Descrição de chapéu aeroportos

Azul passa Gol em março e assume vice-liderança do mercado doméstico de aviação

Companhia aérea cresceu 6,7% no último ano e chegou a 29,5% de market share; procuradas, empresas não quiseram comentar

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São Paulo

A companhia aérea Azul ultrapassou a Gol e assumiu o segundo lugar no mercado aéreo doméstico brasileiro em março deste ano, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (22) pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A Latam, por sua vez, se consolidou como líder do setor, batendo um recorde de 11 anos na posição.

A Azul cresceu 6,7% e ultrapassou a Gol, chegando a 29,5% de participação de mercado contra 29% da concorrente, que teve uma redução de 13,4% no número RPK, o lucro por passageiro e quilômetro voado.

O RPK é calculado ao multiplicar-se o número de passageiros pagantes pelos quilômetros voados. Segundo a Anac, a demanda total por viagens aéreas subiu 1,4% em março contra um ano antes.

Aviões da Azul e da Gol no aeroporto de Congonhas, em São Paulo - Bruno Santos - 15.mar.2024/Folhapress

No período, a Latam atingiu 41% de participação no mês passado —esse crescimento da primeira colocada representa 11% de aumento em relação ao mesmo mês do ano passado.

Assim como havia acontecido em fevereiro, a companhia conquistou, em março, o seu melhor market share doméstico desde julho de 2013, quando a alcançou 41,6% do mercado.

Já no mercado internacional, a Latam continua a liderar, com 19,4% de participação, um aumento de 38% em relação ao ano passado, seguido pela TAP com 9,7% e a American Airlines, com 5,2%.

Em janeiro, a Gol e suas subsidiárias entraram com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Dessa forma, foi dado início ao processo norte-americano conhecido como "chapter 11" (proteção contra falência nos EUA), com um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões.

Segundo a empresa, a medida foi tomada para fortalecer sua posição financeira, e que todos os voos operariam conforme programado.

Em março, a Gol anunciou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre do ano passado, revertendo resultado positivo de R$ 231 milhões obtido no mesmo período de 2022.

A companhia apurou um Ebitda (resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente de R$ 1,62 bilhão no período, alta de 38,3%.

O resultado foi apoiado em parte em redução de 23% no custo com combustível de aviação.

A empresa encerrou o trimestre passado com crescimento de 6,7% na receita líquida, que chegou a R$ 5,04 bilhões.

A Azul, por sua vez, aumentou sua estimativa para lucro em 2024, afirmando que a demanda tem sido saudável e que mais rotas devem ser adicionadas este ano.

Também em março, a coluna Painel S.A. informou que a Azul cogita uma fusão com a Gol, e que as conversas estão sendo conduzidas com os sócios da empresa controladora, o Abra Group.

Integrantes do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) temem, no entanto, que esse movimento leve a um aumento no preço das passagens aéreas, caso seja concretizado.

No final de dezembro, a frota total da Gol era de 141 aeronaves Boeing 737, uma redução de cinco aviões ante o fim de 2022.

A Gol tinha no fim de 2023 101 pedidos firmes para aquisição de aeronaves Boeing 737-MAX, sendo 64 do modelo 737-MAX 8 e 37 unidades do 737-MAX 10.

Procurada, a Azul disse que não iria comentar o tema, enquanto a Gol ainda não tinha se manifestado até a publicação desta reportagem.

Com Aeroin e Reuters

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