Descrição de chapéu The New York Times Twitter

Executivos do X dizem que 65% dos anunciantes voltaram neste ano

Pequenas empresas passaram a compor a maior parte dos contratantes de anúncios na rede

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Kate Conger Ryan Mac
San Francisco | The New York Times

Os líderes do X (ex-Twitter), rede social de Elon Musk, informaram aos funcionários nesta semana que 65% dos anunciantes retornaram à plataforma desde janeiro e que agora as pequenas empresas compõem a maior parte de sua receita, de acordo com gravações de reuniões gerais obtidas pelo The New York Times.

Os executivos, incluindo Linda Yaccarino, que foi nomeada para comandar a empresa há um ano, admitiram que a rede continuava enfrentando desafios ao reconstruir seu combalido negócio de publicidade.

Eles não forneceram números atualizados de vendas, de acordo com três pessoas presentes nas reuniões, que observaram que o retorno dos anunciantes não necessariamente refletia um aumento na receita.

Logo do X, ex-Twitter - KIRILL KUDRYAVTSEV/Kirill Kudryavtsev/AFP

As reuniões ocorreram enquanto Musk, que adquiriu a empresa por US$ 44 bilhões em 2022, enfrentava uma votação dos acionistas da Tesla na quinta-feira (13) sobre seu pacote de remuneração, no valor de mais de US$ 45 bilhões. Alguns investidores da Tesla, que representam a maior parte da riqueza de Musk, expressaram preocupação de que ele estivesse distraído com o X. Mais tarde, no mesmo dia, a empresa anunciou que os acionistas haviam aprovado sua compensação.

Desde que assumiu a rede social, Musk demitiu 75% dos funcionários, restaurou centenas de contas banidas e reformulou a plataforma para permitir a maioria dos discursos na plataforma, sem consequências. Em novembro, ele disse aos anunciantes para não gastarem recursos no X, dispensando-os com um palavrão durante uma entrevista na conferência DealBook do Times.

Ainda assim, Yaccarino pintou um quadro mais otimista nesta semana ao falar com os funcionários, promovendo o aumento da publicidade por pequenas e médias empresas na plataforma. Ela e Musk devem continuar a apresentar seus planos às marcas em reuniões na próxima semana, enquanto seguem para o festival Cannes Lions, uma cúpula da indústria publicitária.

"Centenas de reuniões com clientes acontecerão, e haverá muitos momentos onde poderemos mostrar o X", disse ela. As gravações foram verificadas por funcionários presentes nas reuniões.

"Nossos clientes estão nos aplaudindo, e estão animados e maravilhados com todo o progresso que estamos fazendo", acrescentou Yaccarino.

Embora a capacidade da X de atrair pequenas e médias empresas seja uma vitória, esses anunciantes provavelmente não substituirão empresas que têm orçamentos significativos de publicidade, disse Jasmine Enberg, analista da Emarketer, que cobre o X.

"Ainda há uma boa dose de ceticismo e preocupações entre as grandes marcas, que tendem a ser mais avessas ao risco, sobre anunciar na plataforma", acrescentou.

O X perdeu cerca de 52% de sua receita de publicidade nos EUA em 2023, com ganhos totais caindo para cerca de US$ 1,13 bilhão, de acordo com estimativas da Emarketer. A empresa prevê uma queda adicional de 2,5% este ano, para US$ 1,1 bilhão.

Musk não respondeu a um pedido de comentário. O X se recusou a comentar.

Yaccarino, uma executiva de televisão de longa data que trabalhou na NBCUniversal antes de ingressar na X em junho passado, disse aos trabalhadores que planejava transformar a empresa em uma plataforma de "vídeo em primeiro lugar", que concorresse com o YouTube e o TikTok.

"Conhecemos a importância de reverter o negócio nos EUA", disse Monique Pintarelli, uma executiva de publicidade da X, durante uma reunião, de acordo com uma gravação. "Estamos fazendo um tremendo progresso em impulsionar reativações em todo os EUA, com um aumento de 65% de anunciantes ativos de volta à plataforma desde janeiro."

Pintarelli observou que a mudança dos atuais anunciantes da X para pequenas empresas representava uma mudança distinta da dependência histórica do Twitter de grandes marcas para a maior parte de sua receita, o que poderia proteger a rede social de parte da volatilidade que vem enfrentando desde que foi adquirida por Elon Musk.

Segundo pesquisadores, discursos de ódio e conteúdo violento aumentaram na plataforma, e os profissionais de marketing de marcas conhecidas como Apple e Disney têm sido cautelosos sobre a possibilidade de suas empresas aparecerem ao lado desse conteúdo.

"Também estamos trabalhando duro para garantir que estamos construindo um negócio muito mais resiliente para o futuro, um que seja menos dependente exclusivamente das maiores empresas", disse Pintarelli.

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