estabilidade, a Bolsa brasileira virou no fim da tarde e terminou o pregão em alta de 0,24% nesta segunda-feira (19), fechando aos 129.035 pontos.

O Ibovespa foi pressionado pela queda das ações da Vale, empresa de maior peso do índice, e por um feriado nos Estados Unidos, que diminuiu a liquidez da sessão. As ações do setor bancário, no entanto, tiveram forte alta e garantiram um pregão positivo no início da semana.

"O índice brasileiro sentiu a queda das ações da Vale, enquanto os papéis dos bancos foram um contraponto positivo diante das perspectivas de potencial de valorização para o setor", diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

As ações do Itaú subiram 1,10% e foram as mais negociadas da sessão, após uma elevação de preço-alvo pelo Citi. Banco do Brasil e Bradesco também figuraram entre os papéis de maior volume do pregão e avançaram 1,81% e 1,26%, respectivamente.

Já o dólar teve leve queda de 0,09%, praticamente estável cotado a R$ 4,961, com investidores aguardando a ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) e também impactado pelo feriado americano.

O relatório do banco central americano pode dar indicativos de como será a política monetária nos próximos meses, já que a expectativa é que a instituição reduza a taxa de juros, hoje entre 5,25% e 5,5%, apenas na reunião de maio.

Notas de dólares enroladas ao gráfico
Investidores aguardam divulgação de ata da última reunião do Fed, o BC dos EUA - Dado Ruvic/Reuters

No Brasil, investidores repercutiram a divulgação do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que registrou alta de 0,82% em dezembro, acima das expectativas do mercado, e encerrou 2023 com aceleração de 2,45%.

"Apesar da desaceleração da atividade econômica nos últimos meses de 2023, ainda influenciada pelos efeitos da política monetária restritiva e o esgotamento da expansão de alguns setores, a economia brasileira se mostrou mais resiliente e dinâmica que o esperado ao longo de todo ano", diz Rafael Perez, economista da Suno Research.

Para este ano, o economista projeta uma retomada gradual da aceleração econômica, com crescimento mais equilibrado entre os setores, em especial com a continuidade do ciclo de corte de juros pelo Banco Central.

Já o Bank of America diz que, apesar do dado positivo do último mês de 2023, ainda espera que o resultado oficial mostre desaceleração econômica no fim do ano passado.

"Por um lado, espera-se que maiores programas de transferência social, pagamentos de dívidas de precatórios e uma inflação mais baixa contribuam para evitar uma queda da atividade. Por outro lado, os ganhos da produção agrícola deverão tornar-se menos relevantes, e os efeitos defasados da política monetária restritiva do Banco Central continuarão a ser sentidos", dizem analistas do BofA.

No câmbio, o cenário internacional deve seguir dominando as atenções, já que a agenda local segue esvaziada.

"No Brasil, o calendário local após o Carnaval foi exclusivamente leve, sem notícias econômicas ou políticas dignas de nota. Nos próximos dias, também veremos poucas notícias ou dados por aqui, o que deve fazer os holofotes serem direcionados especialmente aos dados dos países desenvolvidos", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank.

Entre os destaques da semana ele destacou a ata da reunião do Federal Reserve de janeiro, dados de Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) e discursos de membros do banco central norte-americano.

Em sua última reunião de política monetária, o banco central dos Estados Unidos não deu qualquer indício de que um corte nos juros é iminente e afirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto, que define a política monetária, "não espera que seja apropriado reduzir a faixa de juros até que tenha adquirido maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%".

Recentemente, após dados de inflação mais fortes do que o esperado nos EUA, operadores adiaram suas apostas sobre o momento de um primeiro corte de juros pelo Fed, com junho se tornando uma opção mais provável. No final do ano passado, março era visto como o momento mais plausível para o início do afrouxamento monetário.

Quanto mais tempo os juros norte-americanos ficam em patamar elevado, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que a rentabilidade do mercado dos EUA segue atraente. E o contrário também vale: cortes de juros na maior economia do mundo tornam o dólar menos interessante do que pares emergentes de retornos elevados, como o real.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.