Gol diz que avaliará 'transações alternativas disponíveis', sem citar fusão com Azul

Concorrente considera aquisição e contratou Citi e Guggenheim para assessoria

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Gol afirmou nesta quinta-feira (7) que vai estudar opções para levantar recursos e "transações alternativas disponíveis", segundo comunicado ao mercado. A empresa, no entanto, não cita a Azul, que considera fazer uma aquisição da concorrente, como adiantado pela Folha. A companhia aérea passa por um processo de recuperação judicial.

No comunicado ao mercado, a Gol afirma que avaliará "ativamente alternativas de capitalização e/ou transações alternativas disponíveis" a partir de um processo que chamou de "competitivo".

Aeronave Boeing 737 MAX operada pela companhia aérea Gol na pista do aeroporto de Guarulhos, São Paulo
Aeronave Boeing 737 MAX operada pela companhia aérea Gol na pista do aeroporto de Guarulhos, São Paulo - AFP

A empresa afirmou ainda que "examinará oportunidades apresentadas por potenciais fontes de capital", mas que o processo não começou e que nenhuma negociação foi iniciada.

A Folha revelou que as conversas entre Azul e Gol estão sendo conduzidas com os sócios da Abra Group, empresa que controla a companhia aérea. Para isso, a Azul contratou o Citi e o Guggenheim Partners.

Mesmo tendo concluído um processo de renegociação de dívida com seus credores, a Azul considera que tem condições de levar a proposta adiante e não descarta uma aquisição. Fontes que participam das negociações afirmam que seria possível até a emissão de ações em pagamento, caso haja necessidade de injetar dinheiro novo.

A consolidação do mercado brasileiro com duas operadoras é algo que preocupa as autoridades regulatórias.

No entanto, a sobreposição de voos entre Azul e Gol é de cerca de 18%, algo considerado contornável, apesar de afetar o filé mignon do negócio: as rotas da ponte-aérea e os destinos partindo de Congonhas e Guarulhos, ambos em São Paulo.

Os defensores da operação dizem que o argumento a ser apresentado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é o de que, na União Europeia, as companhias têm elevadíssima concentração de mercado e isso não é um problema.

Mesmo assim, teriam de lidar com possíveis remédios aplicados pelo Cade: abrir mão de muitas rotas.

Outro argumento é o de que a Gol entrou em recuperação judicial 30% menor do que era em 2019, quando disputava a liderança. Hoje ela é a terceira do mercado.

(Com informações de Diego Felix e Reuters)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.