Inflação nos EUA tem alta moderada em fevereiro; Powell vê resultado esperado

índice de inflação PCE sobe 0,3% no mês passado; acumulado em 12 meses é de 2,5%

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Lucia Mutikani
Washington | Reuters

Os preços nos Estados Unidos subiram moderadamente em fevereiro e o custo dos serviços fora da habitação desacelerou consideravelmente, mantendo sobre a mesa um corte na taxa de juros em junho por parte do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA).

O índice de inflação PCE subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira (29). Os dados de janeiro foram revisados em alta para mostrar que o PCE subiu 0,4% em vez de 0,3% conforme relatado anteriormente.

Cliente escolhe flores em mercado de Maryland, nos EUA
Cliente escolhe flores em mercado de Maryland, nos EUA - Mandel Ngan / AFP

No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação medida pelo PCE avançou 2,5%, após subir 2,4% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice PCE ganhasse 0,4% no mês e subisse 2,5% na comparação anual.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os resultados estão "na linha do que gostaríamos de ver", em comentários que parecem manter sem mudanças a base do banco central para os cortes nas taxas de juros este ano.

"(Os dados) são o que esperávamos", avaliou Powell, e mesmo que os números tenham mostrado uma desaceleração menor do que no ano passado, "vocês não nos verão reagindo de forma exagerada".

Powell falou durante uma apresentação no Fed de São Francisco, onde foi entrevistado por Kai Ryssdal, do programa "Marketplace" da rádio pública.

Nas últimas semanas, Powell teve que conciliar as expectativas de que os cortes nas taxas começassem este ano com os dados que mostram que a melhora nos números da inflação desacelerou, se não estagnou.

O chefe do Fed disse que o banco central estava "não muito longe" do ponto em que se sentiria confortável para cortar as taxas de juros, mas depois se recusou a repetir o pensamento quando teve a oportunidade.

Ele disse que a recente inflação alta não alterou a "história" geral de pressões de preços mais brandas, mas também observou que os dados recentes não poderiam ser completamente descartados como um sinal de desaceleração do progresso.

As autoridades do Fed deixaram na semana passada a taxa básica do banco central dos EUA inalterada na faixa atual entre 5,25% e 5,50%.

Os responsáveis pela política monetária antecipam três cortes nas taxas este ano. Os mercados financeiros esperam a primeira redução das taxas em junho. O governador do Fed, Christopher Waller, disse na quarta-feira que "não há pressa em cortar a taxa básica" neste momento, mas não descartou a possibilidade de reduzir os custos dos empréstimos no final do ano.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice PCE aumentou 0,3% no mês passado. Isso se seguiu a um ganho revisado para cima de 0,5% em janeiro. O chamado núcleo do PCE havia registrado anteriormente uma alta de 0,4% em janeiro.

O núcleo do PCE aumentou 2,8% em termos anuais em fevereiro, depois de ter subido 2,9% em janeiro.

O Fed acompanha as medidas de preços do PCE para sua meta de inflação de 2%. São necessárias leituras mensais de inflação de 0,2% ao longo do tempo para levar a inflação de volta à meta.

A inflação dos serviços PCE, excluindo energia e habitação, subiu 0,2% no mês passado, após subir 0,7% em janeiro.

Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram 0,8% no mês passado, depois de terem aumentado 0,2% em janeiro, também mostrou o relatório.

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