BC aumenta previsão para expansão do crédito e do PIB em 2024

Relatório trimestral faz alerta sobre aceleração da inflação no país

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Brasília | Reuters

O Banco Central melhorou a sua previsão para aumento do crédito e também para crescimento econômico no ano. As mudanças foram apresentadas no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (28), que também apresentou alertas sobre a evolução da inflação.

No relatório, o BC prevê um crescimento do crédito no país de 9,4% este ano, ante estimativa de 8,8% feita em dezembro. Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 10,2% em 2024, contra expectativa anterior de 9,4%. Para as empresas, a alta foi calculada em 8,0%, ante 7,7% no último relatório.

Fachada da sede do Banco Central, em Brasília
Fachada da sede do Banco Central, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 8,9% (+8,1% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 10,0% (+9,7% antes).

Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), a autoridade financeira espera agora que o país cresça 1,9% neste ano, contra patamar de 1,7% estimado em dezembro,

"A revisão moderada reflete, principalmente, dinamismo levemente maior que o esperado da economia no início do ano, como sugerem os indicadores disponíveis", disse a autoridade monetária.

A previsão do BC está próxima à do mercado, que estima um crescimento de 1,85% da economia em 2024, segundo a pesquisa Focus mais recente. O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 2,2% este ano, mas o chefe da pasta, ministro Fernando Haddad, já afirmou que a estimativa deve ser revisada para ao menos 2,5%.

No documento, o BC afirmou esperar que o crescimento deste ano tenha menor contribuição dos setores menos cíclicos, especialmente a agropecuária e a indústria extrativa, vendo também menor crescimento do consumo das famílias, com menor impulso de transferências governamentais.

Para a autarquia, o setor externo deve ter contribuição líquida negativa para o PIB, com aumento das importações e menor crescimento das exportações. Por outro lado, os investimentos devem voltar a crescer, com apoio de condições monetárias menos restritivas.

Alerta para inflação

No relatório, o BC disse que a inflação cheia e a média dos núcleos que medem o aumento de preços subiram para patamares que superam a meta de inflação.

"Essa surpresa de alta se deveu aos segmentos de preços administrados e alimentação no domicílio", afirmou o BC, destacando que houve surpresa para cima no componente subjacente (que exclui itens voláteis) do segmento de serviços.

De acordo com a autoridade monetária, foi mantida em 19% a probabilidade de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância da meta neste ano.

"Como as projeções são superiores à meta, as probabilidades de ultrapassar o limite superior são maiores do que as de ultrapassar o limite inferior", afirmou.

A meta de inflação para este ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) de que sua diretoria antevê novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros na próxima reunião, em maio.

Piora previsão para transações correntes

Já a estimativa para o resultado das transações correntes neste ano piorou, passando a ver um saldo negativo de US$ 48 bilhões, ante rombo de US$ 35 bilhões projetado em dezembro.

Em seu relatório, o BC manteve em US$ 70 bilhões a perspectiva para os Investimentos Diretos no País em 2024.

Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$ 59 bilhões neste ano, ante estimativa anterior de saldo positivo de US$ 73 bilhões. A despesa líquida com viagens, por sua vez, foi estimada em US$ 12 bilhões, mesmo patamar da projeção de dezembro.

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