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Preço do cacau bate recorde com produção fraca e ultrapassa o do cobre

Preço do chocolate nesta páscoa já reflete altas do ano passado e deve continuar a aumentar

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Megan Durisin
Bloomberg

O preço do cacau estendeu sua alta — ultrapassando US$ 9.000 por tonelada pela primeira vez na história — à medida que a escassez de oferta afeta o mercado e os fabricantes de chocolate lutam por conseguir compras os grãos.

Os contratos futuros subiram cerca de 50% somente neste mês e mais que dobraram este ano. Colheitas ruins devido ao mau tempo e doenças nas plantações dos produtores da África Ocidental, onde a maior parte do cacau do mundo é cultivada, e poucos sinais de melhora na produção em outros lugares deixaram o setor em uma situação difícil.

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Cacau em Cacaueiro na Fazenda Vale do Rio Escondido, Roraima, Brazil - Folhapress

A alta elevou os preços em direção a US$ 10 mil, um nível que parecia inimaginável apenas alguns meses atrás - e até mesmo tornou o cacau mais caro do que o metal cobre.

O avanço do cacau se refletirá em custos mais altos de chocolate ao longo do ano. Os ovos de Páscoa já estão ficando mais caros devido ao aumento de preços do ano passado, e alguns fabricantes estão reduzindo o tamanho das barras ou promovendo variedades com outros ingredientes para amenizar o impacto.

Os futuros subiram até 2,8% para US$ 9.188 em Nova York, apesar de um indicador do mercado financeiro mostrar que ele esteve sobrevalorizado na maior parte dos últimos meses. Em Londres, o cacau também subiu.

"O chocolate pode ficar ainda mais caro na Páscoa de 2025 se doenças nas árvores de cacau e condições climáticas adversas prolongarem o déficit em meio a preços elevados do açúcar", disse a analista da Bloomberg Intelligence, Diana Gomes, em uma nota na sexta-feira.

Embora os preços tenham disparado, os especuladores têm se retirado do mercado. O interesse aberto — o número de contratos em aberto — caiu de um pico no final de janeiro, e os gestores de fundos reduziram suas apostas líquidas otimistas para o menor nível em um ano na última semana. Isso sugere que compradores físicos podem ter desempenhado um papel fundamental na alta dos preços.

E há o risco de que a situação de oferta piore. Novas regras da União Europeia — visando impedir que produtos de regiões desmatadas sejam vendidos nas lojas — podem tornar ainda mais difícil para os principais fabricantes de chocolate garantir a matéria-prima.

O foco agora está voltado para a próxima safra intermediária da África Ocidental, a menor das duas colheitas anuais. O órgão regulador do setor na Costa do Marfim, maior produtor do mundo, espera que ela diminua nesta temporada, informou a Bloomberg no início deste mês.

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