Transpetro inaugura usina solar para abastecer todo seu terminal de Guarulhos

Instalação faz parte de projeto de descarbonização da subsidiária da Petrobras; economia será de R$ 1,8 milhão por ano

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São Paulo

A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transportes, inaugura nesta quarta-feira (3) uma usina solar fotovoltaica com capacidade máxima de 2,8 MW (megawatts) para abastecer todo o seu terminal de Guarulhos (SP).

A instalação dos painéis solares inicia o projeto da empresa de prover energia renovável para seus terminais.

A usina produzirá energia suficiente para atender as bombas dos dutos de entrega de combustíveis para as distribuidoras e de querosene de aviação para o aeroporto de Guarulhos.

A eletricidade produzida também abastecerá a base de carregamento rodoviário da Transpetro —a maior do Brasil. Parte desse combustível vai para Congonhas e Campo de Marte, em São Paulo, e Viracopos, em Campinas.

Usina solar no terminal da Transpetro em Guarulhos
Usina solar no terminal da Transpetro em Guarulhos - Bruno Santos/Folhapress

A geração de energia da usina é na ordem de 10% a mais do que o consumo das instalações. O excedente produzido pelos painéis solares poderá gerar ganhos financeiros para outros terminais da empresa localizados na área de concessão da EDP, distribuidora de energia na cidade.

A medida é possível porque a legislação permite que uma empresa que adere ao modelo de geração distribuída pode gerar energia para outra unidade que não seja aquela onde estão instalados os painéis.

De acordo com a Transpetro, a usina solar instalada nesta quarta reduzirá em 84% a conta de energia do terminal já no primeiro mês. A economia anual prevista é de aproximadamente R$ 1,8 milhão. O investimento foi de R$ 12 milhões.

Ao todo, foram instalados mais de 5.000 módulos fotovoltaicos, em uma área de 33 mil metros quadrados. Em comparação, a geração de eletricidade dessa usina seria capaz de abastecer 600 residências.

A empresa estima que a geração de energia vai evitar a emissão de 246 toneladas por ano de gases de efeito estufa.

"Toda a energia consumida pelo nosso terminal será distribuída pela geração da usina solar. Isso é diferente das demais [empresas], onde é muito comum ter painéis solares para áreas administrativas, mas nesse caso a gente consegue gerar para todas as bombas e equipamentos que movimentam o nosso produto", diz Márcio Guimarães, diretor de Dutos e Terminais da empresa.

A previsão é de que a usina comece a operar ainda em abril.

O próximo passo da Transpetro, segundo Guimarães, é descarbonizar a operação do terminal de Coari, no Amazonas, onde a energia vem de geradores a diesel. Lá, a ideia é desenvolver até 2025 um sistema híbrido abastecido por energias solar e hídrica.

Além disso, a empresa cogita incluir baterias elétricas na operação —em Guarulhos as baterias não seriam necessárias porque, no momento em que as placas não estiverem gerando energia, a eletricidade virá da rede da distribuidora.

Apesar do ineditismo, a nova usina solar da Transpetro está longe dos projetos anunciados recentemente por empresas maiores, como a Vale e a própria Petrobras.

A primeira, por exemplo, instalou há dois anos usinas solares com potência instalada de 766 megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes. A usina da mineradora fica em Jaíba, no norte de Minas Gerais.

No caso da Transpetro, porém, a estratégia atual é criar pequenas usinas distribuídas por seus terminais (21 terrestres e 27 aquaviários).

"O terreno faz parte do custo de uma usina e, como temos muitas unidades, temos terreno disponível para construção. É diferente, portanto, de outras operações, que estão mais centralizadas", diz Guimarães.

"Também há outras situações como essa de Coari, onde não há rede [de transmissão de energia] chegando. Então lá vai ter de ser solução off grid [fora da rede]. Não adianta ter uma fazenda solar no Centro-Oeste, por exemplo, porque não vai haver linha de transmissão para chegar em Coari", afirma.

Erramos: o texto foi alterado

A Transpetro opera 27 terminais aquaviários, não 25, e 21 terminais terrestres, não 20 como afirmava versão anterior deste texto.

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