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Dólar recua e fecha a R$ 5,24 após cinco sessões de alta; Bolsa tem leve queda

Moeda americana devolve parte dos ganhos das últimas sessões, mas cautela permanece

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São Paulo

Após cinco sessões consecutivas de fortes altas, o dólar teve um dia de alívio e fechou em queda de 0,48% nesta quarta-feira (17), terminando a sessão cotado a R$ 5,242.

A baixa ocorre após a divisa ter acumulado valorização de mais de 5% nos cinco pregões anteriores. A perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos e preocupações com o cenário fiscal brasileiro foram os principais catalisadores da disparada do dólar e seguem limitando o apetite ao risco de investidores.

Na Bolsa brasileira, o Ibovespa até começou o dia em alta, mas devolveu os ganhos e fechou em leve queda. O índice caiu 0,17%, aos 124.171 pontos, renovando novamente seu menor patamar do ano.

Notas de dólares ao lado de gráfico indicando oscilação do mercado
Mercado avalia relatório trimestral da inflação no Brasil divulgado pelo Banco Central - Dado Ruvic/Reuters

O principal índice da Bolsa brasileira passou a devolver os ganhos pela manhã e teve sua queda mais acentuada por volta das 13h45. Na mínima do dia, tocou os 123.641 pontos.

A maior influência permaneceu sendo o cenário incerto sobre os juros norte-americanos, que manteve as negociações instáveis em Nova York, com os três principais índices acionários também fechando no vermelho.

"O Ibovespa ainda seguiu pressionado pelos temores recentes mais aflorados, como a revisão da meta fiscal, tensão geopolítica e provável postergação na queda dos juros nos EUA. Os avanços de Vale e Petrobras, reagindo a questões específicas, porém, ajudaram a minimizar as perdas do índice", afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

A Vale e a Petrobras, as duas empresas de maior peso do Ibovespa, avançaram 1,12% e 1,03%, respectivamente.

No câmbio, o dia foi marcado por um movimento de ajustes após a alta expressiva do dólar nos últimos dias, que levaram a moeda americana a seu maior patamar desde março de 2023.

"Houve uma realização de lucro, e todo mundo estava esperando por isso", comentou Thiago Avallone, especialista de câmbio da Manchester Investimentos, ao justificar a queda do dólar ante o real.

O movimento de realização de lucros ocorre quando investidores vendem ativos que se valorizaram rapidamente para efetivar ganhos.

"Ainda assim, continuo achando que o cenário segue desfavorável ao real. Estamos numa espécie de tempestade perfeita, em que os dados lá de fora postergam o corte de juros pelo Federal Reserve [banco central americano] e o governo brasileiro segue gastando mais do que deve, alterando as metas de [resultado] primário", acrescentou.

Na segunda-feira, o governo anunciou redução da meta fiscal para 2025 de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para zero, o que aumentou o mau humor no mercado, que já vinha sendo impactado pelo cenário externo.

Sobre a recente valorização da moeda americana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Banco Central não faz intervenções no mercado de câmbio quando agentes econômicos avaliam o risco de se investir no Brasil. A hipótese de uma possível movimentação do BC para conter a recente alta do dólar passou a ser considerada pelo mercado nos últimos pregões.

Segundo Campos Neto, essa função é usada em casos de disfunção no mercado de câmbio, lacuna de liquidez ou episódios marcados por má interpretação dos investidores.

"Não reagimos ao fato de as pessoas estarem precificando nosso prêmio de risco. Reagir a isso é muito perigoso porque há muitas maneiras diferentes de fazer hedge [instrumento de proteção] do prêmio de risco no Brasil", disse.

Investidores repercutiram, ainda, novos dados de inflação na zona do euro, que vieram mais fracos que o esperado e reforçaram expectativas de um corte nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu em junho.

A inflação nos 20 países que usam o euro desacelerou para 2,4% no mês passado em uma base anual, de 2,6% em fevereiro, em linha com a estimativa preliminar.

Com Reuters

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