Unilever separa negócio de sorvetes, geração Z no Facebook e o que importa no mercado

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São Paulo

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Sem sobremesa

A Unilever anunciou nesta terça a separação de sua unidade de sorvetes, que tem marcas como Ben & Jerry's, Kibon, Wall’s e Magnum, do restante da companhia.

A novidade faz parte do processo de reestruturação do grupo, que também envolve cortes de 7.500 empregos –cerca de 6% do total–, enquanto a empresa é pressionada por investidores para melhorar seu desempenho.

O que explica: a Unilever falou que a cisão é boa para os dois lados, já que a unidade de sorvetes tem uma operação de logística própria, por envolver transporte refrigerado, além de ser um negócio mais sazonal que as outras frentes do grupo.

↳ A empresa não detalhou, mas o mercado considera que o negócio separado pode ser vendido –uma parte ou inteiro.

↳ O gigante de bens de consumo vai concentrar suas atividades nos ramos de beleza e bem-estar, cuidados pessoais, cuidados domésticos e nutrição.

Ben & Jerry's: divisão de sorvetes tem margens mais baixas do que outras partes do negócio - Andrew Kelly/REUTERS


A marca Ben & Jerry's também é conhecida por sua postura ativista nos negócios, que já causou dor de cabeça para a Unilever.

Em números:

  • 16% das vendas da Unilever no ano passado vieram da unidade de sorvetes;
  • 3% foi a alta das ações do grupo nesta terça, em reação ao anúncio da cisão.

Sim, a geração Z acessa o Facebook (para fazer brechó)

Os jovens estão retornando ao Facebook. Não para usá-lo como rede social, mas para acessar o Marketplace, seção de compra e venda da rede social, como conta o New York Times.

Entenda: as redes sociais preferidas da geração Z ainda são o Instagram e o TikTok, mas a facilidade de acesso e de usabilidade do Marketplace tem atraído usuários ao Facebook, mesmo que seja para navegar só nesta aba.

↳ É também um reflexo do atual contexto de inflação ainda aquecida globalmente, que tira o poder de compra dos consumidores e populariza o mercado de itens usados.

O Marketplace: lançado em 2016, tem mais de 1 bilhão de usuários ativos mensais e é o segundo site online mais popular para bens de segunda mão, atrás do eBay, de acordo com uma pesquisa de 2022 da Statista.

Ele é gratuito para os compradores. Os vendedores podem ser taxados em transações com pagamento digital, mas as vendas costumam ser concretizadas fisicamente, com o pagamento feito na hora, por transferência ou dinheiro.


Microsoft contrata um dos 'cabeças' da IA

A Microsoft trouxe Mustafa Suleyman para comandar a divisão de IA (inteligência artificial) voltada ao consumidor. O executivo é um dos mais experientes na área e criou startups que receberam investimento de Google e da própria Microsoft.

Ele ficará responsável por coordenar a Microsoft AI, nova divisão que reunirá produtos como o Copilot –assistente de IA do pacote Office e do sistema Windows– o Bing, o Edge e o GenAI.

Quem é Suleyman: cofundou a DeepMind, uma das primeiras startups de IA e que foi adquirida pelo Google em 2014 por US$ 500 milhões.

Ele foi afastado da empresa em 2019 após críticas de funcionários sobre sua gestão. Três anos depois, ele criou a Inflection, outra startup da área que foi avaliada em US$ 4 bilhões após receber investimento de Microsoft e Nvidia.

A maior parte dos funcionários da Inflection também irá para a Microsoft AI. O principal produto da startup, o chatbot Pi, deixará de ser focado em consumidores e passará a ser oferecido a empresas.

Na crista da onda: a Microsoft está entre as big techs mais bem posicionadas na corrida da IA, ao lado de Google –que tem projetos na área há bem mais tempo– e Nvidia, a fabricante dos chips usados para rodar esses sistemas.

Boa parte do avanço da companhia cofundada por Bill Gates passa pelo investimento desde 2019 na OpenAI, dona do ChatGPT, responsável por iniciar o atual frisson em torno da tecnologia.

A Microsoft, porém, vem diversificando seu portfólio, ao comprar uma parte da Mistral, francesa rival da OpenAI, e de outras startups do ramo.


'Índice do medo' chega ao Brasil

A Bolsa brasileira passou a ter o "índice do medo", usado para medir a volatilidade do Ibovespa. A iniciativa é da B3, operadora da Bolsa, com a S&P Dow Jones Indices.

Entenda: o S&P/B3 Ibovespa VIX tem a mesma função do índice VIX original, que mede o temor dos investidores a partir do sobe e desce do S&P500 (principal índice acionário americano).

O cálculo é feito com base na negociação de contratos futuros do Ibovespa. A eles é atribuída uma pontuação para verificar a volatilidade. Quanto mais pontos, maior o "temor" dos investidores.

  • Acima de 25 pontos é um sinal de alerta para a alta volatilidade.
  • Quando supera 30, é um sinal de volatilidade extrema.

Lá: o pico registrado pelo VIX do S&P500 foi 82,69 pontos em 2020, no começo da pandemia de Covid-19.

Aqui: o VIX do Ibovespa começou com dados retroativos a 2021. O movimento é semelhante ao índice americano, mas mostra uma variação atípica em momentos de maior volatilidade local, como no período das eleições presidenciais de 2022.

  • Na época, ele atingiu 34 pontos. Hoje, está em 16.

Mais sobre mercado financeiro

Depois de 17 anos
sem subir os juros, o BC do Japão elevou as taxas do país nesta quarta, para um faixa entre zero a 0,1%. Elas saíram do patamar negativo –em vigor desde 2016.

A justificativa para o aperto na política monetária está no avanço dos salários no país, que devem pressionar a inflação.

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