Governistas defendem Haddad e dizem que ministro está firme no cargo

Líderes do governo dizem que ministro tem apoio de Lula e veem especulação do mercado financeiro

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Brasília

Os líderes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defenderam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (12) e afirmaram que ele está firme no cargo.

O dólar registrou alta de 0,83% nesta quarta e atingiu a marca de R$ 5,405, em meio à percepção de enfraquecimento político do ministro da Fazenda e após ruídos sobre a condução da política fiscal brasileira.

A devolução de parte da MP (medida provisória) que restringiu o uso de créditos tributários do PIS/Cofins, na terça-feira (11), colocou Haddad no centro das críticas de parte do Congresso Nacional e do empresariado.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista em abril sobre desoneração da folha de pagamentos - Pedro Ladeira - 8.abr.24/Folhapress

Diante da forte reação negativa de setores que se sentiram prejudicados, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu parte da medida ao governo e tornou sem efeito as mudanças no uso dos créditos tributários.

"Eu prefiro dizer que quem contratou e quem demite não está pensando nisso [em demissão]. Nem o Haddad está pensando nisso. Agora, as pessoas adoram especular", disse Wagner a jornalistas.

"Não tem nada de anormal. Tem um problema que aconteceu. Qual foi o problema? Arrumaram uma despesa e não botaram como pagar. Alguém é responsável pelo equilíbrio fiscal deste país e se chama Fernando Haddad."

Na mesma linha, Randolfe afirmou que o ministro da Fazenda tem o apoio e a confiança de Lula, dos três líderes do governo e do ministro da articulação política, Alexandre Padilha.

O senador afirmou que se trata de especulação do mercado e que "não tem risco" de Haddad deixar o cargo. Randolfe também afirmou que Haddad ficaria "enfraquecido" se o próprio presidente tivesse retirado a MP —o que não ocorreu.


"Tem setores que querem ganhar um pouquinho mais com o dólar e espalham o boato [de que Haddad sairia do governo]. O dólar dá aquela avançada que deu, para R$ 5,40 hoje, depois baixa. Aí tem isso. Criou-se um boato por conta de uma razão concreta, por conta de ontem para hoje", disse.

"Ninguém fica satisfeito com devolução de medida provisória. O governo não fica, o ministro não fica satisfeito, não ficou. Mas episódio superado e resolvido. Eu concordo com o que Wagner disse: foi a melhor resolução, o melhor encaminhamento."

A MP foi editada pelo governo na terça-feira (4) da semana passada para compensar a desoneração da folha de 17 setores da economia e de prefeituras com até 156 mil habitantes —cuja renúncia é estimada em R$ 26,3 bilhões.

A necessidade de compensação para o atendimento de regra prevista na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) foi o argumento utilizado pela União para pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão da desoneração em abril.

A desoneração vale para 17 setores da economia. Entre eles está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.

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