Carro de polícia voador e ambulância aérea querem rivalizar com eVtol da Embraer; veja vídeo

Na onda dos carros voadores, empresas brasileiras disputam novo mercado com a Eve, que já apresentou protótipo

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São Paulo

Enquanto a Eve, controlada pela Embraer, apresenta as primeiras imagens do protótipo de seu carro voador, previsto para entrar no mercado em 2026, outras empresas brasileiras se preparam para avançar com seus próprios projetos.

Sediada em Fortaleza (CE), a Vertical Connect vai apresentar, na Expo eVtol, feira do setor que acontece em São Paulo neste mês, dois dos seis modelos que está desenvolvendo.

Modelo Gênesis-GX-AB, da Vertical Connect, irriga uma plantação em ilustração. A aeronave é amarela e azul.
Modelo Gênesis-GX-AB, da Vertical Connect, irriga uma plantação em ilustração - Divulgação

Um deles é a aeronave elétrica Gênesis-GX-1, que tem espaço para dois passageiros e é autônoma –ou seja, pode voar sem a presença de um piloto. A viagem pode durar até 60 minutos, e a velocidade máxima é de 130 km/h.

O segundo eVtol a ser exposto pela companhia é o Gênesis-GX-AB, projetado para ser utilizado por agricultores e pecuaristas em atividades como irrigação de plantações. A aeronave consegue carregar até 420 litros de insumo.

Cada um dos modelos da Vertical Connect já tem três cartas de intenção. A empresa vai inaugurar, em junho, uma filial em Portugal, durante a participação na Feira de São Pedro, evento do setor de agronegócio do país ibérico. O público-alvo da unidade será o setor agrícola europeu.

A Vertical Connect também tem outros projetos, que incluem uma aeronave autônoma para ser usada pelo poder público no policiamento de grandes áreas urbanas e outros modelos que funcionarão como ambulância e caminhão de bombeiro voadores.

Há ainda um eVtol planejado para o setor de logística, que fará serviços de entrega e transporte de produtos e alimentos.

Segundo o CEO da empresa, Adib Abdouni, a expectativa é que todos os modelos estejam no mercado e disponíveis para voo até 2030. A companhia aguarda a certificação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que libera os eVtols para voos comerciais. Logo depois, a marca começará a investir em marketing para atrair compradores.

"Tem muita gente de outros países interessada, que já está especulando, fazendo muita pergunta, por exemplo, de Dubai e Arábia Saudita. Já vieram me consultar, querem conhecer o produto. Eles provavelmente vão estar aqui no país em junho", diz.

Abdouni não demonstra preocupação com a competição frente a companhias maiores e já conhecidas no segmento, como a Eve. "Nós estamos juntando qualidade com tecnologia para que seja competitivo e tenha valor dentro do mercado."

Outra empresa que tenta entrar no mercado de carros voadores e aproveitar a onda dos eVtols é a Moya, sediada em São José dos Campos (SP). A companhia já concluiu mais de 80 voos de teste do protótipo Moya eVTOL.

O modelo terá duas versões, uma híbrida e outra elétrica, e tem como público-alvo o setor logístico. A ideia é facilitar o transporte de carga entre armazéns.

Com capacidade de até 200 quilos de carga útil, a aeronave chega a 150 km/h durante o voo de cruzeiro (quando já está em alta velocidade e altitude).

Para uso comercial, a Moya precisará da certificação do modelo. A Anac diz ter recebido, até o momento, pedido da empresa para realização de voo experimental de pesquisa e desenvolvimento. Essa autorização não libera exploração comercial, e os voos são permitidos em áreas de baixo risco, apenas.

A autorização solicitada pela Moya à Anac descreve o modelo como um drone. A companhia, porém, vem apresentando a aeronave como um eVtol.

"A gente, no início, até falava drone, mas essa palavra remete a coisas pequenas. Você vai ao shopping e compra um drone. O nosso é um eVtol, é grande, tem dimensões maiores do que um carro. Nosso objetivo é trabalhar com empresas de logística", afirma Alexandre Zaramela, CEO da Moya.

De acordo com as definições da Anac, a principal diferença entre os dois tipos de aeronave é que os eVtols são tripulados e os drones, não. No entanto, algumas empresas do setor passaram a considerar como eVtols aeronaves utilizadas para transporte de carga ou irrigação de plantações, por exemplo, sem presença de humanos no veículo.

A Anac vem elaborando uma regulamentação para os carros voadores. Na quinta-feira (9), o órgão realizou um webinário com representantes do segmento para debater os desafios para a implementação dos eVtols, como custos de operação e local para pouso e decolagem.

De acordo com Zaramela, o Moya eVTOL já possui mais de cem cartas de intenção. Ele diz que a empresa pode desenvolver, no futuro, carros voadores para passageiros, a depender da demanda.

Neste mês, a Eve, controlada pela Embraer e principal empresa do segmento de carros voadores no país, apresentou as primeiras imagens do protótipo em escala real do seu eVtol. Desenvolvido para o transporte de passageiros, a aeronave já tem quase 3.000 cartas de intenção, de acordo com a fabricante.

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