Impasse entre ministros do G20, fabricantes temem ficar sem repelente e o que importa no mercado

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São Paulo

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O impasse entre ministros do G20

A reunião de ministros do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, terminou sem um comunicado. O motivo: discordâncias sobre uma nota de rodapé que incluía entre os desafios globais a Guerra da Ucrânia.

O impasse:

  • Os países do G7 queriam que o trecho se referisse à "guerra contra a Ucrânia" ("war on Ukraine", em inglês, língua em que o comunicado é publicado);
  • Rússia e aliados defenderam usar "guerra na Ucrânia" ("war in Ukraine").

O consenso: foi divulgado um comunicado da presidência do G20, ocupada pelo Brasil.

↳ O documento fala na necessidade de implementar os dois pilares de um novo sistema global de impostos já defendido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento) —uma taxação mínima de "receitas não físicas", como ativos digitais, e de multinacionais.

Um imposto global sobre super-ricos, que foi debatido durante o encontro e defendido por países como o Brasil e a França, não entrou no texto.

A taxação seria sobre 2% da renda de bilionários, conforme proposta detalhada pelo economista francês Gabriel Zucman, convidado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda).

  • A proposta funcionaria como o estabelecimento de uma quantia mínima de tributação para super-ricos.
  • Ou seja, se o imposto de renda pago por um bilionário não alcançar o valor referente a 2% de sua fortuna, uma taxa complementar seria acrescentada.

Fabricantes temem ficar sem repelente

Em meio à disparada de casos de dengue no Brasil, as fabricantes de repelente temem ficar sem estoque por falta de matéria-prima, cuja importação pode demorar entre 30 e 150 dias.

A preocupação é que o insumo acabe no período previsto para ser o auge da dengue no país, entre o fim de março e o começo de abril.

São três princípios ativos usados nos repelentes, todos vindos do exterior:

  • Icaridina, um ativo de origem natural e de maior eficácia, que proporciona até 10 horas de proteção –é o mais comum;
  • deet (dietiltoluamida), o ativo mais antigo, de origem química e inflamável;
  • IR 3535, ativo da multinacional Merck.

Em números:

  • 26,4% foi o aumento da venda de repelentes nas farmácias nos primeiros dois meses do ano (até o dia 23 de fevereiro), apontam dados da Linx, de software para o varejo.
  • 45,5% foi a alta no faturamento nesse intervalo, com uma variação média de 15% nos preços.
  • 15,78% foi a alta média de preços de repelentes verificada pelo Procon-SP entre dezembro e fevereiro, mas o avanço chega a 84,19% para um mesmo produto.

O que explica: o encarecimento do produto acompanha a alta na demanda, mas também os custos maiores com o transporte da matéria-prima importada (avião em vez de navio) e com o aumento dos turnos de trabalho nas fábricas.

A visão do setor é que os maiores fabricantes não estavam preparados para um aumento tão grande na demanda nesse período.

Dengue no Brasil: o país já passou da marca de 1 milhão de casos da doença neste ano, com 214 mortes confirmadas.

↳ Com taxa de incidência de 501 casos por 100 mil habitantes, a situação do país já é considerada epidêmica segundo critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde).

A Folha ouviu cinco especialistas sobre os cuidados que devem ser tomados para o combate à dengue.


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