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Por que Apple negocia para colocar inteligência artificial do Google no iPhone

Fabricante quer usar Gemini para criação de imagens e textos na próxima versão do sistema operacional do smartphone, publicou a Bloomberg

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São Paulo

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Apple quer usar IA do Google em iPhone

A Apple está em negociações para usar a IA (inteligência artificial) generativa do Google, o Gemini, em ferramentas do iPhone.

A informação publicada nesta segunda pela Bloomberg, citando fontes, fez as ações da companhia conhecida pelo buscador fecharem em alta de 4,4%.

Os papéis da Apple subiram 0,6%.

Logo em 3D do Google sobre um Macbook, da Apple; empresas possuem parceria no sistema de buscas do smartphone - Dado Ruvic/REUTERS


A Bloomberg afirma que um acordo ainda não foi firmado nem deve ser anunciado até junho, quando acontece a conferência de desenvolvedores da Apple. A fabricante também chegou a procurar a OpenAI, conforme a agência.

A ideia da empresa da maçã é usar o sistema do Google na criação de imagens e de textos, enquanto ela adotaria ferramentas de IA desenvolvidas em casa para outros recursos do dispositivo.

O que cada um ganharia com o acordo:

↳ A Apple
pode diminuir a distância em relação a seus concorrentes na corrida da IA, motivo de críticas de investidores e analistas da empresa.

  • A Samsung, sua principal rival em smartphones, lançou o Galaxy S24 com ferramentas abastecidas pelo Gemini.

↳ O Google teria sua tecnologia inserida em 2,2 bilhões de iPhones, gerando escala e –principalmente– informações para treinar sua IA.

Este não seria o primeiro acordo significativo entre as duas companhias. O Google paga bilhões de dólares todo ano à Apple para ser o mecanismo de busca padrão do Safari e do iPhone.

Sim, mas… Nova parceria das duas big techs poderia enfrentar obstáculos com os órgãos reguladores, assim como o atual acordo entre elas é alvo das autoridades americanas e europeias.

No mês passado, o Google desativou a ferramenta do Gemini para geração de imagens depois que ela entregou representações com imprecisões históricas, como a de soldados nazistas ou de fundadores dos EUA com diversas etnias.

Sundar Pichai, CEO da companhia, disse em memorando aos funcionários que as respostas geradas pela ferramenta eram "problemáticas" e "inaceitáveis".


'AI washing'

A SEC (a CVM americana) está em uma cruzada para acabar com o "AI washing" (lavagem de IA, na tradução literal).

Entenda: o termo faz referência ao "greenwashing", nome dado à propaganda enganosa de empresas e governos sobre ações voltadas à sustentabilidade.

↳ Se a onda ESG dos últimos anos diminuiu, agora é a febre da IA que faz as companhias correrem para anunciar a adoção da ferramenta –que às vezes nem existe.

É o que a SEC afirma ter acontecido com duas empresas americanas.

  • Segundo as autoridades, a Delphia fez declarações falsas sobre como estava usando machine learning (aprendizado de máquina) em seu processo de investimento de 2019 a 2023.
  • A Global Predictions também fez afirmações enganosas, ao afirmar que era a primeira consultora financeira regulamentada com uso de IA, de acordo com o órgão regulador.

Nenhuma das empresas admitiu ou negou as alegações da SEC ao chegar a um acordo em seus casos. A Delphia concordou em pagar US$ 225 mil e a Global Predictions, US$ 175 mil.

Só se fala disso: mais de 40% das empresas do S&P 500 (índice que reúne as 500 maiores companhias americanas) citaram o uso de IA em seus balanços, conforme um levantamento da Bloomberg.


Dólar volta aos R$ 5

O dólar voltou a fechar acima de R$ 5 nesta segunda, em uma semana cercada pelas expectativas no mercado sobre que sinais serão emitidos pelos bancos centrais do Brasil e dos EUA na quarta (20).

É a primeira vez que a moeda americana fecha acima de R$ 5 desde outubro. Ela encerrou o pregão desta segunda em R$ 5,02.

O que explica: a atual alta da divisa tem mais a ver com o contexto internacional do que com o local. Tanto que moedas de outros países emergentes também se desvalorizaram nesta segunda.

O que o mercado espera dos BCs:

Aqui… É consenso que o Copom cortará os juros em 0,50 ponto. A dúvida é se ele manterá em seu comunicado a parte que prevê novos cortes de mesmo tamanhos "nas próximas reuniões" –assim, no plural.

  • Isso significaria dizer que o BC se comprometeria com pelo menos mais dois cortes de 0,5 ponto, deixando a Selic no patamar de um dígito (9,75%) no meio do ano.
  • Uma mudança no comunicado indicaria uma piora no balanço de riscos do BC, de olho nos efeitos inflacionários dos serviços e dos alimentos, afetados pelo El Niño.

… E lá: os juros devem ficar inalterados, mas os analistas estarão de olho no pronunciamento do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell.

Se no começo do ano as apostas estavam para a primeira queda de juros acontecer em março, agora eles já passaram para junho, e podem ficar para o segundo semestre a depender do que for comunicado pelo Fed.

Eventual atraso no corte das taxas nos EUA podem impactar no mercado financeiro, com recuo nas Bolsas e alta do dólar –já que o patamar dos juros brasileiros se aproximaria ao do americano, reduzindo a atratividade aos investidores de fora.


'Turismo de compras' deixa de ser atrativo na Argentina

A onda de brasileiros que cruzam a fronteira com a Argentina para fazer as compras do mês, cena comum até o fim do ano passado, ficou mais rara sob o novo governo de Javier Milei.

O que explica: a nova realidade é um dos efeitos das medidas apresentadas pelo ultraliberal para tentar corrigir os preços, equilibrar as contas públicas, parar de emitir dinheiro e conter a inflação histórica no país.

A principal explicação para o fim das "promoções" aos brasileiros está na forte desvalorização da moeda local aliada ao corte nos subsídios. A combinação encareceu principalmente os preços de itens de supermercado, como bebidas, itens de higiene e gasolina.



Em números:

  • 3 mil pesos (R$ 15 na cotação paralela atual) era o preço médio dos vinhos no governo do peronista Alberto Fernández; agora, ele é de 7 mil pesos (R$ 35).
  • 80% foi a alta nos combustíveis, que eram muito subsidiados; o preço hoje é semelhante ao de países vizinhos.
  • 2,4 milhões de travessias terrestres e fluviais de menos de um dia à Argentina foram feitas em 2023, ante 1,5 milhão no ano anterior.

O governo Milei, que completa cem dias hoje (19), comemorou seu segundo mês consecutivo de superávit em fevereiro. Por outro lado, viu a pobreza subir a 57% da população, já que as medidas fizeram os preços explodirem muito acima dos salários.

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