Comissão de Ética veta presidente do Cade no conselho do Vasco

Colegiado entendeu que haveria conflito de interesse

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Brasília

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República negou ao presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro, autorização para concorrer a uma vaga no conselho de administração do Vasco.

A decisão foi tomada em reunião nesta quarta-feira (20), no Palácio do Planalto. Segundo relatos, o veto contou com apoio de todos os integrantes do colegiado, com exceção de um —Edson Sá Teles.

Alexandre Cordeiro durante sua sabatina no Senado para recondução ao cargo de superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). - Edilson Rodrigues-1.10.2019/Agência Senado

Para assumir o cargo, Cordeiro precisaria do aval da comissão. A avaliação do órgão é de que há conflito de interesse e incompatibilidade ao exercer a função de conselheiro de uma sociedade anônima de futebol enquanto comanda o órgão antitruste.

Cordeiro foi convidado pelo presidente do Vasco, o ex-jogador Pedrinho, a ser o representante do clube no conselho da SAF (Sociedade Anônima de Futebol), empresa que comanda o futebol da equipe carioca.

O presidente do Cade afirmou que, ao receber o convite, levou o tema à Comissão de Ética para saber se poderia ou não ocupar o cargo.

"O presidente do Cade foi convidado para assumir a cadeira de conselheiro da SAF Vasco e, imediatamente, antes de assumir qualquer compromisso, consultou a Comissão de Ética da Presidência da República, vinculando a aceitação do convite à autorização do órgão. Com a interpretação da comissão de que há impedimento, o presidente do Cade agradeceu ao presidente do Vasco, Pedrinho, e declinou do convite", afirmou o órgão, em nota.

A assembleia que colocaria o presidente do Cade no posto seria realizada nesta quinta-feira (21). Com o veto da comissão, outro nome deverá ser indicado.

A autoridade antitruste sob a presidência de Cordeiro organizou um evento em 2022 para analisar os aspectos concorrenciais da lei que permitiu a criação das SAFs.

Na ocasião, a autarquia disse, em nota, que "a transformação de clubes de futebol em empresas despertou uma nova discussão sobre a obrigação formal de notificar o órgão antitruste, a partir da criação de uma SAF e a consequente aquisição por um grupo econômico".

O Cade analisa aspectos concorrenciais que envolvem as SAFs.

A primeira operação do tipo aprovada pelo Cade ocorreu em 2023, quando os sócios dos bancos BMG e Inter e da construtora MRV notificaram o órgão a aquisição da SAF do Clube Atlético Mineiro, de Belo Horizonte.

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