Governo vai mandar reforma do IR após texto sobre tributação do consumo, diz Rui Costa

Ministro da Casa Civil também afirma que não há discussão no momento sobre alterar limite de gastos

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Brasília

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou nesta segunda-feira (18) que o governo vai adiar o envio do projeto de reforma do Imposto de Renda. O texto só será encaminhado ao Congresso Nacional após os projetos de lei que vão regulamentar a reforma tributária.

O ministro acrescentou ainda que o governo não pretende discutir com os parlamentares mudança no limite de gastos. Vai aguardar a divulgação do relatório bimestral de receitas, que será divulgado na próxima sexta-feira (22).

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante reunião ministerial no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

A decisão de adiar o envio da reforma descumpre o comando constitucional previsto na emenda da reforma tributária, promulgada pelo Congresso em dezembro e que deu prazo de 90 dias para o encaminhamento do texto.

O prazo termina na próxima terça-feira (19). Conforme publicado pela Folha, como a emenda não fixou uma punição para o descumprimento, a equipe econômica optou em assumir o ônus de não enviar o projeto para privilegiar a regulamentação da reforma sobre o consumo, também exigida pela emenda —mas com um prazo mais folgado, de 180 dias (até meados de junho).

"Não tem uma só regulamentação [da reforma tributária]. Tem vários itens. A iniciativa do texto é do Ministério da Fazenda, que obviamente vai colher a opinião dos ministérios sobre as quais aquela regulamentação fala. Assim que chegar, passa pela Casa Civil, é assinada e enviada", afirmou Rui Costa.

"Primeiro vamos mandar as medidas complementares da reforma tributária. Posteriormente, a reforma da renda. Isso será feito em seguida", complementou.

O ministro foi questionado na sequência sobre a possibilidade de o governo discutir com o Congresso Nacional uma revisão do limite de gastos, tendo em vista a perspectiva de aumento da receita. Rui Costa afirmou que isso "não está posto".

"Nós estamos aguardando e será divulgado obviamente o resultado do bimestre e com base nele nós vamos fazer as organizações orçamentárias devidas. E a organização do governo. Isso não está posto no momento. Nós só conversaremos sobre esse tema ou qualquer outro relacionado à execução orçamentária e ao planejamento orçamentário a partir do relatório do bimestre", afirmou.

O próprio presidente Lula havia afirmado há duas semanas, durante evento no Palácio do Planalto, que pretendia rever o limite de gastos, por causa do aumento da arrecadação.

Lula acrescentou que essa despesa é para "fazer mais para benefício para o povo".

"Vocês estão percebendo que a arrecadação está aumentando, além daquilo que muita gente esperava. Lógico que nós temos um limite de gastos, que, quando a gente tiver mais dinheiro, a gente vai ter que discutir com a Câmara e o Senado esse limite de gastos e vamos ver como é que a gente pode utilizar mais dinheiro para fazer mais benefício para o povo", afirmou o mandatário.

Em outro momento da entrevista, Rui Costa afirmou que o setor da habitação vai puxar o crescimento econômico no ano de 2024. Disse que isso reflete a confiança das famílias, que estão mais seguras de suas rendas para entrar em financiamentos.

"Nós entendemos que um dos elementos que puxou neste ano e vai puxar a economia é a questão da habitação. Houve um crescimento muito forte da procura pela habitação. Fora da faixa 1 [do Minha Casa, Minha Vida], estimativa de 500 mil habitações", afirmou Rui Costa, acrescentando que houve um movimento de várias famílias de menor renda que migraram para faixas acima, para obter imóveis melhores.

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