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Pequenos fornecedores vão à Justiça cobrar atrasados da Americanas

OUTRO LADO: Varejista afirma que volume é residual dentro do total do montante quitado, que soma R$ 4 bilhões

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São Paulo

Pequenos fornecedores foram à Justiça para cobrar a Americanas. Eles afirmam que varejista não efetuou pagamentos previstos dentro do plano de recuperação judicial.

As ações, às quais a Folha teve acesso, foram ajuizadas no Rio de Janeiro. Segundo dois processos na 4ª Vara Empresarial, a Americanas não pagou cerca de R$ 2,5 milhões aos autores das ações.

Procurada, a empresa disse que o pagamento dos credores é feito conforme o plano de recuperação judicial e que os valores questionados "são residuais".

Fachada da Americanas localizada na Rua das Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro
Fachada da Americanas localizada na Rua das Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro - Adriano Ishibashi/Zimel Press/Agencia O Globo

A empresa teria de encerrar a primeira etapa de pagamentos —que engloba credores trabalhistas, micro e pequenos empreendedores e fornecedores— até o dia 28 de março.

Credores com créditos listados no plano de recuperação judicial de até R$ 12 mil ou que aceitaram dar quitação nesse teto também teriam de ser contemplados.

O atraso preocupa pequenos fornecedores. Um representante desses empresários que preferiu não se identificar disse que o dinheiro é importante pelo porte das empresas que não receberam o pagamento.

De acordo com ele, muitas das afetadas pelo não pagamento têm um percentual grande de vendas dependente da Americanas. Em alguns casos, chega a 80%.

Em nota, a Americanas afirmou que até o momento foram pagos mais de R$ 4 bilhões em créditos a credores trabalhistas, micro e pequenos empreendedores e fornecedores.

"A Americanas prevê que a maior parte do plano seja implementada e executada até o fim do primeiro semestre", disse a companhia.

A varejista reconheceu a falta de pagamentos dessas classes de credores, mas disse que "são residuais dentro do volume total de pagamentos e que as tratativas já estão endereçadas, seja pelo ajuste cadastral de dados dos credores listados ou pelo não enquadramento, em caso específico, aos requisitos previstos no plano de recuperação para a cessão de créditos", afirmou a Americanas.

Em recuperação judicial desde 19 de janeiro de 2023 após fraudes contábeis, a Americanas conseguiu aprovar seu plano de recuperação exatos 11 meses depois.

Segundo a empresa, em fevereiro de 2023, ela já havia pago aproximadamente R$ 115 milhões a trabalhadores e micro e pequenas empreendedores, que foram priorizados pela varejista no plano de recuperação judicial.

A ação, no entanto, foi suspensa pela Justiça, na época, a pedido de uma instituição financeira credora.

Após a publicação da homologação do plano no dia 27 de fevereiro deste ano na Justiça do Rio, a Americanas retomou os pagamentos, e quitou mais R$ 100 milhões.

Para os fornecedores eram R$ 3,9 bilhões de dívidas, sendo R$ 3,7 bilhões direcionados para primeira parcela e até R$ 300 milhões em valor adicional parcelado.

A Americanas diz que os cerca de 500 fornecedores contemplados nesta primeira etapa de pagamentos, encerrada em 28 de março, representaram 70% das vendas nas lojas físicas da rede em 2023.

Segundo a proposta, eles receberam seus créditos sem deságio, a não ser que tenham decidido dar quitação por valor menor que o de face.

A varejista ainda afirmou que, dos R$ 3,7 bilhões em recursos para a parcela única de fornecedores colaboradores, R$ 3,5 bilhões são referentes ao novo financiamento realizado pelos acionistas de referência da companhia no início de março deste ano.

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