Descrição de chapéu China

Fusão une dois dos maiores bancos chineses no Brasil

Bank of China adquire a operação local do China Construction Bank no país

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São Paulo

O Bank of China (BOC) comprou as operações do China Construction Bank (CCB) no Brasil, que deixará de existir como marca no país. Após o processo de transição, toda a operação de carteira das duas instituições financeiras ficará com o BOC Brasil.

Os dois bancos têm como acionista majoritário o governo chinês. O China Construction Bank é o segundo maior do país asiático, e o Bank of China, o quarto, sendo o mais mais globalizado deles.

No Brasil, o BOC está presente desde 2009. O banco opera transações de comércio exterior entre os dois países, além de conceder crédito a empresa chinesas que visam se estabelecer por aqui.

Logo do Bank of China, que amplia operação no Brasil com compra do China Construction Bank - Chris Helgren/Reuters

Já o CCB desembarcou no Brasil em 2013, quando comprou o BicBanco por R$ 1,621 bilhão (valor da época), sendo descrito como "operação âncora do conglomerado na América Latina". Sua operação era mais focada no financiamento de clientes corporativos, com emissões de letras financeiras.

Segundo os últimos informes financeiros disponíveis, o CCB teve um prejuízo de R$ 20 milhões no primeiro semestre de 2023, enquanto o BOC lucrou R$ 20 milhões.

Neste último balanço, o CCB comunicou que estava em período de reorganização, com o aumento de capital em R$ 540 milhões pelo BOC, que virou seu acionista em agosto de 2023.

"A aquisição do CCB Brasil reforça o compromisso do BOC em tornar sua presença no mercado financeiro brasileiro ainda mais qualitativa e relevante, otimizando sua atuação estratégica, comercial, financeira e de governança corporativa", divulgou o CCB Brasil, em nota no seu site.

Com a fusão, o BOC pretende ampliar o fluxo de operações de comércio entre Brasil e China feita em circuito fechado com as moedas locais. A primeira experiência foi realizada pelo banco em 2023, com uma transação financiada e liquidada em yuan e convertidas diretamente para real, sem terem que passar pelo dólar.

O cliente foi a Eldorado Brasil, empresa de São Paulo com representação em Xangai, na China. O produto da empresa brasileira foi enviado em agosto do porto de Santos para o de Qingdao. As transações financeiras ocorreram no mês seguinte, até a finalização em moeda brasileira, no dia 28 de setembro.

No ano passado, Brasil e China assinaram um memorando de entendimento para promover o comércio bilateral nas moedas locais, de modo a evitar as oscilações do dólar, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Pequim.

"Nós precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila, porque hoje um país precisa correr atrás de dólar para exportar", disse Lula à época.

Há outros grandes exportadores brasileiros que estudam negociar em moeda local com a China, como Suzano e Petrobras.

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