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Nvidia é terceira empresa a fechar sessão da Bolsa acima de US$ 2 trilhões

Ações da fabricante de chip sobem 4% e companhia se junta a Microsoft e Apple

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Harriet Clarfelt Nicholas Megaw
Nova York | Financial Times

A Nvidia fechou, nesta sexta-feira (1°), acima de US$ 2 trilhões (R$ 9,91 trilhões) em valor de mercado pela primeira vez, com o entusiasmo sobre as perspectivas da inteligência artificial impulsionando a oitava semana consecutiva de ganhos para as ações da fabricante de chips.

Apple, Microsoft e Alphabet, controladora do Google, são as outras empresas listadas nos EUA que atingiram valores de mercado durante a sessão de US$ 2 trilhões, mas apenas as duas primeiras alcançaram o final de um dia de negociação com o valor acima desse limite. Na última sexta-feira (23), a própria Nvidia atingiu essa marca, mas fechou o dia abaixo de US$ 2 trilhões.

Celular com o logotipo de Nvidia e um chip de computador à frente do celular
Ações da Nvidia sobem 4% na sexta-feira, e empresa fecha acima de US$ 2 trilhões em valor de mercado - Dado Ruvic/Reuters

As ações da Nvidia subiram 4% na sexta-feira, resultando em uma valorização de cerca de US$ 2,05 trilhões (R$ 10,16 trilhões). O preço das ações subiu 66% neste ano, ou cerca de US$ 830 bilhões. Em 2023, os papéis da companhia já haviam crescido mais de 230%, à medida que a empresa repetidamente superava as previsões de analistas e investidores.

Em sua atualização financeira mais recente no mês passado, a Nvidia relatou um aumento de 265% nas receitas em relação ao ano anterior, e o CEO, Jensen Huang, declarou que a IA atingiu "o ponto de inflexão" com uma demanda crescente "em empresas, indústrias e nações".

O grupo de tecnologia adicionou US$ 277 bilhões em capitalização de mercado no dia após os resultados, um recorde para uma empresa listada nos EUA.

"A Nvidia tem uma posição quase monopolista", afirmou Tim Murray, estrategista de multiativos da T Rowe Price. "Os chips que eles fabricam são as ferramentas mais essenciais para a IA", complementou.

O último relatório de ganhos da Nvidia, juntamente com o entusiasmo geral sobre o potencial da IA, ajudou a impulsionar também as buscas mais amplas nos mercados de ações globais —com o S&P 500 atingindo múltiplos novos recordes e o Nasdaq ultrapassando os níveis vistos em 2021 para atingir um pico nesta sexta.

A fabricante de chips impulsionou sozinha mais de um quarto dos ganhos acumulados no ano até agora no S&P 500, elevando diretamente o índice em 96 pontos, mesmo antes de considerar o efeito mais amplo que teve sobre o sentimento dos investidores.

"Os ganhos da Nvidia sempre serão esse barômetro de 'qual é a demanda por chips de IA'", disse Murray.

A ascensão exponencial das ações da Nvidia este ano —e de outras ações de tecnologia que surfam na onda do entusiasmo pela IA— provocou debates sobre se o boom da IA pode estar se aproximando do momento da "bolha" (quando algo atinge o pico e ocorre uma queda acentuada).

"Estamos em um período em que, com a IA, há muita empolgação e provavelmente temos algum tempo antes de realmente termos que vê-la comprovada", afirmou Murray. "Haverá um período no qual as empresas que estão investindo em IA precisarão realizar algum retorno sobre o investimento".

"Certamente ainda há algum tempo antes de chegarmos neste momento da verdade para a loucura da IA", avaliou Murray.

Zehrid Osmani, gestor de portfólio da Martin Currie com um grande investimento na Nvidia, disse que muitas ações estão se valorizando apenas com a esperança de que o entusiasmo pela IA levará a ganhos futuros, mas a força da Nvidia em unidades de processamento gráfico a tornou "uma das ações que está realmente monetizando".

"Sim, com o tempo pode haver mais concorrência, mas se você olhar para a escala de seus gastos com pesquisa e desenvolvimento... acreditamos que eles devem ser capazes de manter sua vantagem tecnológica", analisou.

Para Kristina Hooper, estrategista-chefe de mercados globais da Invesco, "a Nvidia capturou a imaginação" ao mesmo tempo em que fornece "algum suporte real para essas imaginações e esse entusiasmo".

O final dos anos 1990 foi "um período muito parecido para o mercado de ações", acrescentou Hooper, "no sentido de que havia muita empolgação em torno da tecnologia". No entanto, Hooper destacou que o suporte e nem a valorização das ações eram semelhantes, assim como os balanços.

"Realmente era muito mais excitação... Brilho sem substância", disse a estrategista-chefe. "Desta vez, há brilho, mas também há substância", encerrou.

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