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Bilionários de telecomunicações desafiam Musk na corrida de internet por satélite na Índia

Concorrentes indianas tentam sair na frente da empresa do bilionário, que ainda não tem aprovação para operar no país

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Financial Times

As maiores empresas de telecomunicações da Índia, lideradas pelos bilionários rivais Mukesh Ambani e Sunil Bharti Mittal, estão prontas para lançar serviços de internet via satélite enquanto desafiam as tentativas de Elon Musk de estabelecer seu provedor de internet, Starlink, no país.

A joint venture da Bharti Airtel com a Eutelsat OneWeb, grupo anglo-francês de comunicações via satélite, poderia começar a operar já em junho. Já a JioSpaceFiber, de Ambani, espera seguir ainda este ano, de acordo com quatro pessoas familiarizadas com o assunto.

A SpaceX de Musk, proprietária do Starlink, tem tentado entrar na Índia há mais de três anos, mas não obteve aprovações regulatórias e foi repreendida em 2021 pelas autoridades locais por inscrever clientes sem ter as licenças adequadas.

Elon Musk, executivo-chefe da SpaceX, Tesla e Starlink, que tem tentado entrar na Índia há mais de três anos, mas não obteve aprovações regulatórias. - David Swanson/Reuters

Durante a visita de Narendra Modi aos Estados Unidos no ano passado, Musk disse ao primeiro-ministro indiano que estava ansioso para levar o Starlink para o seu país com objetivo de atender regiões isoladas, que tinham pouco ou nenhum acesso à internet de alta velocidade.

A empresa de Mittal tomou a dianteira na corrida espacial da internet da Índia. Ao contrário de seus concorrentes, ela obteve todas as aprovações necessárias e pode lançar imediatamente assim que o novo governo alocar o espectro de operação por satélite após as eleições nacionais, que terminaram no início de junho. Modi está prestes a governar em uma aliança de coalizão depois que seu partido Bharatiya Janata perdeu sua maioria absoluta.

"Uma vez que você obtém conectividade, as pessoas tendem a não mudar de provedor", disse Santosh Tiwari, sócio da consultoria EY Parthenon em, Bengaluru, que estima que a internet via satélite na Índia é um mercado potencial de receita de US$ 1 bilhão (R$ 5,35 bilhões).

"O foco será na internet de negócios para negócios —é de onde virá a maior parte do dinheiro", disse Tiwari. "A internet para consumidores nessas áreas possivelmente terá uma implantação que levará mais tempo."

A Bharti Airtel estava em discussões para fornecer internet para o exército e marinha da Índia em áreas remotas e sem serviços de banda larga convencionais, disse uma pessoa próxima à empresa, acrescentando que ela tinha "uma vantagem em comparação com a concorrência".

A Reliance Industries de Ambani, que possui a maior rede de telecomunicações da Índia, com pouco mais da metade dos 924 milhões de assinantes de banda larga sem e com fio do país, ainda aguarda a aprovação do regulador espacial nacional, IN-SPACe.

O lançamento completo da JioSpaceFiber, joint venture da Reliance com provedor de rede via satélite de Luxemburgo SES, pode ser delineado na reunião anual do conglomerado. A reunião geralmente é em agosto, quando Ambani costumava fazer grandes anúncios, disse uma das pessoas.

O produto servirá como uma oferta de nicho de pequenas empresas para empresas, com o foco principal da Jio permanecendo na expansão do acesso à internet de banda larga em todo o país de 1,4 bilhão de habitantes, de acordo com outra pessoa.

No entanto, mesmo que Ambani e Mittal consigam garantir aprovações antes de Musk, é improvável que consigam rivalizar com a rede do Starlink, que possui mais de 6.000 satélites em órbita baixa e o quase monopólio da SpaceX em foguetes reutilizáveis, com mais de cem lançamentos previstos para este ano.

O Starlink estava bem estabelecido e "poderia começar rapidamente" na Índia, disse um executivo do setor, mas "eles não têm 'gateways' no país, estão muito mais atrasados".

A mídia local da Índia relatou em abril que o provedor havia recebido aprovações provisórias do ministério de telecomunicações do país antes da aguardada viagem de Musk para Nova Déli, quando se esperava que ele anunciasse o estabelecimento de uma fábrica da Tesla.

Mas Musk cancelou a visita no último minuto e viajou para a China, um rival vizinho. Não houve mais atualizações sobre as aprovações do Starlink ou da fábrica da Tesla desde então.

Bharti Airtel, Reliance, SpaceX, juntamente com o regulador espacial da Índia e o departamento de telecomunicações, não responderam aos pedidos de comentários.

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