Descrição de chapéu petrobras

Presidente da Petrobras diz que defendeu a distribuição de dividendos extraordinários

Conselheiros ligados à União barraram a ideia defendida pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, de pagar dividendos extraordinários

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Rio de Janeiro | Reuters

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta sexta-feira (8) que defendeu em reunião do conselho da empresa na quinta-feira (7) a distribuição de 50% do valor possível de dividendos extraordinários, conforme o proposto pela diretoria executiva, mas que foi voto vencido.

Mas a maioria do conselho decidiu por destinar o montante a uma reserva estatutária de remuneração de capital, com suporte dos votos dos conselheiros que representam a União, e não para dividendos extraordinários.

Jean Paul Prates
Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, votou a favor da distribuição de dividendos extraordinários. - MAURO PIMENTEL / AFP

"Eu, como presidente, me abstive de votar, porque não faria diferença nenhuma para o resultado, e acompanhei o voto da minha diretoria que propôs 50%/50%, foi nosso encaminhamento inicial", disse Prates.

Os conselheiros que representam os minoritários, segundo o CEO, votaram na distribuição de 100%. A informação foi antecipada pela agência de notícias Reuters.

A decisão pela não distribuição de dividendos extraordinários desapontou o mercado, com as ações da empresa recuando mais de 10% nesta sexta (8), o que fez a Petrobras a perder mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado no pior momento neste pregão.

Procurada, a Petrobras não comentou o assunto imediatamente.

O CFO da Petrobras, Sergio Caetano, afirmou que companhia poderá distribuir aos acionistas montante destinado à reserva estatutária a qualquer momento, caso haja uma decisão futura neste sentido.

"A apuração (de dividendos extraordinários) continua sendo no final do ano a cada exercício. Uma outra questão é o recurso que está em reserva, que como o (CEO) Jean Paul (Prates) falou, continua sobre análise e pode acontecer a determinação de distribuição a qualquer momento", afirmou.

A Petrobras anunciou na noite desta quinta-feira (7) que encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 124,6 bilhões. Esse primeiro resultado da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa uma queda de 33,8% em relação aos R$ 188,3 bilhões registrados em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro (PL).

Naquele ano, o resultado da estatal foi o maior registrado por uma empresa brasileira. Em 2021, o lucro já havia sido o maior da história da petroleira.

A retração já era esperada. Naqueles dois anos, os retornos excepcionais foram decorrência do aumento do preço do barril de petróleo, impulsionado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia. Em 2023, ocorreu o inverso, as cotações internacionais do petróleo foram mais comportadas.

Na divulgação, a estatal destacou que o barril do tipo Brent teve queda de 18%.

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