Descrição de chapéu companhia aérea

Ministro propõe crédito permanente para aéreas como no agronegócio

Silvio Costa Filho, titular da pasta de Portos e Aeroportos, afirmou que tema está sendo discutido com Ministério da Fazenda e com BNDES

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, defendeu uma linha de crédito permanente como forma de socorro a companhias aéreas em crise, como ocorre para produtores rurais em dificuldade.

"Da mesma forma que o agronegócio tem uma agenda de crédito, como o setor da indústria e o da tecnologia da informação, é natural e importante que as companhias aéreas no Brasil possam ter esse crédito", afirmou o ministro na manhã desta segunda-feira (25), após apresentação da reformulação do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo.

Segundo Costa Filho, a expectativa é que o tema avance em abril, após conversas com as companhias. O ministro afirma que o tema está sendo discutido com o Ministério da Fazenda e com o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante.

Avião da Gol logo após decolagem do aeroporto de Congonhas, em São Paulo; governo estuda criação de linha de crédito para companhias aéras - Bruno Santos - 15.mar.24/Folhapress

Procurado pela reportagem, o Ministério da Fazenda disse que não se manifesta sobre medidas não anunciadas. Já o BNDES afirma aguardar definição da pasta comandada por Fernando Haddad.

A Latam diz que avalia opções de financiamento para dar continuidade ao seu crescimento. "Ressaltamos a relevância de se trabalhar nos temas relacionados ao custo de operação e financiamento, mais do que somente no tema de disponibilidade de linhas de crédito", disse a companhia em nota.

A Gol não quis comentar. A Azul não respondeu até a publicação deste texto.

O Ministério de Portos e Aeroportos diz estar estudando diversas alternativas para promover o setor aéreo. "Uma dessas opções envolve a análise de linhas de crédito oferecidas pelo BNDES. Essa avaliação está em curso para garantir que sejam disponibilizadas soluções tanto emergenciais quanto estruturantes", afirma a pasta em nota.

Costa Filho falou sobre a criação de uma linha de crédito para o setor aéreo ao ser questionado se o governo iria colocar recursos públicos para socorrer empresas aéreas.

A gestão Lula estuda há alguns meses um pacote de socorro às companhias. Representantes do setor costumam se queixar de que o governo brasileiro não deu suporte às empresas aéreas na pandemia, diferentemente do que fizeram os governos dos Estados Unidos e de países europeus.

As companhias vêm negociando os recursos com o governo para ajudá-las a atravessar crise imposta pela pandemia. No fim de janeiro, a Justiça dos EUA aceitou o pedido de recuperação judicial da Gol. Na ocasião, a empresa anunciou US$ 8,3 bilhões (R$ 40,7 bilhões) em dívidas.

"É natural e importante que as companhias aéreas no Brasil possam ter esse crédito, isso dá previsibilidade e elas se estruturam para comprar aeronaves", disse Costa Filho, sem citar detalhes de como seria essa linha de financiamento ou números.

Segundo ele, Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, começou a ouvir as companhias aéreas na sexta-feira (22) e deve conversar com todas nesta semana.

"A partir daí a gente formata uma proposta que possa atender ao setor da aviação brasileira. Essa é uma determinação e um desejo do presidente Lula", disse Costa Filho.

Costa Filho citou projeção de mais de R$ 10 bilhões em investimentos privados nos próximos cinco anos no setor aéreo —desse total, R$ 2 bilhões estão previstos em contrato para o período pela espanhola Aena na concessão do aeroporto de Congonhas.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.